Camila Cabello | Point of View
Chegamos a casa de Lauren e saí do carro para levar ela até a porta, mas ela insistiu tanto para eu entrar que acabei aceitando.
Ela foi largar a mochila no quarto, os pais dela estavam na cozinha e a senhora Jauregui cozinhando.
— Se aventurando, senhora Jauregui? – Eles me encaram e sorriram me cumprimentando. Mike quase quebrou todos os meus ossos, mas não ligo mais para tamanha cordialidade.
— Dispensamos a cozinheira hoje e você está mais que convidada para o jantar.
— Acho melhor deixar vocês aproveitarem em família.
— Você já faz parte da família, Camila. – Clara disse sem tirar a atenção da panela.
— Como foi o final de semana? Se comportaram? – Mike perguntou e antes que eu pudesse responder, Lauren entrou na cozinha.
— Claro que nos comportamos, Papa. No dia que eu sentar no pau da Camila só um corpo de bombeiros para me tirar de cima dela. – Levei minhas mãos ao rosto.
— Lauren, pelo amor de Deus. – Eu disse quase enfartando.
— Tudo bem, Camila. Lauren fala assim mesmo, já nos acostumamos. – Clara disse e o pai dela negou.
— Acho que nunca vou me acostumar. – Ele disse e ela o abraçou.
— Não sejamos puritanos, Papa. Sexo é natural e devemos tratar ele como um assunto normal.
— Eu não estou reclamando, filha, mas dê uma água a sua ficante que ela está mais vermelha que um tomate.
— Camz! Não contamos ainda, agora estamos namorando. Olha o anel lindo que ela me deu! – Ela disse mostrando a aliança e novamente um auê começou.
— Precisamos mesmo comemorar, vamos jantar e depois brindar. Chame seus amigos, Camila.
Assenti e peguei o celular para chamá-los.
Rapidamente estamos sentados a sala, Clara desistiu de cozinhar, chamou reforços e o champanhe foi aberto antes do previsto. Os pais de Lauren saíram para organizar as coisas.
— Como foi a noite de núpcias? Tirou a pureza do meu bebê, Lauren?
— Já disse aos meus pais e torno a repetir, o dia que eu sentar nesse pau quem me tirar de cima da Camila será considerado herói. – Eles gargalharam e eu novamente fiquei vermelha. — Mas estamos evoluindo, não é, Camz? – Ela disse colocando uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.
— Sim, está tudo se alinhando.
— Não querendo estragar o momento, mas amanhã sai o resultado do processo.
— Amanhã?
— Eu apressei as coisas, precisamos comparecer desta vez. – Assenti. — Vai ser sua justiça, Camila.
— Camz só vai ter justiça quando prenderem as mulheres que abusaram dela.
— Não quero mexer nisso, Lauren.
— Lauren está certa, Camila.
— Não estou preparada para isso, já faz tanto tempo elas nem devem mais trabalhar por lá.
— São doentes, Camz. Precisam ser punidas, não importa onde elas estão, continuam sendo cruéis e devem ter abusado de mais crianças ou vão fazer mais vítimas… não cale sua voz, você tem o poder de ajudar tantas pessoas. – Fiquei encarando Lauren por um tempo.
— Eu sou apaixonada por você, Lauren. – Eu encarei o chão e meus amigos disfarçadamente tinham um sorriso
bobo no rosto e eu estava muito envergonhada por ter dito isso.— Eu também sou apaixonada por você, Camz. – Ela me puxou para um beijo e eu fiquei mais aliviada depois de ouvir a voz dela. Minhas paranóias deram um tempo.
Robbie e eu fomos até a coleção de discos de Mike, ficamos ali, mas eu só conseguia ficar admirando Lauren. Alisha se aproximou dela e a abraçou, consegui ouvir ela agradecendo.
×××
Sofia chegou cedo na minha casa, fiz minha higiene antes de ir recebê-la e ela me abraçou.
— Madrugou.
— Quero dar uma passada na empresa e seria bom você vir também.
— Não acho necessário.
— Vamos. A empresa é sua também.
— Sofia, já conversamos sobre isso.
— Vamos, Camila. Não vou atrasar você, vai ser rápido.
Ela quase me arrastou para a empresa, eu lembrava pouco dela, mas está muito modificada. Foi rápido para chegar até a sala da presidência.
— Sobrinhas. – Ele nos abraçou. — Como está, Camila?
— Eu estou ótima.
— Preciso falar com vocês sobre como ficará a presidência, eu não aguento mais trabalhar aqui.
— Eu estou fora. – Eles me encararam. — Sem surpresas, eu não sou uma Cabello e meu pai nunca quis me dar a presidência, não vou assumir nada. Desculpe, Sofia, essa bronca é sua. Assuma tudo isso e sei que vai se sair bem, mas eu não quero me vincular assim com a família. Vocês foram os primeiros a me abandonar lá e agora eu não vou ficar presa aqui para vocês aproveitarem a vida.
— Eu não sabia que o Juan era um monstro. Nós só pensamos que seria uma maneira de nos desculparmos um pouco com você. Confiando tudo a você e você é da família sim.
— Sou… sou da família Amell e da família Boe. Eu não estou me desfazendo de você, Sofia. Quero mesmo que nos reconectemos e que consigamos aquele laço de irmandade novamente, mas eu não sou uma Cabello… não sou uma de vocês e nunca vou ser, me orgulho muito disso. Só sou Camila. Você e eu vamos fazer dar certo, mas não me insira em um lugar que não me encaixo.
— Me desculpe, Camila. Eu achei que era o certo.
— Eu entendo. Só precisa parar de fazer isso, eu não quero saber o que aconteceu com os seus parentes, só quero saber de você. Só você importa para mim.
Ela me abraçou, chorou um pouco, ficamos assim um tempo e depois disso o meu “tio” não se manifestou mais.
— Esse terrário é enorme. – Cada divisória tinha uma cobra.
— Sim, ele ficou pronto tem pouco tempo.
— Alejandro que pediu?
— Como ele pediria? Não faz sentido.
— Ele me disse que quando atingisse um número x de lucro, o recorde dele, ele faria isso, Alejandro sempre gostou desses bichos. Ele pode ter comentado com você antes de tudo.
— Sim. Claro! Foi ele que me pediu.
Fiquei o encarando por um tempo e ele não desviou o olhar de mim. Assenti e virei as costas para ele.
— Preciso ir, Sofia. Preciso ir tomar um café com Lauren no intervalo dela e não posso me atrasar. Nos vemos mais tarde.
— Eu te deixo lá.
Ela me levou a universidade e disse que me ligaria mais tarde.
Contei o que havia acontecido a Lauren e ela foi extremamente solidária e confortante como sempre, mas eu não estava de fato abalada, aquelas palavras não eram um raciocínio novo, sempre pensei desta forma.
NÃO ESQUEÇAM!
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Veneno
FanfictionFui presa aos 14 anos e aprendi a me virar como pude enquanto passava pelo inferno. Agora com 27 anos e com minha liberdade muito próxima, vou contar com a ajuda dos meus leais amigos para me reintegrar à sociedade. Querem saber meu crime? Se eu sou...