si collant

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si collant

"Papai!" A menina de cinco anos gritou de onde estava, no sofá, mais uma vez.

Michael revirou os olhos, ainda assistindo a contagem regressiva do relógio do micro-ondas, "sua gritaria não vai fazer com que a pipoca estoure mais rápido," ele respondeu a ela. Ele segurou na gola de sua camisa, o colarinho causando coceira em seu pescoço.

Pequenos passos foram ouvidos sobre o piso de madeira até que eles abruptamente pararam à frente de Michael, e ele sorriu para Clémence. Ela estava olhando de volta para ele, com largos e ovais olhos azuis. Sorvete de chocolate estava espalhado por suas bochechas pálidas. "Eu quero assistir Procurando Nemo."

"Eu já disse que nós vamos assistir assim que a pipoca ficar pronta, bebê." Ele passou a língua por seu dedo, esfregando a comida que já havia secado.

"Não me chame disso," ela cruzou os braços, em frente à sua camisa cor de oliva.

"Por quê? Você é o meu bebê." Michael se virou ao som do bipe do micro-ondas, ele abriu a porta do eletrodoméstico e tirou a comida quente de lá.

"Eu não quero ser um bebê, eu quero... Eu quero ser um leão da montanha," Clémence decidiu. Ela caminhou pela cozinha deles, procurando por vários itens de comida e bebida.

"Um leão da montanha, é?" Ele perguntou, tentando gritar um palavrão assim que o óleo quente foi em seu polegar. Ele não tinha dinheiro o suficiente para colocar na caixinha para cada palavrão que fosse dito.

"Sim, quando eu estava com a Mamãe e o Steve, nós assistimos a um programa que falava só sobre gatos. Havia aqueles grandes, e alguns pequenos, tipo eu!" A voz dela foi se afundando cada vez mais, e Mike começou a não escutar mais. Ele colocou a pipoca em uma tigela de inox, aspergindo manteiga por cima, ignorando Clémence clamando que não gostava de manteiga, porque ele sabia que ela gostava.

Clémence abaixou a voz depois de alguns minutos que o filme havia começado, e seus olhos frágeis estavam memorizados pela cor que aparecia na tela. Ele alcançou atrás dele o interruptor para apagar a luz, com cuidado para não derrubar as tigelas com comida não saudável, e a única luz iluminando a pequena sala era da janela do corredor.

Enquanto sua filha assistia ao filme, Michael se viu assistindo ela. Clémence era como sua única amiga, sua única família, sua única vida. Ele gostava da pequena saliência do nariz dela, proveniente da vez que ela havia quebrado (foi culpa do Michael). Ele gostava do brilho dos olhos dela assim que ela observava cada animação voar (ou nadar) pela tela. Ele estava feliz que Rosie estava fora da cidade naquele fim de semana, ele gosta de ficar com sua filha pelo maior tempo possível.

Isso o assusta, o fato de que Rosie poderia facilmente pegar custódia total de Clémence. Ela ganha cinco vezes mais do que o salário de Michael, o tribunal geralmente fica do lado da mãe, principalmente se for contra um acabado feito Michael.

Mais uma vez se desligando do mundo afora, os olhos dele começam a se fechar, suas pálpebras ficando mais pesadas a cada minuto. Na hora em que Procurando Nemo foi substituído por Spirit, O corcel indomável, Mike estava quase no terceiro sono. Clémence estava roncando suavemente, pequenas respirações escapando de sua boca. O apartamento deles estava silencioso, exceto pelos sons de um cavalo de desenho andando pela televisão.

Os olhos dele estavam fechados, apenas escuridão preenchendo os tons. Ele conseguia ouvir vozes abafadas vindo de alguns de seus vizinhos, mas ele imaginou que não fosse nada. Mike estava aproveitando o calor oferecido pela sua pequena filha que estava aconchegada em seus joelhos, quando as vozes abafadas se transformaram em gritos e estrondos. Ele abriu seus olhos, prestando atenção em volta. Clémence ainda estava dormindo, e seus braços agarravam o cobertor.

the boy with the white eyes (portuguese version) ↮ mukeOnde as histórias ganham vida. Descobre agora