S O O J I N × S H U H U A

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MINHAS SEMANAS COM SHUHUA NO MÉXICO FORAM, possivelmente, as melhores de todo mês de maio. Talvez as melhores de todos os meses até aqui. Nós ficamos juntas a maior parte do tempo, seja cozinhando comidas mexicanas - que quando não saía queimada, tinha gosto de plástico - ou em alguma boate aconselhada por Jazmin e Valerie.

Nós passamos muito tempo juntas. Muito mesmo. E, honestamente, o que me surpreendeu foi não ter enjoado de Shuhua. Sei que pode parecer meio cruel da minha parte dizer isso, só que eu não ligo. Sempre fui uma mulher de momentos, então enjoava bem rápido das pessoas com quem me envolvia. Talvez o fato de não ter enjoado da companhia de Shuhua e querê-la por perto a cada vez mais tenha aberto meus olhos sobre o que eu estava sentindo.

Então eu estava... Apaixonada. É, pela primeira vez desde Nolan, apaixonada de verdade. E, sinceramente, não soube muito bem como agir quanto à isso. Quero dizer, é claro que não mudei com minha lírios, não mesmo! Continuei exatamente da mesma forma, mas não conseguia tirar aquele pensamento de dentro de mim... Será que vou ser o suficiente para ela?

Shuhua não pareceu notar que eu estava dividida. É claro que não, minha fotógrafa não parece prestar atenção em bastante coisa. Ela é bem lerdinha, mas diferente das outras pessoas, eu acho isso extremamente adorável... Nela.

Nas quatro semanas em que estivemos juntas sob o mesmo teto, tive que me acostumar com seu senso estranho de organização enquanto ela se habituava com minhas extremas mudanças de humor e compulsão por controle. É claro que não contei em momento algum sobre minha Bipolaridade, apesar de me sentir um pouco mal por ela ter compartilhado sobre sua vida inteira comigo. É só que...Eu ainda não estava pronta! Mas, de qualquer forma, desconfiava que Shuhua meio que sabia, ela só esperava uma confirmação minha, embora nunca tentasse me pressionar para nada.

Agora, sobre nosso acordo quanto ao sexo... É, não rolou! É claro que eu me preocupava com sua recuperação e que nem mesmo seus rémedios estavam sendo de grande ajuda mais... Porém eu não poderia mentir, o sexo com Shuhua vinha se transformando em algo tão necessário para ela quanto para mim. Eu não me orgulhava, mas precisava dela como as pessoas precisam do ar para respirar.

Três dias antes de deixarmos o México, quando eu estava arrumando minhas coisas e Shuhua me observando a colocar as roupas dentro da mala, eu a olhei de canto de olho, vendo ela suspirar alto enquanto apoiava o rosto nas mãos.

- Que foi? - eu perguntei, rindo baixinho ao ver seus olhos pularem para fora do rosto. Shuhua fazia muito isso quando era pega no flagra, quase como se estivesse tendo pensamentos dos quais são imorais demais para compartilhar.

- Não é nada. - disse ela. - Só vou sentir falta... Desse lugar.

Coloquei a mão na cintura, sentindo o tecido do roupão sobre minha palma. Eu sei do que ela está falando. Não é do lugar em si, mas desse momento.

- Também vou sentir. - respondi, virando pra ela. - Mas podemos voltar. - cocei a bochecha, desviando o rosto para Shuhua não notar a vermelhidão. - Quando você quiser, voltamos.

- Sério? - minha lírios olhou para mim, seus olhos brilhando em expectativa.

- Muito sério. - sussurrei.

Ela soltou um suspiro, levantando-se lentamente e se aproximando de mim em seus passos contados.

- Foi tão bom estar aqui com você. - sussurrou, sorrindo pequeno quando nossos olhos se encontraram. Não hesitei desviar. Acho que, naquela altura do campeonato, acabei memorizando cada detalhe de seu rosto bonito. - Obrigada por ter me trazido, Soojinnie.

Eu respirei com força, meu ombro subindo e descendo com certa agressividade.

- Você me chamou de que? - abri os olhos.

VERMELHO CEREJA Where stories live. Discover now