Capítulo 20 - A inocente e doce percepção da culpa

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Lauren Jauregui  |  Point of View




Quando Camila melhorou e voltou ao trabalho, mesmo que os seguranças a cuidassem pelas ruas, eu ficava muito
preocupada com ela, isso me fazia mandar mensagem de minuto a minuto, mesmo sabendo que isso era chato, precisa ter certeza que estaria tudo bem.

— Laur, conseguiu fazer o desenho? – Entreguei a folha para Henry e ele começou a fazer os traços dele, mas se orientando pelo meu. — Você vai entrar em colapso desse jeito, ela está bem, tem uma frota de seguranças seguindo ela pelas ruas.

— Alguém tentou matar ela, Hen. Isso é tão insano, ela é um ser tão doce e parece que as coisas nunca se ajeitam para ela.

— Ela é uma confusão, mas ela não deve estar pensando nisso, ela quer ser normal, Lauren. Quer sair, quer viver e não uma ficante que fica mandando mensagem para saber se estão perseguindo ela.

— Nossa.. – Ele me encarou. — Parece certo.

— E é. Vá lá após a aula e leve ela a algum lugar.

— Hoje não dá, ela vai conversar com a irmã, provavelmente vai voltar abalada.

— Mas é bom pensar sobre como ser melhor para ela. Não a sufoque por preocupação, só com carinhos. Seja leve para ela.

— Você entende tanto dessas coisas, não entendo como ainda está solteiro.

— Por isso mesmo, eu avalio muito com quem vou dividir meus dias.

O puxei pelo pescoço para beijar seu rosto e ele sorriu, após isso entregamos os trabalhos assinados e fomos para casa dele, assistimos um filme enquanto ele me dava um milhão de conselhos. Henry é o cara mais sensível que conheço, ele me aconselhou a ouvir Camila quando descobri sobre ela, mas eu o ignorei e agora me arrependo, mesmo que as coisas estejam bem entre nós.

Quando cheguei na minha casa, fui até o escritório onde meus pais estavam jogando xadrez. Fiquei assistindo um pouco até a minha mãe me entregar um envelope amarelo.

— Isso chegou para você, filha.

— Quem deixou?

— Não sei, filha. Estava no gramado quando cheguei.

— Não tinha remetente, fiquei os assistindo mais e enquanto abria, tinha um pen-drive do Batman nele.

Fui até o computador do meu pai e o liguei, colocando o mesmo ali e ele continha apenas um vídeo.

“Lauren Jauregui, foi difícil quando descobri que alguém de família tão nobre e tão bem criada tenha caído assim nas garras do lobo. – A pessoa que falava estava com a identidade protegida pela escuridão do vídeo e por um modificador de voz. — Camila parece ser muito doce, ela é tão manipuladora que consegue te fazer duvidar de todas as suas convicções, ela sabe muito da vida, mas usa essa máscara de inocente, de vítima que convence muita gente, mas nada é real. Ela tentou matar os pais e colocaria a culpa em qualquer pessoa para você ficar do lado dela. Cuidado, você corre perigo. Alisha e Robbie são as únicas pessoas que ela não machucaria, pois eles a defendem e ajudam ela com essa personagem de boa moça. Camila é o próprio veneno, ela vai te enfeitiçar e quando perceber vai ser tarde demais. Eu não conheço você direito, só sei que é de boa família, é estudiosa e vai seguir os passos do pai, coisas que toda a cidade sabe e acho que meu dever é te alertar sobre o perigo que corre. Uma coisa é certa... você merece mais e o mais importante... não coma nada que ela te oferecer”.

Olhei para meus pais e eles me encaravam atentos da mesa em que estavam, não sabia muito como absorver essas coisas, minha vida sempre foi muito tranquila e agora é uma grande novela mexicana.

— Lauren eu não sei mesmo o que pensar sobre tudo isso, meu instinto de mãe diz para você pular fora antes que respingue em você.

— Sua mãe está certa, filha. No começo acreditávamos na inocência dela, mas agora eu não sei de mais nada. Parece muita perseguição para alguém tão bom assim.

— Não vejo a Camila sendo assim, sabe? Ela parece tão doce, não tem mesmo como eu me enganar tanto com alguém.

— Na verdade tem. Essas coisas acontecem e esse vídeo me pareceu fazer todo o sentido.

— Eu não quero me afastar dela, já sofri demais por ter duvidado tanto dela e a história dela faz muito sentindo, fora que o irmão dela tem a aura podre. Deve estar envolvido nisso até o cabelo, esse filtro idiota de voz pode disfarçar, mas me parece um homem falando.

— Essa sua culpa por não confiar nela me assusta. Não é errado duvidar de alguém que ficou treze anos presa por algo cruel.

Meu celular vibrou e era Camila, atendi saindo do escritório após pegar o pen-drive.

— Oi, Camz.

— Oi. Eu estou parada na frente da loja dela e não consigo entrar.

— Fica calma, Camz. Vocês duas precisam conversar, não vai ser fácil, mas é necessário que você seja forte agora. Precisa que eu vá até aí?

— Se puder ficar aqui na frente eu vou me sentir mais segura. Alisha e Robbie estão aqui, eles podem buscar você.

— Podem vir, mas me dêem quinze minutos, preciso de um banho.

— Tudo bem. Obrigada, Lauren.

— Não me agradeça, Camz. Fica calma e vai dar tudo certo.

Ela encerrou a chamada e fiz o que falei, quando estava pronta, fiquei esperando na sala.

— Lauren, não queremos mesmo nos meter na sua vida, pois amamos que fique aqui conosco, mas tem como você se cuidar mais? Só por precaução.

— Mãe... Camila já ficou sozinha comigo tanto tempo, ela nunca fez nada.

— Não sabemos como funciona a cabeça desse tipo de gente, Lauren. Só se cuide, por favor.

— Que tipo de gente?

— Psicopata.

— Ai, mãe. Por favor, isso é um absurdo.

— Se ela fez mesmo isso, ela é, filha.

— Preciso mesmo ir, amo vocês e não pensem besteira, Camila é do bem.

Minha mãe me abraçou apertado e eu fui para o carro, quando voltamos a loja, Camila continuava parada ali na frente. Ela nos olhou no carro e entrou, mas caminhando extremamente devagar.

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