Foi sem querer, que me apaixonei por você

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Eu cochilo no avião enquanto meu bebê e o pai dormem um sono pesado. Pela janela eu vejo uma imensidão negra e incontáveis pequenas luzes. PH tinha razão, essa viagem mudou tudo, ficamos mais próximos e uma intimidade que parece sempre existir se instalou com força entre nós.

Conversamos muito, sobre tudo e todos. Fizemos planos para o nosso futuro, planos de estarmos juntos na próxima década.

Em algum momento eu me lembrei que havia prometido para mim mesma que aproveitaria esse casamento que, nunca achei ser real, até encontrar outra pessoa. Eu não tinha ideia que investir nele era tudo que eu precisava para ser feliz.

As pessoas sempre dizem como o destino pode ser cruel, sobre os carmas e etc. A verdade é que culpam o inexistente para justificar um presente miserável, não reconhecem os erros do passado e não mudam para terem novos resultados no futuro que logo se tornará o presente.

Pedro Henrique não é assim.

Eu gosto como ele planeja, como se segura em projetos reais.

Eu não tinha percebido o tipo de homem com quem me casei até dar essa oportunidade de o conhecer de verdade. Sei que tem muito mais, como ele mesmo disse, podem haver coisas que eu não goste, mas haverão muitas que eu vou gostar.

Apesar de estar ansiosa para viver essa aventura eu vou seguir vivendo de vagar, um dia de cada vez, vamos conversar sobre nossas vidas. PH disse que se acabar o diálogo tudo vai acabar em seguida.

...

Chegamos em casa cansados da viagem, uma aventura inesquecível, foram días cheios de amor e tranquilidade. Tinha tanto tempo que eu não vivia dias como esses...

A pequena Levi dormiu toda a viagem tranquila e quando chegamos o choro começou e não queria parar, eu já estava cansada e meu marido tinha muito trabalho.

_Eu vou ficar com ela lá fora. Você dorme e descansa. - digo ao Pedro que acena.

Balanço o carrinho, tiro ela do carrinho, coloco no carrinho. Ando com meu bebê no colo, me sento, me levanto ando. Onze horas da noite meus sogros chegam com o Thiago pulando feliz. Converso com ele para não acordar o pai e depois volto a me sentar.

Minha sogra pega o meu bebê, e o leva para casa. Segunda dona Eliana estava com saudade da neta, eu fico preocupada e acabo acompanhando minha sogra e quando dou por mim estou dormindo no sofá dela.

Só volto para minha casa as três da manhã. Minha sogra põe o bebê no berço e se despede de mim. Eu tomo um banho de e me deito para dormir só para ser acordada as cinco por um bebê faminto. Tenho sorte porque Lívia mama e dorme.

....

_ São só os dentes que estão nascendo. - minha sogra diz enquanto eu tento não dormir sobre o meu prato. Estou mais cochilando que comendo, tem três noites que eu não durmo e dois dias que só consigo dar pequenos cochilos, meu marido viajou a trabalho e eu estou me sentindo sozinha e exausta.

Dormi enquanto conversava com PH ontem de tarde, eu apaguei nos poucos minutos que nossa filha dormiu e eu deveria dar o mínimo de atenção ao meu marido, mas não consigo estou muito cansada!

_ É, ela não tem dormido direito e eu já tentei de tudo, estou me sentindo um fracaço! - respondo a dona Eliana.

_Não! - ele ri balançando a cabeça - não é fracasso, você é uma pessoa normal, precisa de descanso como qualquer um.

Sorrio mesmo que esteja com vontade de chorar.

Eu consigo dormir por três horas direto e pareço ter renascido das cinzas como uma fênix, essa energia é suficiente para conseguir conversar com meu marido, tomar um bom banho de lavar a cabeça.

Quando termino de fazer tudo é que dona Eliana aparece com a Lívia para mamar. Consigo sorrir de verdade para minha sogra quando ela aparece, meu bebê mama mas não volta a dormir.

_Mais de tarde se quiser posso ajudar com a papinha. - dona Eliana diz.

_Eu queria que a senhora estivesse comigo, a última papinha quem fez foi a faxineira que o Pedro chamou, e algumas que minha mãe fez e eu congelei, mas eu quero aprender a fazer, se a senhora puder é claro. - peço.

_Claro!!!! Eu vou te adorar. Assim que pegar o Thiago na escola eu venho te ajudar. - minha sogra me abraça e sai feliz pela minha porta.

O resto da tarde passa rápido, dona Eliana vem me ajudar com a papinha, Lívia come e cospe, cospe e come a papinha até chegar no final do pequeno potinho. Dou banho nela e a coloco para dormir.

Depois é só eu me deitar e dormir porque graças ao remédio que minha sogra deu ao bebê ele dorme a noite inteira.