O Menino e o Gênio Dourado

O Terceiro Desejo

        "Bravo... foi um espetáculo tocante! Eu quase comecei a chorar, também!" – Ironizou Gideon batendo palmas. "Mas, agora chega de drama e vamos ao que é realmente importante!" – Ele fez um gesto e os guardas que o acompanhavam separaram Dipper e Stan.

        Enquanto os homens mais velhos eram mantidos quietos com adagas em seus pescoços, o jovem príncipe continuou a pressionar Dipper a invocar o gênio. E ele não estava disposto a desistir de seu intento, pois sabia que Dipper faria qualquer coisa para manter sua família a salvo! E Gideon usaria isso a seu favor...

          "Faça o que é preciso para chamar o gênio, rapaz! E não demore... a não ser que queira ver seus amados tios-avôs morrerem na sua frente! E não adiantará pedir ao gênio para trazê-los de volta! Você mesmo disse que o gênio não pode ressuscitar quem já morreu, mesmo!" – Ordenou Gideon com crueldade.

         Dipper olhou para seus familiares com tristeza e começou a montar a pirâmide. Assim que terminou, ele movimentou as partes com cuidado até completar a figura do olho. Em seguida a pirâmide começou a brilhar e a fumaça dourada saiu do olho, totalmente aberto, fazendo a figura do Gênio Dourado se materializar na cela, diante do todos.

         "Eu estou aqui... O que desejais, pequeno amo?" – Indagou o poderoso ser dirigindo-se diretamente para o garoto que estava ajoelhado no chão duro. Só então ele percebeu a presença dos outros... E não levou dois segundos para entender tudo! Seu jovem amo estava em perigo... e sua família também!

          Gideon, que estava maravilhado com a visão, levou alguns instantes para se recobrar e assumir o controle da situação. Ele avançou e arrancou a pirâmide das mãos de Dipper, antes de falar com arrogância:

         "Eu sou o príncipe Gideon... e agora, você irá atender aos meus desejos, gênio! Como seu novo amo, você fará o que eu quiser!"

         Porém, nesse momento, a pirâmide se desmontou e seus pedaços caíram ao solo. E o gênio estalou os dedos fazendo-a se remontar novamente e voltando para as mãos de Dipper. O garoto estava boquiaberto com o acontecido... e o mesmo acontecia aos demais.

          "Por enquanto, apenas o jovem Dipper pode fazer algum desejo." – Respondeu o Gênio sem se abalar com a cara feia do príncipe. "Ele ainda é meu amo e o será até receber todos os três desejos! Somente após o último desejo ser atendido, um novo amo pode ficar em seu lugar!"

           "Então, ele precisa fazer o terceiro desejo para que eu tenha a minha vez?" – Perguntou Gideon, tentando entender.

           "Exatamente... apenas um amo por vez!" – Respondeu o Gênio imperturbável.

           "Dipper, então deseje que esse príncipe seja transformado em um sapo verruguento! Ou um cachorro vira-lata, cheio de pulgas..."- gracejou Stan sem se importar com a adaga em seu pescoço. "Quem sabe então um jumento de carga para que ele aprenda a trabalhar pesado!"

          "Cale-se, velho maldito!" – Vociferou Gideon, irritado com as sugestões apresentadas. "Se não quiser que eu ordene que arranquem a sua língua e a joguem aos porcos!"

           "Não faça nada disso, Dipper..." - Alertou Ford. "Você não pode desejar algo mau ou será o fim de toda a humanidade! Eu sei quem ele é... Ele é o Gênio Dourado!"

           "Eu também sei disso, tivô Ford... ele me disse quem era quando se manifestou da primeira vez!" – respondeu Dipper confirmando as palavras de Ford.

          "Dipper, há algo que você não sabe e ele não deve ter lhe dito..." – Ford replicou. "Em um livro de mitos que eu li, havia algo sobre do Gênio Dourado! Contava que o Gênio Dourado era um gênio rebelde e trapaceiro que foi condenado a servir a mil amos sem qualquer trapaça ou mais cem amos seriam acrescentados ao castigo. O livro também dizia que o último desejo do último amo poderia decidir o destino do gênio e até de toda a humanidade. Se o desejo fosse bom, o gênio se tornaria um Djiinn, um gênio livre ou um espírito benevolente. Mas, se o desejo fosse mau, o gênio se tornaria um demônio perverso e cruel que destruiria toda a humanidade!"