É Assim Que a Banda Toca

13. É assim que um famoso é desconhecido

Parece que assinar um acordo com Choi Soobin é tudo o que você precisa fazer se quiser que ele fique grudado na sua cola vinte e quatro horas por dia.

Talvez fosse a sua vergonha em assumir que era cruel com outras pessoas, a sua irresponsabilidade com consequências, ou o medo de levar uma bela surra de novo: tudo era possível para ser usado como explicação do porquê Soobin começou a fugir de mim toda vez que nos encontrávamos sem querer nos corredores do colégio – e, ironicamente, foram tantas as vezes que nos esbarramos, que eu até perdi a conta e passei a aceitar isso como um eventual acontecimento da minha rotina.

O que era hilário e me fazia rir igual um desgraçado, foi que passamos o Ensino Alto inteirinho sem nunca ter visto a cara do outro uma vez sequer, mas foi só ele aparecer magicamente no vestiário dos atletas que toda a nossa vida acabou mudando drasticamente. Agora, Soobin soava como uma assombração que perturbava até o mais silencioso dos meus pensamentos, e vice-versa.

Tirando esse incômodo durante a semana, após a nossa briga na sala dos professores, como prometido, eu contei todos os detalhes para o meu melhor amigo assim que tive oportunidade.

Mesmo levando mais uma camaçada de soquinhos nas costas de Taehyun, nada pôde me deixar para baixo naquele dia, porque Heeseung tinha cumprido com a sua promessa também, e me mandou uma mensagem assim que as aulas do dia terminaram.

Ele tinha enviado um "oi" com uma carinha sorridente, e posso concluir que essa foi a mensagem mais fofa que eu já recebi em toda a minha vida.

— Já vai começar o web flerte? — Taehyun debochou, ajeitando o seu cabelo enquanto esperamos pela carona do ônibus.

— Web flerte é um termo muito rude — eu o repreendo, respondendo com um outro "oi" para Heeseung no meu celular e guardando o aparelho no bolso da calça. — Prefiro usar algo como: "troca de mensagens entre duas almas gêmeas que estão finalmente se aproximando e logo estarão unidas antes de terminar o colegial."

— Você é mesmo muito apaixonado por esse garoto — concluiu Taehyun, balançando a cabeça, e encolhi os ombros, timidamente concordando consigo.

Mas se pudesse, eu gritava para Taehyun que eu era muito mais do que apaixonado. Eu sou capaz de desperdiçar todas as minhas forças só para subir em cima de um prédio e anunciar para a cidade inteira com um megafone o quão grande era o meu amor por Heeseung, até ele aparecer do meu lado com um anel de noivado e confessar que retribuía todos os meus sentimentos da mesma forma que eu os sentia.

Claro, era uma fantasia maluca, mas era a melhor representação do que eu conseguiria fazer para expressar todo esse comichão inquietante que eu sentia a cada vez em que eu pensava nele.

Heeseung era mais do que uma experiência, um romance passageiro ou algo para guardar na minha memória. Ele é o amor, em seu mais puro formato significativo. E eu tinha sido escolhido para sentir isso por ele, com toda a minha alma e personalidade questionável, sem nenhum propósito, apenas decidido pelo destino.

Se nada desse certo com esse acontecimento, ou se nem pelo menos eu pudesse ter a chance de conquistar o seu coração, eu acho que acabaria depressivo pelo resto da minha vida.

Mesmo se essa chance de questioná-lo surgir, e a resposta dele for negativa, pelo menos, ter a oportunidade de pedir a mão de Heeseung já é considerada uma dádiva. E eu precisava ter essa experiência, precisava sentir isso se quisesse finalmente aquietar o som dos meus batimentos cardíacos toda vez que o avistava passear pelos corredores do colégio.

Lee Heeseung precisa pagar o preço por ter roubado o meu coração.

Felizmente, Heeseung estava facilitando muito para o meu lado, e todo o azar que o karma me fez passar nos últimos dias foi finalmente soterrado por água abaixo.