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Estamos indo embora do hospital quando PH pede para passar numa farmácia. Ele trás uma sacola grande e quando meu pai pergunta o que ele tanto comprava ele abre a sacola com desodorantes, shampoo, pós barba... Tento segurar o meu riso porque eu seu que lá embaixo deve estar cheio de camisinhas, pílula, teste de gravidez e sabe-se lá mais o que!

Quando chegamos na fazenda a "ex" do PH estava lá, ela faltou se esfregar na cara dele, empurrando o garoto para ele. Será que ela não vê que todos sabem que essa criança não é do Pedro e que ele tem dó do garoto por crescer sem um pai?

Me lembro do meu namorado dizer que vai ficar com o garoto e que ela vai entrega-lo. No fundo acho que ela não vai fazer isso e tenta enrolar o máximo que consegue.

Ela começa a contar sobre um namorado novo, e o quanto ele é maravilhoso, acho que está mentindo, mas não falo nada. Ela toca no meu namorado o tempo todo! Coloca um biquíni que deveria ser proíbido, dou graças a Deus quando minha sogra pede a ela para colocar uns shots porque tem homens na casa.

Ela vai a contra gosto e obedece.

_Comprou o teste? - pergunto para o Pedro que me responde com aceno.

_Comprei a pílula também, toma ela. - ele instrui.

_Ok. - Respondo sem dar muita bola pra ele. - onde está?

_No quarto, dentro do armário do meu banheiro.

Aceno e saio de perto dele para poder entrar e pegar as coisas que ele comprou pra mim. Abro a porta do seu quarto e fecho em seguida, como uma obra satânica, lá está a morena de braços cruzados. Ela me olha com completo desdém.

_O que está fazendo aqui? - ela pergunta.

_O que você está fazendo aqui!? Até onde eu sei esse é o quarto do meu namorado. - dou de ombros.

_ Por enquanto bebê. Porque no dia que eu cismar, o Pedro volta pra mim em um estalar de dedos. - fico olha para a mulher sem conseguir pensar em uma resposta, de tão absurdo é o que ela diz. - Ou você acha que ele me banca e banca nosso filho atoa? Só eu tenho o que ele precisa e quer menina.

Um sorriso idiota aparece no meu rosto. Ela está falando de sexo? Só pode! Que baixaria, eu não ficaria aqui para discutir algo assim, nem se eu achasse que é verdade. Olho para a louca da ex do Henrique e me viro indo embora do quarto.

Confesso que não estava muito calma, mas não ia brigar com ninguém por uma coisa tão idiota quanto o que aquela mulher disse. Penso em ir para meu quarto, mas minha cunhada me para no caminho.

_Você fez o teste? - agora todo mundo sabe que tem possibilidade de eu estar grávida?! Ótimo! Maravilha!

_A ex do seu irmão estava no quarto, vou esperar ela sair...

_O que aquela piranha tá fazendo lá!? - Vic praticamente grita.

_Xiiiiii. Por quê você está gritando? - pergunto a ela.

_Porque eu detesto aquele projeto de puta! Não sei onde meu irmão estava com a cabeça. Ela intimidou você? Provoucou você? Com certeza provoucou! Pois eu vou lá agora, vou arrancar aquele cabelo dela...

_Vic, para! Que vergonha. - eu odeio baixaria e confusão.

_Vergonha, quem tinha que ter era aquela safada! Ah! Mas pode deixar que eu vou me acertar com ela agora!

Deixo minha cunhada ir atrás da ex do irmão e corro atrás do PH para falar com ele. Estou com medo que aquela garota faça alguma coisa contra minha cunhada. Antes que Pedro entre no quarto escutamos a briga e a discussão. Quando meu namorado entra em seu quarto seguido do pai que eu não vi vir atrás de nós, meu irmão e minha mãe, a mulher para de gritar. Ela para na mesma hora e eu fico completamente surpresa com a expressão pacífica que ele fez.

Penso que Henrique vai cair na atuação da ex, mas não, ele simplesmente veste uma máscara de frieza e pede a mulher para ir embora. Pedro é tão frio com ela que fico assustada, eu nunca tinha visto ele agir desse jeito!

Em lágrimas Raissa, ex do meu namorado começa a juntar a sua roupa e a do filho que me pergunto o que fazem no quarto do PH, mas meu namorado diz a mulher que ela não vai levar o garoto. Simples assim. Ela fica parada olhando para Henrique durante alguns segundos, todos os hóspedes da casa estão no quarto assistindo o barraco.

A mulher que antes parecia até bem, não fosse todo o drama, vira uma onça, um bicho, não sei como dizer. Ela vai para cima do PH querendo bater nele. Meu namorado se defende segurando ela para parar de apanhar, meu irmão e o meu pai que não sei onde estavam seguram a maluca que chinga tantos palavrões que só maiores de vinte um teriam permissão para ouvir.

_A culpa é sua vagabunda! - olho para trás procurando a pessoa que ela está culpando. - É você mesmo loira falsificada! - Faço uma expressão de surpresa digna de Oscar. Eu sei porque ela está me culpando, mas meus pais estão aqui e eu não quero que eles saibam. - Está dando pra ele, domindo com o meu homem, é namorada dele? Ele só está com você para se divertir, puta!

_Raissa, eu acho que você está fazendo um papelão, por favor, pegue suas coisas e vá. Não quero que nos tornemos inimigas, mesmo depois de tudo que você fez ainda fui capaz te perdoar. - dona Eliana diz calma - Você está passando dos limites agora, ofendeu minha filha, meu filho e agora está ofendendo essa jovem. - minha sogra fala com uma paciência invejável.

_Mas a culpa é dela! - a Raíssa agora chora - Henrique ainda me amava...

Pedro debocha, solta um sorriso tão cheio de desdém que me dói só de pensar em receber algo parecido.

_ Eu deixei de te amar quando você mentiu e voltou a mentir. Se faço alguma coisa é pelo garoto. - uma enorme lâmpada brilha reluzente na minha cabeça.

Thiaguinho!!!!

Corro o olho em cada canto daquele lugar buscando o garotinho de cabelos pretos, mas ele não está. No meio da confusão o garoto se perdeu, sem me preocupar vou atrás da criança. Procuro por ele em cada canto daquela casa enquanto a discussão continua.

Demora até acha-lo atrás do carro dos meus pais chorando. Meu coração se parte porque ele é só uma criança, não tem culpa das loucuras da mãe ou das brigas entre eles, nada é culpa desse lindo garotinho.

Chego perto dele com cuidado, faço carinho no rostinho dele tentando acalma-lo, digo que vai ficar tudo bem sem deixar de fazer um carinho nele. Em algum momento o garoto me abraça apertado. Fico sentada no chão ninando o garoto e dizendo que vai ficar tudo bem.

Ele dorme nos braços e eu tenho vontade de chorar por ver uma criança como ele, tão pequeno, sofrer tanto por causa de uma atitude como o que a mãe dele acabou de fazer.

Meu pai e PH me encontram com o bebê no colo, aquela altura Raissa já deveria ter ido embora e eu me sinto aliviada. Por sorte, parece que as acusações da maluca, apesar de verdadeiras, soaram como a reação de uma mulher louca e meus pais não levaram a sério.

Foi sem querer, que me apaixonei por vocêWhere stories live. Discover now