- Palhaço! - dei um outro tapa em seu braço, que tinha certeza que não fazia nem cócegas... assim como o primeiro - Foi bom te encontrar, Yuri. Aproveita a festa que eu vou indo
- Não vou conseguir mesmo te convencer a ficar, né?! - neguei com a cabeça - Então eu te levo em casa
- Nada disso! Você acabou de chegar garoto... Além do que eu posso muito bem chamar um uber
- E gastar dinheiro pra que? Se tem um amigo pra te dar carona - ja foi logo me puxando pelo braço em direção a um carrão, que só imaginei andar se participasse daquele programa "Dia de Princesa do Gugu (que Deus o tenha)" - Você sempre abandona seus amigos assim na festa?
- A maioria nem são meus amigos. Uma das minhas colegas de trabalho tá de caso com um jogador de um timinho ai, e fica um monte desses jogadores metidos
- Ei... Me inclua fora dessa - se defendeu ofendido
- Você é uma exceção, além de não jogar no time rival. Meus amigos que ficaram eram poucos, além de se enturmarem com essa turma classe alta bem melhor que eu
- Uma duvida - falou enquanto dava partida no carro - Eu entro nessa turma classe alta ou ainda sou uma exceção?
- Ainda não sei dizer - revelei, e ele fez cara de ofendido novamente - Mas se serve de consolo, você não me parece tão metido
- Apesar de não ser excelente parece bo... - ele foi interrompido pelo toque estridente do meu celular
Não havia nome no identificador e aquilo era estranho.
Mesmo relutante resolvi atender, afinal vai que era uma coisa séria.
- Teça? - meu nome foi chamado enquanto uma musica alta tocava ao fundo
- Sou eu, quem fala?
- Ah! Oi, é Diego quem está falando - falou hesitante, e demorei um pouco pra associar o nome a pessoa. Mas, quando fiz me arrependi amargamente
- Hum! O que deseja? - era notória minha mudança no tom de voz, atraindo até o olhar desconfiado do jogador ao meu lado
- É... Hum... Bom... É que você saiu do nada... Seus amigos estão procurando por você - acho que nem mesmo ele acreditava no que dizia
- Ah, ok! Vou avisa-los que estou bem - dei aquela conversa como encerrada e já ia desligar quando escutei um berro no outro lado da linha - Mais alguma coisa? - perguntei com uma falsa paciência
- Sim... Não... Quer dizer, tem sim
- Sim ou não? Se sim, é bom falar logo porque não tô com tempo - completaria com nem paciência, mas deixei por isso
- Tem sim! Eu gostaria de pedir desculpas pelo que falei naquele dia, fui um bab...
- Eu recebi o bilhete, então acho que de certa forma isso já foi dito... Algo mais? - o cortei tentando ser direta e acabar logo com aquela palhaçada
- Não, era só isso mesmo
- Certo! - dessa vez não esperei pelo berro ou qualquer outro sinal, apenas finalizei a ligação
Havia passado a noite inteira tentando eliminar a presença do tatuado, mesmo que ela fosse explicita.
E até que obtive certo êxito - nenhum problemas foi criado, até um bêbado resolver vir cantar sobre minha etnia.
Bela noite de sábado!
- Problemas no paraíso? - a voz do Yuri me tirou dos meus pensamentos
- Nada demais
- O que acha de um chopp e uma partida de sinuca? - propôs e mesmo estranhando topei
Qual é... Era uma jogador do meu time
Além de ser extremamente gato, e... Jogador do meu time.
Passa esse pano, vai?!
- Não acho que seja uma missão muito fácil achar um lugar pra fazer isso e passar despercebido como uma pessoa normal quando se tem Yuri Alberto do lado - ironizei - Mas vamos lá... Qual o seu plano?
- Ainda não tenho um, mas creio que se acharmos um barzinho pouco movimentado conseguimos menos alvoroço - deu de ombros
Se o escritor da minha vida me dissesse que acabaria aquela noite fracassada jogando sinuca com um bando de bebados de 70 anos de idade e tomando um litrão de 8 conto -
claramente eu acreditaria né... Isso é super a minha cara.
Mas dai vem a parte que inclui o Yuri Alberto, com a camisa de botão aberta até a metade por conta do calor, tomando uma cerveja no copo de requeijão.
Dai nessa parte eu diria que o escritor estava um pouco chapado e que isso jamais aconteceria -
PORÉM É EXATAMENTE ESSA A CENA QUE MEUS OLHOS ESTÃO VENDO.
Bom... Talvez eu esteja chapada!
- Sua vez india - o seu João que conhecemos a cerca de 40 minutos anunciou
- Qual era a aposta inicial mesmo? - perguntei me preparando pra dar a próxima tacada
- Uma grade de cerveja e um ingresso na área vip pro Majestoso - um outro senhor relembrou, destacando a ultima parte pro jogador ali presente
- Então acho que temos uma vencedora - anunciei após acertar uma tacada certeira que fez minhas duas últimas bolas irem, quase que sincronizadas, com tudo pro fundo do buraco - Podem ir começando a me pagar o que devem
A cara de todos ali, sem exceção, era de completo choque.
Enquanto eu reverenciava e mandava beijinhos de forma bem teatral.
Antes que alguém pudesse dizer mais alguma palavra, o barulho estridente do meu celular desviou minha atenção.
- Oi papai, dessa vez eu juro que já estou a caminho - falei de imediato, devido as corriqueiras ligações do meu velho nas ultimas horas
- Confesso que gostaria de te ver me chamando assim em outras ocasiões, mas apesar de não ser seu pai, pensei que pelo horário que saiu da boate já estaria na segurança de casa - olhei no identificador e só então percebi que podia ter acabado de cometer um erro
- Ai meu Deus, me desculpa. Quem fala?
- Diego!
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Sorte • Diego Costa
FanfictionTeçá se considerava a mais azarada de todas, e quando acaba ganhando um passeio pelo CT do time rival isso apenas se confirma. Jogadores esnobes vão se tornar seu pior pesadelo, mas talvez a sorte comece a aparecer pra ela. *Enemies to Lovers*
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