Mike recentemente recoloriu seu cabelo, deixando de uma cor loira. Todos os dias, agora, ele iria encontrar uma nova cor que ainda não havia tentado, e ele iria pintar de uma cor mais leve. Mas por hora, enquanto ele tivesse que impressionar alguns pais, ele estava mantendo normal.

Ele deu um sorriso bonito para o espelho, antes de dar mais uma volta por seu apartamento. Ele nunca se sentia muito festivo, nunca se importou muito com feriados. Ele havia ajudado Luke e Calum a colocar as luzes e a árvore deles, mas, além disso, ele não havia feito muito mais para celebrar.

Jogando seu celular, chaves, e carteira em seus bolsos, ele abriu a porta de seu apartamento, caminhando pelo corredor.

Cal abriu a porta, cumprimentando Michael com um abraço, "todo mundo está aqui, apenas estão levemente intoxicados," ele sussurrou.

"Dê uma hora para isso," Mike sorriu, entrando no apartamento.

A mesa de madeira escura estava preenchida com pessoas e com comida quente soltando vapor para todos os lados. Nas partes da ponta, Calum e Luke se sentavam.

À direita de Luke estavam seu pai e sua mãe (Michael pelo menos esperava que fossem, já que todos tinham cabelos loiros que combinavam). Os pais de Calum estavam do outro lado (todos com cabelo escuro), um pouco mais perto um do outro, assim uma terceira cadeira poderia ser encaixada. Michael se sentou à mesa, feliz que ele estava à esquerda de Luke.

Ele se inclinou um pouco, deixando um beijo na bochecha de Luke, "Feliz Natal," ele sorriu um pouco atrevidamente.

A mesa toda deu uma olhada rápida para os dois, esperando que alguém dissesse alguma coisa, mas ninguém o fez.

A Senhora Hemmings estava examinando Michael enquanto ele se socializava com a mesa, ele estava no meio de uma história sobre a Clémence quando Liz decidiu que ela gostava dele. Seus olhos brilharam duas vezes; quando ele havia falado sobre sua filha, e quando ele olhou para Luke. E Liz gostou daquilo, e ela gostou muito disso.

Os jantares de Natal sempre eram estranhos, com assuntos de conversa que iam do novo suéter de Luke, até fofocas sobre parentes, e então estudo. Michael estava rezando para o Deus que ele não acreditava que ninguém lhe perguntaria sobre universidade.

Suas orações não foram só não respondidas, mas completamente ignoradas.

"Então, Michael," a Senhora Hood começou. Ele olhou para ela com um sorriso amigável, "você está na Universidade de Nova York com os garotos?"

"Eu na verdade tenho vinte e sete anos, e eu estudei na UNY por três anos e meio, no entanto," ele disse enquanto brincava com comida em seu pato. Ele cortava sua comida em pedaços maiores, e então parecia que ele estava realmente comendo.

"Você tem trabalho?"

"Mãe, ele toma conta da Clémence, isso já é trabalho demais," Calum entrou na conversa.

A autoestima de Michael estava muito baixa, o fato de que ele trabalhava em um supermercado e estava usando os mesmo jeans da noite anterior faziam-na cair ainda mais baixo enquanto a conversa continuava. "Ela me dá um pouco de trabalho."

A Senhora Hood se lembrou de uma história de bebê e Michael silenciosamente agradeceu Calum. O garoto de cabelos escuros assentiu em resposta.

Luke sabia que Michael estava à sua esquerda, mas ele não tinha certeza de que ele estava exatamente à sua esquerda. Ele não queria, acidentalmente, segurar na mão da Senhora Hood ao invés da mão de Michael. "Psst, Michael."

"Psst," ele respondeu de volta, sorrindo para o garoto loiro.

"Onde você está?"

"Bem perto de você, bobão." Como ele esperava, Michael posicionou sua mão na perna de Luke, "você precisa de alguma coisa?"

"Só queria saber onde você estava."

A Senhora Hemmings interrompeu o momento dos dois, "fale sobre você, Michael. Nós conhecemos esses garotos por todas nossas vidas. Eu acho que todos nós queremos conhecer você."

Mike ergueu suas sobrancelhas, tentando descobrir como responder àquela questão, "tudo bem," ele disse lentamente, "o que você gostaria de saber?"

"Qualquer coisa," ela sorriu de uma maneira carinhosa e materna para ele.

"Bem, eu sou da Califórnia, vim para Nova York para estudar. Eu não tenho nenhum irmão, meus pais só conseguiram ter apenas um filho," ele riu para si mesmo. Ninguém mais riu. "Eu estava a um semestre de me formar, quando a Clémence chegou. Eu decidi abandonar os estudos então a Rosie - a mãe dela - não precisaria."

"Isso é meio amável," Calum adicionou para a conversa. Ele sabia o quanto aquele jantar era importante para Luke, e ele era um bom amigo. Talvez.

"Eu não sou uma pessoa interessante, na verdade." Michael apertou o joelho de Luke, dando a dica para que ele falasse alguma coisa.

"Michael pode tocar guitarra também, como eu fazia. Ele é realmente bom," o garoto correu em suas palavras.

"O que você planeja fazer no futuro?" O pai de Luke perguntou dessa vez, empurrando seu prato vazio em direção ao centro da mesa.

Todos os olhos pousaram em Michael, até porque a refeição já havia sido terminada, "quando nós encontrarmos uma maneira melhor da Clémence ficar comigo ou com a Rosie, ou quando ela for mais velha, eu gostaria de terminar meu curso. Isso seria melhor para ambos, tanto eu e Clémence. Ninguém quer viver no mesmo complexo que um bando de universitários para sempre." Ele esperava que aquela tivesse sido a resposta certa.

Pelo olhar de ambas mães, ele achava que deve ter sido.

X X X

Michael estava aconchegado a Luke no quarto escuro. As paredes eram de uma cor cinza, combinando com os lençóis e com o computador. Sua mesinha e a estrutura da cama eram de madeira branca. O quarto dele era bem simples, nada estava fora de lugar no chão, ou nas paredes.

Uma guitarra velha estava dentro do case e encostada à parede, sua pilha de roupas estava quase caindo para fora do guarda roupas. Algumas caixas pareciam cheias de coisas, "você vai se mudar?" Michael perguntou.

"Não, a Mamãe está levando essas caixas de novo para Flórida. Isso vai deixar mais fácil, caso eu me mude para casa na primavera." Luke tinha seus olhos fechados, enquanto ele escutava Michael inspirando e expirando lentamente. Ambos estavam sem camisa, simplesmente porque eles não conseguiam ficar usando aquelas camisas com botões mais tempo do que o necessário. Ele não percebeu o quão asperamente ele estava esfregando seus dedos nas costas nuas de Michael devido à quão calejados seus dedos estavam.

"Oh, que legal."

"O que nós somos?" Luke perguntou de repente, ele mordeu seu lábio com mais força que anteriormente, com medo da resposta de Michael.

"Eu não sei, o que você quer que sejamos?" Michael se levantou, beijando o pouco de cabelo da nuca de Luke.

"Eu quero ser o seu namorado, Mikey."

"Então seja meu namorado," Michael sorriu, "Eu sou uma pessoa relaxada em relação a isso, eu sinto muito. Eu não sou familiar com toda essa coisa de momento dramático onde eu confesso a minha atração por você."

"Eu acho que eu te amo, idiota," Luke percorreu suas mãos pelo cabelo de Michael, sentindo que a textura estava diferente, "você fez algo novo com seu cabelo?"

"Eu estou impressionado, Hemmings, eu mudei a cor!"

"Você quer ir enfrentar meus pais de novo? Eu acho que eles vão embora logo."

Michael deitou sua cabeça próxima à de Luke, com seu corpo no topo do garoto mais alto em uma maneira que não parecia ser confortável. "Talvez daqui a pouco."

the boy with the white eyes (portuguese version) ↮ mukeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora