As Caravanas Partem Novamente...

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          Dipper acordou no dia seguinte e, por alguns instantes, não conseguia se organizar corretamente. Ele olhou em volta e percebeu que estava em seu quarto, na pousada. Ele lembrou-se do Gênio e o chamou imediatamente...

        "Gênio? Gênio... onde estás?" – Indagou Dipper olhando em volta à procura da pirâmide. Mas, o objeto não estava à vista... Nesse momento, Stan entrou no quarto para acalmar o garoto.

         "Não se agite, Dipper..." – Disse ele suavemente, fazendo Dipper voltar a deitar. "Você nos deixou preocupados quando desmaiou daquele jeito! Mas, Ford disse que você só precisava repousar... Ele até lhe deu um remédio de ervas para lhe ajudar a dormir melhor!"

         "O que houve, tivô Stan?" – Indagou Dipper ainda sem entender direito. "Como eu cheguei aqui? Eu... eu só me lembro de que estávamos na masmorra e então..." – ele tentou se lembrar.

      "Eu ouvi você chamando pelo gênio..." – Stan começou a falar bem devagar. "Mas, ele não está mais por aqui! Ele foi embora... assim que realizou o seu terceiro desejo!" – Ante o olhar espantado do rapaz, ele completou: "Eu já sei de tudo, Dipper..."

        Dipper fechou os olhos e aos poucos as lembranças voltaram para sua mente. E ele começou a se lembrar do que houvera: a sua prisão e a de seus tios-avôs... A chegada do príncipe Gideon e as ameaças dele a respeito do gênio! A aparição do gênio e a descoberta da verdade sobre o ser mágico. O desespero de Dipper ao ver seus tivôs serem torturados por ordem do príncipe e o seu terceiro desejo...

         Também recordou quando o gênio revelou que se tornara um gênio livre, graças à bondade e à generosidade de Dipper. Dipper percebeu que, ao desejar que tudo ficasse bem, ele libertara o Gênio de sua condição de servo! E a consequente invasão dos nômades para libertar o oásis da tirania do falso sultão! Seus olhos se encheram de lágrimas...

        "Shhh... não chore, meu pequeno!" – consolou-o Stan enxugando suas lágrimas. "Eu estou orgulhoso de você! Você nos salvou... a nós e a toda a humanidade! O que você fez, não tem preço!"

        "Eu... eu nem consegui agradecer ao Gênio, tivô! E nem me despedi dele... Ele deve ter ido embora achando que eu sou um ingrato!" – Fungou Dipper, envergonhado.

         "Eu não acredito nisso, Dipper! Ele lhe agradeceu por seu coração puro e sua alma generosa, antes de desaparecer..." – respondeu Stan gentilmente. "E disse que jamais o esquecerá..."

        "Eu também não o esquecerei, tivô... ele era muito mais que apenas um servo! Ele era meu amigo... e a gente conversava bastante! Ele respondia às minhas perguntas e me contava coisas que eu nem podia imaginar... Até me falou sobre os pinheiros! E disse que, se eu quisesse, ele me levaria para ver uma floresta de pinheiros... Mas eu não quis! Eu respondi que era um desejo bobo!" – confessou Dipper.

         "Depois, você nos conta sobre os pinheiros, garoto!" – replicou Stan encerrando a conversa. "Agora, vá lavar o rosto e troque de roupa! O desjejum está sendo servido agora e nós temos muito que fazer!"

         "Sim, tivô Stan... eu já vou!" – respondeu Dipper pulando da cama. Ele despejou um pouco de água do jarro na bacia e lavou o rosto. E enquanto ele vestia sua roupa usual, Stan foi até a cozinha para pedir que Carmela aquecesse um pouco de leite com mel. Dipper precisava estar bem alimentado para o longo dia que teriam.

          Após o café da manhã, Dipper foi treinar com o mestre espadachim e depois foi à casa de Ford para cuidar do jardim, como sempre! E em seguida, acompanhou Stan até o curral dos camelos para ajudar na organização da nova viagem que seria em alguns dias. Era muito trabalho, mas ninguém estava reclamando. Na verdade era ótimo poder trabalhar sem a constante ameaça por parte do falso sultão ou de seu braço-direito, Jammal!

O Menino e o Gênio DouradoWhere stories live. Discover now