13. Você

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Quatro meses, eu não sei como quatro meses passaram tão rápido!

_Loirinha, precisa voltar para o seu quarto antes que eu desista de ser decente, arranque suas roupas e te faça descobrir do que sou capaz. - o idiota diz com a boca grudada na minha barriga me fazendo sorrir e me remexer.

Não deveria ser nada de mais, ele não está me tocando em nenhuma outra área além da barriga, precisamente próximo ao umbigo, não deveria me sentir queimar como me sinto. É meio que surreal que agora quando ele não tenta tocar meu corpo em áreas íntimas eu deseje que ele faça.

Prendo minhas mãos com força na cabeceira da cama e mordo meus lábios para tentar reprimir um gemido. Os olhos escuros de PH alcançam os meus me fazendo esquecer o porque de não me entregar a ele.

Como se lesse os meus pensamentos PH escorre sua mão até um dos meus seios. A respiração pesa, o coração acelera mais, o estranho prazer da carícia me faz revirar.

_Pedro Hen... - César entra pela porta. - Ele parece ter ficado sem reação por alguns segundos enquanto eu abaixo minha blusa rápido me sentando na cama com os olhos no chão, já o rapaz que está na mesma cama que eu, parece não estar preocupado por ter sido pego.

_ Vocês dois não têm juízo! Você enlouqueceu Pedro Henrique! Se os pais dela entram por essa porta? Você conhece o Leonardo, você também também Cecília, o que seu pai faria se abrisse essa porta? Tem que tomar cuidado! - César está falando baixo, mas o tom é uma repreensão.

_Tomamos cuidado. - PH responde sem parecer preocupado.

_Transar com a porta destrancada não me pareceu uma atitude cuidadosa!

Sinto meu rosto pegar fogo, não consigo responder, acho que me esqueci como fazer minha voz sair pela boca.

_ Foi mal pai, não vai acontecer. - e pela primeira vez na vida eu vejo algo em PH que achei que nunca veria. Obediência. - Eu sempre tranco a porta, vou tomar mais cuidado.

_Os pais dela não sabe que estão namorando, imagina pegarem vocês... - o homem negro suspira vencido - só não quero que se meta em problemas meu filho.

PH acena, olha pra mim como se pedisse desculpas os homens saem do quarto e eu me sinto tão mal, me sinto culpada, não é como se tivesse matado alguém para me sentir assim tão estranha, saio do quarto e caminho alguns metros até estar na proteção do meu quarto, podendo chorar para aliviar esse sentimento estranho que se apodera de mim.

Pedro abre devagar e entra, não passa despercebido o barulho dele trancando a porta. PH se senta na beirada da minha cama em silêncio, ficamos assim por um tempo até ele começar a falar.

_Me sinto como Romeu, vivendo um amor proibido. - me viro para ele tentando encontrar seus olhos mesmo na escuridão do quarto - Somos o casal mais improvável e, somos tão diferentes. - meu sangue se aquece de um jeito que não tinha sentido antes, não pelo Pedro.

_Eu penso mesmo, por isso é melhor acabar logo com isso. - Ele não vai terminar comigo!

_Linda, do que está falando? - PH tenta me tocar, mas me afasto. - Por que isso agora Cecília? - ele pergunta, sua voz parece magoada, não quero pensar nisso agora, ele veio terminar comigo, eu sei.

_Porque você tem toda razão Pedro Henrique, somos o casal mais improvável, somos muito diferentes, além do mais, estamos em uma fase conflitante. - respondo me ajeitando na cama.

_Fase conflitante... - ouço um risada sem qualquer graça - não entendo o que isso quer dizer. - a voz baixa e ainda magoada do cunhado do meu irmão chega até meus ouvidos.

_ Você quer sexo, Pedro Henrique! Essa sua mão não pára, você não pára, não me respeita! Eu já disse que não vai rolar e você parece que não entendi! - não sei porque estou dizendo essas coisas, o que eu quero é me jogar nos braços dele e entregar tudo de mim.

_Você não parecia alguém que não quer transar mais cedo, não lembro de ter afastado minha mão do seu seio, não lembro de me dizer para parar! Eu nunca forcei você princesa, não preciso disso! - a voz amarga do moreno e tudo que retumba pelas paredes do meu quarto, enquanto seguro meu choro e meu coração se esquece bater. - Pensei que fosse diferente, mas aí está você de verdade.

_O quer dizer? - tento manter minha voz firme e a respiração regular.

_Quero dizer que você é fraca, na primeira dificuldade está desistindo, está me acusando de algo que você também quer, mas tem medo! Eu não tenho culpa se você tem pais controladores Cecília, não sou seu Romeu e não vou morrer no final dessa história! Também não vou ser o brinquedo de ninguém. Sinto muito é melhor encontrar outro otario.

Henrique abre a porta e vai embora, não durmo a noite, não consigo. É impossível conseguir olhar para qualquer pessoa dentro daquela casa e eu agradeço por estarmos a três dias do casamento. Ninguém nota minha tristeza até o almoço do segundo dia, é minha cunhada a colocar seus olhos em mim.

_ Parece cansada cunhadinha, tudo bem?

_Estou ansiosa, eu acho. - sorrio olhando ao redor da mesa, minha mãe tem seus olhos em mim e meu irmão parece procurar por alguém porque olha ao redor e se levanta sem pedir licença.

_Imagina no seu casamento! - Victoria sorri.

_Podemos fazer aqui na fazenda... - minha cunhada abre um grande e feliz sorriso os olhos perdidos em alguma imagem criada por sua mente - você daria uma noiva linda!

Um grande nó se forma na minha garganta, forço um sorriso antes de sair da mesa as presas sem comer direito. Eu me seguro para não chorar, passo pela área da piscina, o local onde o casamento está sendo preparado, corro para longe, continuo andando e correndo para o mais longe que consigo, para longe dele.

Foi sem querer, que me apaixonei por vocêWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu