Lauren Jauregui | Point of View
Senti a aragem da manhã se chocar contra meu rosto e sorri, o aroma e a sensação me recarregavam. Todas as manhãs eu espero o sol nascer, eu gosto de dar bom dia a ele, ficar com as mãos para cima e me energizar para tudo dar certo. Hoje é um dia que meus pais estão me acompanhando, eles não me ensinaram isso, eu os ensinei, eles não fazem sempre, mas quando não estão muito cansados me acompanham.
— Mais um dia. – Meu pai disse enquanto abraçava os ombros de minha mãe. – Obrigado, filha.
— Eu que agradeço pela companhia.
— Minha mãe beijou minha testa e rumamos para lugares diferentes da casa, fui até meu quarto pegar meu notebook e revisei um trabalho da faculdade.
Quando faltavam trinta minutos para ir à universidade, fiz a rota habitual para pegar meus amigos e nosso café.
— Liana, Emilia e Henry são meus parceiros, nos conhecemos no início da faculdade e agora que estamos por completar ela, só vejo como o universo foi generoso em nos unir.
— Conseguiu fazer o trabalho, Laur?
— Sim. Foi simples, não fiz nada muito extravagante.
— Aposto que o professor vai se derreter como sempre.
— Ele tem razão, Lauren faz esboços incríveis.
— Eu sempre desenhei, isso não quer dizer que eu nasci para ser arquiteta.
— Ótimo raciocínio para últimos dias de faculdade.
— Eu vou me formar, trabalhar com meu pai e tudo mais lindo como toda família padrão quer, mas se não me fizer feliz vou arrumar algo que me complete.
— Seu pai vai morrer.
Não respondi, apenas estacionei o carro e corremos para primeira aula que já havia começado.
×××
Após o jantar sentamos na sala para assistir TV e conversando sobre meu dia.
— Estão planejando uma festa de despedida da turma.
— Lauren, sabe que eu não gosto dessas festas, álcool e muita irresponsabilidade.
— Mas é uma despedida e eu já sou maior de idade, nem precisava pedir.
— Nós sabemos disso, mas estamos falando que ficaríamos mais à vontade se a festa for aqui.
— Quase todas foram, mãe. – Eu não queria confrontos, não gostava de dormir com coisas me atormentando. — Tudo bem, é só uma festa.
Depois disso ficou meio silencioso e eu tive que quebrar o gelo para voltarmos ao clima anterior a conversa.
— E aquela moça que você trouxe para jantar aqui algumas vezes? Não falou mais sobre ela.
— As coisas não deram muito certo.
— O que aconteceu?
— Longa história, mas ela estava escolhendo entre duas, parece que a outra ganhou, ela me deu uma desculpa insana e escrota porque não teve culhão para dizer a verdade. Ela não é nem metade da pessoa que eu idealizei, pena que só notei agora.
— Que imbecil, ela que perdeu.
— Não gostei dela mesmo. – Minha mãe disse e eu sorri junto ao meu pai.
— E quando você gostou de alguém que nossa filha trouxe aqui, querida? Você não suporta nenhuma.
— Eu sei o valor que minha filha tem, não é qualquer um que vai servir a ela.
Apertei a mão dela em conforto, pois achei extremamente fofa sua preocupação.
Camila Cabello | Point of View
Quando o dia chegou meu medo só triplicou de intensidade.
— Aqui estão as roupas que seus amigos deixaram. Seus documentos não valem mais, sua certidão está aqui e a agente Lenir deixou essa carta para você.
— Obrigada.
— Fique na linha e espero não ver mais você.
Peguei as roupas e fui ao banheiro da sala. Tirei o uniforme horrível e as roupas ficaram largas, mas era melhor que a sensação do uniforme laranja pesando em meus ombros.
Depois segui um agente até os grandes portões de ferro.
— Parece que você conseguiu. – Assenti e ele negou. — Outras pessoas não tiveram tanta sorte por bem menos. – Aquilo me atingiu, sabia que era o primeiro de muitos outros julgamentos que receberei.
Os portões se abriram devagar revelando meus dois amigos que já estavam chorando e meu irmão na garupa de uma moto ao lado deles.
Os abracei primeiro, eles comemoram muito em meio a choradeira.
— Eu falei que ficaria grande.
— Está ótimo. Obrigado por todos esses anos.
— Nem pense em agradecer.
— O dia está cheio, fale com Juan e vamos as compras.
Caminhei até o latino enorme e musculoso sobre a moto, ele desceu e me abraçou.
— Como está, irmã?
— Bem. E você?
— Estou bem.
— E Sofia?
— Está na faculdade.
— Ela está bem?
— Sim. Ela está bem. O tio mandou um abraço, ele falou que se quiser rever a herança...
— Não. Nem se preocupem, vou me virar por aqui. – Abracei Alisha e Robbie de lado. — Eu tenho dois anjos que vão me ajudar.
— Claro. Se quiser conversar. – Ele pegou um cartão no bolso. — Pode me visitar, bebemos uma cerveja e saímos. Podemos nos ver sempre que você quiser.
— Obrigada, Juan. Eu vou ir depois que me organizar. – Sorri para ele e apertei sua mão, mas ele me puxou para mais um abraço.
— Se cuida, Camila.
— Desde meus quatorze anos. – Ele ficou me encarando e depois subiu na moto.
Entrei no carro de Alisha e ela nos levou ao shopping, eu juro a vocês que corri para primeira lanchonete que avistei e fiquei encarando as pessoas fazendo os pedidos, era incrível ver aquilo, o quanto eles pareciam bem e felizes.
— O que vai querer? – Robbie me disse puxando para a mesa. — Não encare as pessoas, algumas sabem quem você é.
— Eu quero tudo. – Eles sorriram.
— Então vamos comer tudo.
Robbie disse e foi a fila, não demorou, quando o pedido chegou, eu comia rápido, me assustava quando alguém passava perto, ficava encarando quem me olhava.
— Por que você se assusta tanto?
— Reflexo, lá ou vocês comem rápido ou não comem. Eu apanhei muito e fiquei dias com fome até aprender isso.
— Mas aqui ninguém vai fazer isso, relaxa, meu bem. Sério. – Alisha massageou meu ombro. — Se alguma vadia se meter com você, vai ter que se entender comigo.
— Obrigada. – Eu falei com a boca cheia, mas estava tão bom que não tive tempo para comoção, continuei comendo e foi difícil me tirar da mesa para comprar roupas.
NÃO ESQUEÇAM!
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Veneno
FanfictionFui presa aos 14 anos e aprendi a me virar como pude enquanto passava pelo inferno. Agora com 27 anos e com minha liberdade muito próxima, vou contar com a ajuda dos meus leais amigos para me reintegrar à sociedade. Querem saber meu crime? Se eu sou...