19. Apavorada.

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_Você sabe que isso não vai dar certo! Não é uma boa ideia Pedro.

_Linda, estamos namorando tem seis meses! Eles vão acabar nos pegando juntos e eu não quero isso!

_Podemos esperar o processo acabar? - pergunto tentando adiar o máximo que posso.

_O processo termina semana vem. A última audiência é na quarta. - que merda! Eu preciso de mais tempo. - A Raissa desistiu do Thiago, não tenho que recorrer nada, ela vai assinar os papéis. - PH realmente ama o garotinho, quem não ama? Ele é tão doce, tão educado, tão lindo! Fico feliz por esse garoto ter alguém que cuide dele e o ame.

_Você está feliz. - eu constato.

_É meu filho. Você entende? - eu não só entendo como admiro muito sua atitude, o problema é meu pai acha que Pedro só está levando mais uma boca para o pai sustentar! Eu não sei porque ele simplesmente não fala com o que trabalhar e quanto ganha, assim meus pais parariam com essa implicância deles, mas há um certo sigilo sobre isso.

_Eu entendo. Super entendo você e admiro por isso. - O problema é que meus pais tem uma coisa contra você, eles te detestam!

_Admira é...?

Sorrio trazendo seu corpo para junto do meu e beijo seus lábios. Estamos na casa da fazenda deitados na grande rede enquanto o pessoal foi ver algumas cabeças de gado que o meu sogro comprou.

_Se continuar assim não vou te resistir! - sorrio. - vamos para a sala de jogos talvez assim pense em outra coisa. - ele se levanta e eu acho engraçado tudo isso.

Dou a minha mão a ele e caminhamos juntos até uma grande sala na casa. Tem uma enorme TV, totó, sinuca... O ambiente com pouca luz pareceu uma péssima ideia.

_Eu não sabia que tinham reformado... - Ele murmura. Voltamos a nós beijar e o beijo aquece se transformando em un amasso quente.

A camisa do PH está chão, meu vestido está uma bagunça, embolado no meu corpo enquanto nos amamos sobre a mesa de sinuca, somos sempre tão cheios dessas loucuras, talvez isso seja o que eu mais gosto. A adrenalina, o gosto doce do proibido, é tão errado e ao mesmo tempo tão certo e tão bom!

_Caramba! - a voz do meu irmão soa da porta. PH me abraça cobrindo meu corpo para que meu irmão não o veja, mas tenho certeza que é tarde demais. - Vocês estão fazendo sexo aqui!? Qual o problema de vocês!? Cecília meu pai estava vindo para cá! Se ele pega vocês... - as mãos apressadas no Henrique procuram arrumar o vestido de volta no meu corpo com pressa.

_Pára! Eu consigo fazer isso sozinha! - brigo com meu namorado que me larga para colocar sua camisa.

_Vocês não tem noção do perigo, ou gostam de desafiar a morte!? - meu irmão que antes estava de costas, aproxima.

_O que tá rolando? - minha cunhada pergunta e olho para ela, Henrique está se afastando pela outra porta e não olha para trás, ainda estou me arrumando. - Vocês estavam...?

_ Dá pra acreditar nisso!? - meu irmão volta a reclamar - Nem nós que somos casados encaramos uma estupidez dessas! Onde vocês estavam com a cabeça Cecília!?

Dou ombros sem saber o que responder. Pedro foi embora me deixando sozinha nessa, o que foi bastante covardia da parte dele. Meu pai entra pela porta que meu namorado saiu olhando ao redor e elogiando a sala de jogos, o clima fica estranho. Balanço a cabeça incomodada com o clima estranho, estou com tanta raiva do Henrique!

Passamos o resto do dia e da noite separados até ele se deitar ao meu lado no meio da madrugada. Ele só me abraça e não diz nada, eu suspiro sem saber muito o que dizer, essa coisa entre gente não tem qualquer futuro e eu continuo insistindo...

É muita burrice da minha parte.

Na manhã do dia seguinte enquanto estamos limpando a piscina juntos ele tenta puxar assunto outra vez.

_Minha bermuda ficou toda suja, por isso sai de lá, alguém poderia ver e aí a coisa toda ia desandar de vez...

_Sua bermuda estava suja de quê? - pergunto me virando para ele.

_Eu não usei preservativo. - minha mente dá voltas, voltas e mais voltas, alguma parte de mim parece ligar o alerta enquanto outra está dormindo, um efeito que ele causa em mim - Vou comprar pílula para você amanhã.

_ Pílula... Hum... - eu me sinto tão idiota e tão perdida, essa foi uma puta irresponsabilidade do PH e enquanto eu deveria estar gritando e batendo nele só fico aqui olhando para ele feito uma bocó. - Tudo bem? Você parece tão... Assustada.

_Eu estou completamente apavorada, não, não consigo pensar. Essas coisas não podem acontecer Pedro Henrique! Pílula do dia seguinte é o último caso, último caso!

_Eu não tinha camisinha naquela hora, o que você esperava? - Que você me dissesse? Que perguntasse? Fizesse algum comentário que fosse. Só não me deixasse nessa sozinha. - Vai dizer que não sabia a diferença?

_Eu não sei. - respondo já chorando de medo e nervoso. - Eu não realmente não sei... - choro com tanto medo e nervoso. Você sabe que eu não sei...

Meu coração bate tão depressa e estou com tanto medo e pavor, só de imaginar que posso estar grávida sinto minha pressão indo embora e sem que eu consiga segurar vômito ali mesmo, na piscina.

_Caralho! Você está passando mal? - Henrique pergunta enquanto coloco meu interior todo pra fora. Me ajoelho no chão me sentindo fraca, lágrimas escorrem pelo meu rosto e eu não sei se de medo ou pelo vômito.

Henrique grita pelo meu irmão que está em algum lugar perto porque chega rápido, acho que vou desmaiar. Mas PH me pega no colo e meu irmão ajuda segurando minha cabeça de lado.

_O que ela tem? - uma enorme confusão parece se estender por todos os habitantes da casa.

Quando penso que não poderia piorar minha cunhada pergunta ao irmão se estou grávida, meu pai pergunta como assim e eu volto a vomitar e apagar em seguida.

...

Abro os olhos confusa, sei que estou em um hospital porque o cheiro desses locais é muito idêntico, a luz do quarto em que estou me incomoda um pouco e demoro a conseguir abrir os olhos. Estou com um pouco de dor cabeça e me sentindo um pouco fraca.

_Minha filha, como você está? - meu pai pergunta e estou com medo de que ele saiba de tudo.

_ Não sei pai... O que aconteceu?

Por favor não diga que estou grávida!

_Você teve uma crise nervosa. - ele responde todo preocupado.

_Crise nervosa... - sorrio achando engraçado, acho que a ideia da gravidez é mais plausível - o médico receitou tratamento e consulta ao psicólogo toda a semana.

_Pai... Que idiotice! Eu não sei de onde o médico o tirou essa ideia absurda.

_Dos exames que dizem que sua pressão estava muito alta, altos níveis de adrenalina no seu sangue, qual a resposta exatamente você quer?

_E o que vem agora? - pergunto fazendo careta.

_Repouso mocinha. - meu diz. - Vamos deixar você ficar aqui na fazenda até o fim das suas férias. Não me pergunte porque, mas concordei em deixar aquele tal de Pedro levar você para casa, já que eu tenho que viajar antes...

_Acho que quem vai precisar de cuidados médicos é você pai. - digo. - Está trabalhando demais.

Ele sorri passando a mão na minha cabeça e vejo minha entrando pela porta.

Foi sem querer, que me apaixonei por vocêWhere stories live. Discover now