No Morro

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Lua🌙

Coringa: Cê viu, né? -perguntou quando eu entrei no carro.-Minha cara pô.-sorriu mostrando a ultrassom mais uma vez.

Lua: Não vou negar, mas digamos que ainda estou com cinco meses, falta quatro e não sabemos com qual carinha ele vem.-coloquei a garrafinha de água no colo dele.

Coringa: A cara não muda, se já tá parecido comigo significa que vai nascer assim.

Lua: Não tem problema nenhum, vou amar que ele seja parecido com você. Porém ainda não perdi a esperança dele ser parecido comigo.-ele sorriu.

Coringa: Pode perder a esperança, dioguinho vai ser a minha cara pô.-falou convencido.

Lua: Vou mudar o nome dele pra Dioguinho, você só anda chamando ele assim.-ele negou.-Diego então.

Coringa: Pra esse daí que tu não vai mudar mermo, Diego é aquele cara que foi dar uma de bonzão e quase se fodeu.-fiquei quieta pensando e depois concordei lembrando daquele dia.

Lua: Tudo bem, mas isso não tem nada a ver. Não existe só uma Maria no mundo, o seu nome é seu e de mais milhões de pessoas.-dei de ombros.

Coringa: Mas não vai trocar, é Davi nessa parada e tá decidido.

Lua: Tá bom Diogo, mas se eu quisesse acrescentar outro eu ia acrescentar. Tava até pensando em João Davi, mas deixa pra lá.

Coringa: João é nome de gente véia.-ligou o carro.-Vai demorar muito pra ele ficar assim.

Lua: Você é mente fechada as vezes, né? -ele concordou.-Ainda bem que você sabe e assume.

Coringa: Meu jeitinho que tu se amarra.-desviou dando a partida no carro e eu fiquei quieta olhando para a janela.

A volta pra casa parece que foi mais demorada ou eu tava ficando maluca. Porém eu sempre tive esse pensamento, que a ida era mais rápida que a volta.

Quando chegamos, Diogo falou que ia resolver um negócio e depois voltava e eu concordei saindo do carro.

Tava bem cansadinha, era quase doze horas e eu tava com uma fome enorme, parecia que nem tinha comido nada, sendo que eu tinha comido antes de sair.

Abri a porta devagar e quase pulei para fora quando vi o Lucas inclinado puxando uma carreira de algo que obviamente seria pó.

Lua: O seu pai sabe disso? -perguntei ainda sem acreditar e ele olhou para mim com um rosto meio assustado.

Lucas: Ele não é meu pai, você tá ciente disso faz maior tempão.-limpou o nariz.

Lua: Eu sei, mas ele se importa com você e acho que não gostaria de saber que você tá usando essas coisas.

Lucas: E desde quando ele é bom exemplo pra abrir a boca e falar o que eu devo e o que eu não devo fazer? Acha mesmo que eu vou querer ouvir conselho do chefe? -sorriu.-Ele tem nem moral pra falar que eu não posso.

Lua: Eu sei que isso é complicado, mas você deveria tentar ser diferente, não fazer as mesmas coisas que ele faz.-ele cruzou os braços.-Tenta ser melhor, uma pessoa diferente de alguém que você acha que não é exemplo pra ninguém.

Lucas: Tá com ele por que então? Sabe que ele não presta e tá colada junto.-deu de ombros.-Tu também não é exemplo de querer me dar sermão, tava fazendo coisas que não deveria no local de trabalho e agora quer ser a certa.

Lua: Pensei que esse assunto já tava resolvido entre eu e você.-respirei fundo.-Você é melhor que isso, melhor parar antes que seja tarde e o Diogo descubra.

Lucas: Não tem como ele saber, ou tem? Eu por exemplo não vou falar, só se além de super desrespeitosa você queira incluir fofoqueira e mais um pouquinho de x9..

Lua: Esse assunto não cabe a um erro que tá sendo cometido por você, tudo bem eu errei e isso já faz bastante tempo. O importante é aprender com os erros e com toda certeza eu aprendi muito com os meus que definitivamente não é da sua conta.

Lucas: Vê se não abre a boquinha, guarda ela pra fazer uma coisa mais útil que favoreça a você e o Coringa.

Eu nem tive mais o que responder, sabia que aquilo só era por conta do efeito do que ele tinha usado.

Porém fiquei totalmente atingida porque o assunto apesar de resolvido ainda era super delicado para mim, fora a falta de respeito.

Eu nem sabia se ia falar ao Diogo, mas já sabia que provavelmente ele ia perceber o clima tenso que tava entre a gente.

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