Capítulo 50 - Confusa

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Lauren Jauregui  |  Point of View




Na quarta à tarde, estávamos nos preparando para viagem e Cacau estava me cuidando, agora eu entendo o porque dela estar tão preocupada comigo ultimamente.

— Você já sabia. – Ela escorou a cabeça na minha barriga e eu sorri, bem emocionada com aquilo.

— Amor… quer levar algum lanche? – Me assustei com o grito de Camila da garagem, ela estava tão animada, me sentia um monstro por ter que cortar a tranquilidade que esse final de semana prolongado oferecia a ela. — Esquece! Você não está se alimentando direito ultimamente e eu vou fazer uns sanduíches bem caprichados com suco para nós duas.

— Não precisa, amor. Podemos comprar algo.

— Que nada, cheio de conservantes e tudo mais, eu faço algo especial para você. – Ela me abraçou e beijou meu pescoço. — Nem acredito que vou ficar todos esses dias com você...

— Camz, assim eu fico me sentindo culpada.

— Por me fazer feliz?

— Por não te fazer feliz todos os dias.

— Você me faz muito feliz e eu entendo você, está indo bem e está se virando muito para me dar atenção. Eu amo nossa vida, Lo. Não mudaria nada nela.

Sorri para ela e a mesma selou nossos lábios demoradamente. Depois caminhou até a cozinha e eu a segui.

— Eu estava pensando esses dias, você já teve uma relação que sua sensibilidade sentisse que fosse dar errado?

— Todas.

— É sério?

— Eu nunca me conectei com ninguém de fato, eu gostei sim das pessoas, mas nunca me deslumbrei muito por relacionamentos. Quando eu não sabia lidar muito bem com essa absorção de energias, eu fiquei muito mal. Eu adoeci fisicamente e principalmente emocionalmente, ele não tinha boas intenções e eu sugava toda aquela nuvem negra. Demorei muito para entender que ser sensível não me tornava fraca. – Camila me escutava tão vidrada que me fez corar. — Muito menos vulnerável, me tornei as energias que me faziam bem e fui deixando tudo que me prejudicava para trás.

— Uau… – Ela disse parecendo fascinada. — É como se eu me apaixonasse por cada palavra que saiu da sua boca.

— Eu amo você demais, Camz. Espero que nada nos atrapalhe.

— Não vai, amor. – Ela veio me abraçar novamente. — Agora me deixe fazer aqui para irmos logo. Estou ansiosa.

Beijei a testa dela e ela segurou meu rosto para um beijo gostoso, depois disso ficou difícil de largar ela.

— Podíamos trocar, você pode andar pelada desta vez. – Sorri e novamente corei, não sei o real motivo, pois não costumo sentir vergonha.

— Podemos nós duas fazer isso.

— Tudo bem.

— E nadarmos assim seria muito interessante.

— Não. Eu tenho medo daquele peixe que entra no pau.

— Amor! Eu já te mostrei a pesquisa sobre ele, só existe em água doce e você precisa fazer xixi na água.

— Eu não vou arriscar, vai que ele tenha um primo na água salgada. Eu demorei muito tempo para aprender a usar o carinha aqui em beneficio próprio, não vou perder ele.

Após isso eu só consegui soltar uma risada alta e a puxar para um abraço. Como eu amo essa idiota, preciso fazer essa mulher feliz.


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VenenoWhere stories live. Discover now