C A R R O.

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JÁ ERA DE SE ESPERAR QUE SOOJIN IRIA fingir que absolutamente nada havia acontecido em Miami, eu só não imaginava que iria começar a me tratar pior do que um saco de lixo no momento em que estivéssemos em Nova York novamente. Agnoletto era irritante absolutamente a maior parte do tempo, a única diferença é que, agora, ela havia simplesmente passado de irritante e egocêntrica, para a porra de uma tirana.

Gritava comigo sem necessidade, me humilhava na frente de todo mundo e não perdia a oportunidade de criticar cada uma de minhas fotos. As roupas, pelo menos, ela havia parado de implicar por um tempo. Sinceramente, não sei o que havia acontecido para essa mudança de comportamento porquê, cacete, eu estava totalmente okay em deixar essa coisa toda de Dean no passado. Não sou a porra de uma babaca, é claro que não iria insistir em um assunto que, claramente, ela não se sente confortável para falar.

Sobre Dean... Não tive notícias dele! Nem Soojin e muito menos Soyeon me informaram sobre o que aconteceu... Não que eu estivesse realmente interessada. Por fim, me convenci de que Soyeon havia dado um jeito porquê não havia nada nas mídias sobre Agnoletto ter espancado um cara numa boate em Miami. Graças à Deus!

Não contei para minhas mães ou mesmo Yuqi sobre o que aconteceu. Nenhuma parte, porquê me sentia envergonhada demais para falar sobre isso. Mas estava tudo okay, porquê conseguia desabafar uma coisa ou outra com Becca. Não tudo, não realmente, mas sim, algumas coisas.

Mencionava o fato de Soojin ser uma total pirada e que me deixava confusa pra caralho. De dia, quando estávamos trabalhando, ela simplesmente me humilhava na frente de todos, gritava comigo e me fazia enxergá-la como um péssimo ser humano. À noite, fazíamos sexo. Sempre. Não parávamos, e isso estava começando a preocupar Becca. Era estranho porquê, apesar de ter saído com algumas pessoas ao decorrer de minha vida, nunca havia aceitado ir para um... Motel. Mas, bem, Agnoletto e eu concordamos que, a partir daquele ponto, irmos para o apartamento uma da outra seria cruzar a linha extrema.

Então era desse jeito que nossa relação desenrolava. Nos odiávamos pela manhã, e à noite fazíamos sexo como se não houvesse o amanhã. Eu a odeio, tenho certeza, mas preciso admitir que essa mulher me causa um tesão danado. Não consigo entender, simplesmente não dá, mas é o que é.

Havia me aproximado mais de Miyeon nas últimas semanas também. Não conversávamos quando eu estava trabalhando - principalmente porquê eu não queria que Agnoletto soubesse que estava tão próxima de Miyeon daquela forma - mas saíamos para almoçar, tomar café e colocar o papo em dia. Ela ainda flertava comigo, muito, e eu, é claro, retribuía. Escute, não é como se fosse dar em alguma coisa realmente, certo? Eu quero dizer, Miyeon é completamente romântica e sonhadora, pensa sobre o amor de sua vida e todo esse tipo de coisa, não tenho certeza que sexo casual daria certo para ela, de qualquer jeito. Além do mais, ela ainda estava totalmente apaixonada pela ex, então sem chances alguma. É só que eu gosto de flertar, me sinto bem quando sei que sou desejada, e está okay porquê sei que para ela é o mesmo.

No domingo, havia prometido para Lino que o pegaria na casa de minhas mães e que iríamos passar o dia inteirinho juntos. Ele sentia minha falta, e eu a dele. Ficamos em casa, comemos porcaria - que mamãe Kathleen não saiba disso - vimos alguns filmes com Yuqi enquanto ela estava em casa e, um pouco mais tarde, eu o levei ao parque para um piquenique.

À noite, disse para Lino que o levaria para o teatro antes de entregá-lo para minhas mães, e assim eu o fiz. Eu apenas não imaginava encontrar ela na fila da bilheteria. Porra, mas essa mulher vai estar em todo lugar que eu estiver agora? Que perturbação!

É claro, sempre um poço de elegância com seus cabelos vermelhos caindo como cascatas por suas costas bem definidas, calças de couro apertadas em suas coxas grossas, uma blusa vinho de gola alta e mangas cumpridas, juntamente de uma bota de cano curto. Não me impressiona nada que esteja bem vestida porquê, puxa vida, ela sempre está! O que realmente desperta a minha curiosidade, na verdade, é a pequena garotinha ao seu lado. Suas mãos estão entrelaçadas, os cabelinhos cacheados estão extremamente arrumados pelo gorro infantil cinza enquanto os olhinhos brilham quando olha para a modelo ao que seus lábios se movem.

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