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Coringa🎭

Eu tava ali deitado do lado dela, os dois pingando de suor por conta da falta de luz, e sinceramente, naquele momento eu nem senti falta do sexo. Olhar pra ela do lado dormindo toda grudada em mim era uma sensação gostosa, um bagulho doidão que eu sentia por ela..

Confesso que não tava conseguindo pregar o olho, na real eu nem tinha tentado, a mente a milhão por conta do roubo no dia seguinte tava me deixando com insônia. A única coisa que tava me deixando um pouco mais relaxado era a Lua roncando alto pra caralho do meu lado, da primeira vez que nós dormiu junto ela nem roncou, mas daquela vez tava roncando até demais.

A preocupação era não sei nem por quê, eu tava ciente que eu ia voltar e que ia dar tudo certo do jeito que eu tinha planejado, mas tinha alguma coisa lá no fundo dizendo que ia rolar alguma coisa a mais, eu só não tava entendo o que poderia rolar.

Assim que clareou eu levantei da cama, a Lua levantou na mesma hora porque tinha que ir trabalhar, sendo assim eu esperei e nós saiu junto. Passei quase três horas esperando ela se arrumar, e negócinho chato esse bagulho de maquiagem hein...

Quando chegamos na favela ela ficou fazendo várias perguntas sobre a parada, queria até me ver antes de ir, mas eu não quis, eu sabia que aquela não seria a última vez e se ela fosse me ver iria ficar parecendo uma despedida, fora que eu ia tá todo brisado das paradas, gosto que ela me veja assim não.

Ela ficou na escola e eu subi o morro indo direto na casa da mãe da Mariana, cheguei lá ela tava chorando falando que tava sentindo dor na barriga, pra ser mais específico, contração! Eu peguei a minha filha e deixei ela lá, o trabalho de ficar cuidando não era meu, até porque a cria que ela tava esperando não era minha.

Mariana: Pai, por que eu não posso ir pra escola hoje? -olhou para mim.

Coringa: Porque eu quero ficar contigo hoje, posso não? -ela concordou com a cabeça.

Mariana: Mas é ruim perder dia de aula, não? -concordei com a cabeça.-Mas como é a Lua que é a minha professora ela não vai me dar bronca.-deu de ombros.

Coringa: Espertinha, tirando o aproveito da situação né? -ela sorriu negando com a cabeça.-Puxou a mim.

Mariana: Eu quero ser igual a você, mesmo eu sendo menina. Eu gosto do seu jeito pai, te acho muito esperto e responsável.

Coringa: Cê não pode ser igual a mim.

Mariana: Por que?

Coringa: Porque você tem que ser melhor do que eu.-ela negou com a cabeça.

Mariana: Você sempre disse que ninguém é melhor que ninguém, como eu tenho que ser melhor que você?

Coringa: Um dia cê vai entender de qual forma eu tô falando.-sorri fraco e ela ficou olhando para mim.

Passei na sorveteria pra comprar sorvete para ela e logo depois nós foi pra casa, ela comendo o sorvete de boa sentada na sala e eu na laje conversando com os cara pelo celular.

A metade da minha tarde foi daquele jeito, mas depois parei o foco e fui dar um pouco de atenção para ela, sentei do lado pra assistir o desenho chato que ela tava assistindo mas também não falei que era ruim, ela tava toda animada explicando sobre o desenho e eu não ia estragar.

Depois ela dormiu e deu até pena de acordar, mas tava no horário de eu subir pra boca e ela não podia ficar, sendo assim eu fui levando ela no colo e quando cheguei na casa da mãe dela, ela tava lá com o macho do lado, maior cara de playboy e de quem pouco se fodia pra ela. Malandragem eu conhecia de longe, e aquele playboyzinho dela era malandro todo!

No MorroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora