Capítulo 18 - O menos amado leva a culpa

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Camila Cabello  |  Point of View




Os três me encaravam tão atentos que era difícil até encontrar as palavras certas para o momento, acho que eles esperam por isso há treze anos e Lauren quer livrar a consciência pacífica dela.

— Eu não sou diretamente responsável pela tentativa de homicídio dos meus pais.

— Diretamente? – Robbie perguntou e eu assenti.

— Eu vou contar tudo que aconteceu.

~Flashback On~

Cheguei na minha casa e assim que coloquei o pé no primeiro degrau, meus pais brotaram do chão para me infernizar.

— Quem trouxe você?

— O senhor Amell.

— Quando você vai parar de ser um estorvo para todos? Ninguém suporta você, garanto que ele te trouxe por não suportar você por lá.

— Olha, Papa, só voltei porque hoje tem macarronada, se dependesse do Christopher eu dormiria por lá.

— É tudo falsidade, ninguém pode gostar de alguém como você.

— Eles gostam, os Boe’s também me adoram, só vocês dois não gostam, mas eu me acostumei com isso.

— Viu! Eu estou dizendo, Juan tem mais preparo.

— Eu não vou deixar a nossa herança na mão do seu filho com aquela vagabunda e pare de pensar no amanhã, temos a Sofia.

— É vagabunda, mas pelo menos me deu um filho perfeito. Não isso aí.

— Eu não fiz isso sozinha, meus genes são perfeitos, você que fraquejou. – Escutar aquilo como se eu nem estivesse ali me doía o peito, meus irmãos acompanhavam tudo da porta e Juan entendendo tudo estava com uma expressão de pena.

— Eu acho melhor ir embora desta casa.

— Não podemos fazer isso, acha que não queremos? Mas ninguém quer você, e ficaria mal para família te deixar largada.

— Eu nunca fiz nada para vocês me odiarem tanto. – Falei me escorando na escada, eles negaram. — Eu vou me virar, não precisam se preocupar comigo.

— Nem pense em ir morar com um dos seus amigos, eles são muito importantes e viraríamos assunto nas rodas dos clubes.

— QUE INFERNO TAMBÉM, NÃO POSSO SAIR, NÃO POSSO FICAR O QUE VOCÊS QUEREM DE MIM?

— NÃO GRITE COMIGO, RENEGADA. EU JÁ FALEI QUE VOCÊ NÃO DEVIA TER NASCIDO.

— EU PREFERIA MESMO NÃO TER NASCIDO A TER DOIS MONSTROS COMO PAIS. EU QUERIA QUE VOCÊS MORRESSEM, E ME DEIXASSEM EM PAZ OU QUALQUER COISA ASSIM. EU ODEIO VOCÊS DOIS COM TODA FORÇA DO MEU CORAÇÃO.

— Calma, Kaki. Não fica assim está tudo bem. – Senti os braços de Sofi me envolvendo e a abracei apertado, me
permitindo chorar um pouco. Senti uma caricia em minhas costas e olhei para cima, era Juan e nessa altura, meus pais não estavam mais ali.

Quando a governanta nos chamou ao jantar, demorei muito a ir a mesa, todos na verdade, não queria ficar naquele climão, mas eu estava morrendo de fome.

— Tem algo estranho nessa comida. – Alejandro falou e afastou a cadeira. — Não comam isso.

Ele saiu da mesa e nós olhamos nossos pratos, eu não vi nada estranho, achei ser um plano para eu não jantar com eles, então levantei da mesa e fui sair da sala de jantar, mas ele voltou com um saco de veneno.

VenenoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora