Capítulo 36 - Louca

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— Não. – Me ajeitei e coloquei minha mão contra o rosto dela, a beijando após isso. — Você tem noção de como foi grandiosa sua atitude, Camz? Caralho! Você só tinha quatorze anos e ela era sua melhor amiga, ela amava você e era inocente na época, você defendeu a Sofia que merecia ser defendida. Não importa o que ela virou, Camz, mas não acho que ela saiba de algo. Sofia tem uma energia muito boa, só é um pouco mimada. Você precisa parar de pensar nisso por agora, vamos mesmo resolver isso. Só relaxe. – Beijei o pescoço dela várias vezes e mordi a orelha dela de leve.

— Você está certa, Lauren. Eu estou sofrendo por antecedência. Vamos aproveitar nossa noite e amanhã eu tenho que ver a casa.

Assenti e ela me abraçou apertado, depois pedimos algo para comer, passava das três da madrugada e estávamos na varanda, dividindo a sobremesa e trocando confidências, nos tornando mais íntimas do que parecia ser possível para mim.



Camila Cabello  |  Point of View




Lauren me deixou na casa de Robbie e nos veríamos mais tarde para a entrega das chaves da minha casa.

— Olá. – Me assustei com a presença de Alisha na cozinha, mas a abracei e ela beijou minha testa.

— Pensei que estava no trabalho.

— Hoje eu não tenho horários marcados, vou só se tiver alguma emergência.

— É bom descansar um pouco.

— Você precisa também, está com olheiras e emagreceu muito. Ligou o botão e não desliga mais. – Neguei e peguei um copo para tomar leite. — Desculpe, foi brincadeira.

— Eu sei, achei engraçado, mas eu quero conversar com você.

— Depois que você dormir um pouco, tudo bem? Vamos dormir juntas.

Ela me arrastou ao quarto e não demorou para eu pegar no sono.


×××


Acorde e Alisha já estava sentada na cama, escorada na guarda, assistindo a algum reality na TV.

— O que você quer conversar comigo? Está com algum problema? – Me sentei na cama.

— Sabe… adoro estar com a Lauren, conversar com ela e ter essa relação muito bacana com ela.

— Sim, vocês construíram algo muito bom juntas, foram se entendendo, se adaptando e agora estão bem. São fortes juntas e é saudável.

— Sabe o quanto eu sofri por ter relação no reformatório? – Ela me encarou rapidamente e eu já estava chorando. Ela me abraçou.

— Não fique assim, Camila. Não foi sua culpa.

— Eu não tinha que me sentir culpada? Eu não tinha que não gostar? Porque eu gostei muito e me sinto horrível por isso.

— Não tem que se sentir, minha filha. Sexo é algo natural, é algo muito bom mesmo, melhor ainda quando é assim como o seu, com entrega, com paixão, com duas pessoas se importando muito com o par. Sexo é para ser apreciado mesmo. – Ela beijou minha testa mais uma vez. — O que aquelas mulheres fizeram com você não foi culpa sua. Não deixe elas vencerem, não se prive de sentir os prazeres da vida por causa delas. Aquilo não foi sexo.

— Ás vezes me sinto com nojo de mim.

— Isso acontece com pessoas que passaram por isso, mas não deve. Você foi uma vítima e agora está começando uma vida. Veja suas relações com a Lauren reais e emotivas, nada ali é errado. Vocês são uma para a outra e acabou. – A abracei mais apertado.

— Achei que eu não faria isso outra vez.

— Agora as duas não param mais, né? – Ela disse em tom de brincadeira e eu ri, limpei um pouco as lágrimas.

— É bom pra caralho.

— Imagino que seja, não se sinta culpada por se entregar a alguém que vale a pena e se continuar assim você tem que falar com o seu psicólogo sobre isso. Você gosta dele, né?

— Sim, conversamos bastante sobre o reformatório, mas esse detalhe é mais íntimo e eu prefiro dividir com você. Você é minha melhor amiga.

— Eu amo você, Camila. Sempre pode contar comigo.

Ela me apertou mais forte e ficamos conversando sobre outras dúvidas bestas que eu tinha.

NÃO ESQUEÇAM!

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