De Volta para Casa...

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       Stan observou Dipper ir para o quarto assim que terminou de comer. O garoto devia estar muito cansado, após mais um dia no mercado de Madara. E só faltava fazerem as compras de mantimentos para a viagem de volta e comprarem alguns presentes para a família. 

       Há dias que Dipper acompanhava Stan nas visitas aos fornecedores de mercadorias, como tecidos e ferramentas, e observava o homem mais velho negociando. E ele anotava tudo o que julgava importante.

      Dipper gostou de conhecer a oficina do mestre vidreiro e admirou a habilidade dos artesãos no trabalho com o vidro. E o mesmo se deu com o artífice do metal... Era impressionante a habilidade do homem em trabalhar com o metal e produzir peças tão delicadas. Mas, visitar o mercado de livros foi a melhor parte... e Stan quase não conseguiu tirar o garoto de lá. E ele só foi embora após Stan comprar-lhe três livros novos!

        Stan sabia que Dipper estava fazendo uma espécie de diário sobre tudo o que vira até agora. O garoto era mais parecido com Ford, nesse ponto. Ambos gostavam de ler e fazer suas anotações pessoais. Mas, Dipper também tinha aptidão para o comércio, o que alegrava o homem mais velho. E Stan tinha certeza que Dipper seria um excelente mercador, como o próprio Stan e seus antecessores: seu pai e seu avô!

     Os dois ocupantes do quarto dormiam profundamente e nem perceberam uma figura se materializar. A misteriosa pessoa que estava coberta com uma capa negra observou-os dormindo por alguns instantes. E antes de se retirar, ele ajeitou o lençol que cobria o garoto. Ele também passou a mão por seus cabelos desgrenhados e sussurrou suavemente:

        "Bons sonhos, pequenino... Nenhum mal irá chegar perto de você!" – E desapareceu em seguida.



          No dia seguinte, eles saíram novamente. Dessa vez, foram atrás de alguns presentes para a família. E eles compraram véus bordados para a senhora Carmela e para Melody, babuchas novas para Soos, um jogo de estiletes afiados para Ford e um conjunto de pincéis de maquiagem para Mabel. E sem que Dipper percebesse, Stan também lhe comprou um presente: um conjunto de pintura para que o garoto pudesse desenhar tudo o que vira.

       Depois que voltaram para a pousada, Stan teve que ir ao Palácio novamente, a pedido do Califa. O governante queria que Stan levasse uma mensagem para o Sultão - pedido que o mesmo não se recusou em atender! Já havia se tornado um hábito entre eles... E Dipper permaneceu em seu quarto, mantendo a porta trancada e não abrindo em nenhuma circunstância... A não ser que a pousada estivesse em chamas!

       Dipper não se importou em ficar sozinho por algum tempo, pois ele estava mais interessado em ler seus livros novos. E também escrever sobre o que vira no mercado de Madara durante a manhã. E, obedecendo às ordens de Stan, não abriu a porta para ninguém. Nem mesmo quando bateram e perguntando se ele não queria comer ou beber algo...

      "Não, obrigado..." – respondeu o garoto sem se levantar da cama. "Eu não quero nada!"

       "Está bem... garoto!" – Respondeu a voz do outro lado, parecendo decepcionada.

       E o homem se afastou devagar frustrado por não conseguir seu intento! Mas, não desistiria assim tão fácil! E o rapaz era uma presa fácil... desde que chegaram à pousada, ele observara e seguira os dois. Conhecia o mercador, mas o garoto era desconhecido. Ao indagar a alguns conhecidos sobre eles, descobriu que era sobrinho-neto do mercador. Uma presa valiosa e inexperiente!

        Talvez tivesse mais sorte se conseguisse entrar por outro lugar, como a janela, por exemplo! Raptar o garoto para extorquir uma boa soma em dinheiro do mercador era muito mais fácil e simples que atacar o homem mais velho. E o criminoso sabia que o mercador era bom com a cimitarra. E o mercador sempre a levava consigo, mesmo quando estava comendo ou descansando. Não terei a menor chance de vencê-lo numa luta com espadas, pensou o patife.

O Menino e o Gênio DouradoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora