Camila Cabello | Point of View
Após Lauren sair com os amigos, não me restou muito o que fazer, fiquei organizando umas planilhas do trabalho e acabei muito surpresa com os resultados, estava tudo indo melhor do que imaginei para um ramo pouco lucrativo. Já havia recuperado meu investimento e um caixa conseguia sustentar as despesas.O telefone tocou e Sofia estava no interfone pedindo para entrar. Hoje ela encontraria o Alejandro na prisão e não quis que eu fosse com ela, disse que não queria me envolver nisso e concordei com ela, pois ela tem mesmo que tomar partido das decisões dela e não ter medo.
Abri o portão e caminhei até a porta, ela me abraçou apertado e depois ficou tocando meu rosto.
— Você está bem?
— Sim, Sofi. E você? O que aconteceu por lá? – Segurei a mão dela e fomos para a sala. — Quer beber alguma coisa?
— Sim, algo bem forte de preferência. – Fui ao bar e peguei um uísque. fui colocar gelo no copo. — Não precisa de gelo. – Assenti servindo dois copos e caminhando até o sofá, me sentando ao lado dela. — Esse é ótimo.
— Mike é quem cuida do bar para nós, ele entende de bebidas, mas o que aconteceu?
— Ele não fez o que você falou, Alejandro só pediu perdão e disse que não vai durar muito tempo por lá.
— Isso é novo.
— Sim, Juan e ele estão machucados, magros e bem pálidos. Nem parecem as mesmas pessoas.
— Você tem que aprender a se defender e comer bem rápido. Se não isso acontece mesmo.
— Ele disse que consegue aguentar por mais uns dias e que precisa mesmo falar com você. Pedir perdão e é bem tradicional, ele se ajoelha e implora.
— Ele está com o psicológico abalado. É rápido para querer desistir da vida.
— Você apanhou muito?
— Muito. Ia para enfermaria todas as semanas, mas depois eu aprendi a lutar, comecei a malhar e consegui me defender melhor. Após uns anos as pessoas esquecem de você conforme vão entrando pessoas novas. – Ela assentiu. — Como você está com tudo isso?
— É uma carga emocional muito grande, mas não tem como perdoar ele por tudo.
— Se ele está neste desespero, quem tem que se perdoar é ele mesmo. A culpa corrói, Sofi. Eu tinha uma vantagem lá dentro e era essa, não tinha do que me arrepender ou qualquer remorso para não me deixar dormir a noite.
— Eu chorei muito depois que saí de lá. Me senti um monstro por ter ido visitar ele e por não ter te dado nem chance para me explicar.
— Está tudo bem, Sofi. Vamos pensar daqui para frente e eu não ia me defender para você, talvez fosse pior. Não precisamos voltar a isso.
— Não precisamos porque você é uma pessoa maravilhosa, se fosse com outra…
— Esse encontro não te fez bem mesmo, precisa de alguma coisa? Chamar o Tyler?
— Não, eu estou bem. - Fui até o quintal e chamei Cacau para fazer companhia a ela. Elas brincaram um pouco e depois de um tempo, Cacau dormiu no colo dela.
Pedimos o jantar japonês já que Lauren não jantaria em casa e assistimos a um filme.
Lauren Jauregui | Point of View
Camila trabalhava no notebook enquanto seus pés repousavam sobre meu colo no sofá da sala. Ela estava bem concentrada.
— Está tudo bem?
— Sim, ontem quando saiu eu organizei algumas coisas e olha aqui. – Ela virou a tela para o meu lado. — O azul é meu investimento inicial e o preto foi tudo que eu lucrei até ontem.
— Já conseguiu o retorno?
— Sim. Achei que levaria anos.
— Sabia que não ia demorar, pois você faz aquelas personalizadas e isso é um diferencial que chama atenção.
— Sim… – Ela foi interrompida pelo celular tocando. — Alô. Oi… Andrew, eu pensei em todas… isso… trinta e quatro pequenas e oito adolescentes… acho que é o certo, já que a demanda aumentou bastante… eles aprendem rápido… só mande a papelada para eles poderem arrumar tudo… muito obrigado, amanhã eu passo por aí. Abraço.
Ela encerrou a chamada e eu continuei a massagem nos pés dela.
— Um pedido grande?
— Não.
— Quarenta e duas bicicletas me parece muita coisa.
— Não é pedido.
— É algo muito secreto para você fazer mistério?
— Não, eu só estava terminando uma coisinha aqui. – Ela desligou o computador e deixou sobre a mesinha, me abraçou após se escorar no meu colo. — É que eu recebi uma cartinha de um garoto que queria muito ganhar uma bicicleta e ele viu o comercial da empresa na TV, achei bem fofo e fui visitar ele, só que ele mora em um orfanato. E tem trinta e duas crianças por lá, oito adolescente e mais dois com dezoito anos que vão ter que sair de lá, por isso ofereci empregos a eles para ajudar nessa transição. Porra… eu sei que tem um monte de lugar assim, mas eu não consegui não fazer nada com aquele monte de criança me olhando.
— Quando foi isso?
— Faz uns dias.
— E porque não me falou nada?
— Não sei. Realmente me passou isso. Só fiquei com aquelas carinhas na cabeça, fiquei pensando que logo teremos o nosso pequeno e bambeei as pernas, não consegui não ajudar o quanto pude.
— É uma atitude incrível, Camz. Você é muito especial para esse mundo.
— Não foi nada. Qualquer um pode ajudar.
— Mas são poucos que ajudam. – Beijei seu rosto. — Acho que você deve ser de outro planeta, alguma espécie muito evoluída ou algo assim.
— Você me chamou de alienígena? – Eu gargalhei empurrando-a. — Eu entendi, amor. Já que eu sou uma espécie indefinida, preciso manter minhas atividades sexuais em dia, precisamos fazer mais.
— Mais? Nossa, você deve ser mesmo um robô ou algo assim. Foram umas três vezes hoje e não são nem cinco horas. – Foi a vez dela dar risada e selar nossos lábios.
— Mas foi você que começou todas.
— Você tem noção de como você fica sexy depois que usa a academia? Eu não tenho forças para resistir.
— Nem precisa, estou a disposição quantas vezes e quando você precisar.
— Bom… já que estamos falando nisso. – Ela começou a tirar o moletom.
— Demorou para entender.
Ela disse e me beijou, sorri contra a boca dela e ficamos ali no sofá, o resto da tarde inteira.
NÃO ESQUEÇAM!
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Veneno
FanfictionFui presa aos 14 anos e aprendi a me virar como pude enquanto passava pelo inferno. Agora com 27 anos e com minha liberdade muito próxima, vou contar com a ajuda dos meus leais amigos para me reintegrar à sociedade. Querem saber meu crime? Se eu sou...