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Lua🌙

Maratona 3/5

Eu tava pretendendo ir com o meu carro, mas acabei marcando do Matheus me pegar na frente do apartamento, sendo assim quando deu o nosso horário combinado eu desci e ele chegou no mesmo momento que eu, no horário certinho.

Lua: Boa noite, parece que alguém aqui é bom com compromisso.-sorri abrindo a porta do carro e ele sorriu de volta.

Matheus: Não posso me atrasar pra sair com você, faz anos que isso não acontece.-concordei com a cabeça enquanto me ajeitava no banco.-Tá linda.

Lua: Obrigada.-coloquei o cinto e olhei para ele.

Ficamos se olhando por um tempo, mas logo surgiu aquele climão, por isso mesmo eu virei o rosto olhando para o lado de fora e ele riu baixinho dando a partida no carro.

Confesso que apesar do que a gente teve a muitos anos atrás, as vezes eu ficava com um pé atrás com o Matheus, parecia que ele gostava de mim ou algo do tipo, mas eu também nunca tive coragem para perguntar, até porque podia ser paranoía da minha cabeça! Mas de qualquer forma aquilo não era tão importante assim, meu coração queria um filho da puta que pouco se fodia para mim na maioria das vezes.

O climão foi desaparecendo no decorrer do caminho, a gente foi conversando sobre algumas coisas, coisas do passado e também coisas do presente. O papo tava tão bom que eu demorei bastante para perceber que a gente já tinha chegado no restaurante, na real nós dois, mas por fim descemos do carro e entramos no restaurante japonês.

O clima do lugar era bastante agrádavel, várias mesas com a luz meio acesa e muito bem organizado, o lugar perfeito para quem ama japa como eu.

A gente escolheu uma mesa e no mesmo momento pegamos o cardápio e começamos a ler todos os pratos que eles serviam e quase como todas as vezes, eu quis o temaki e o Matheus escolheu o Sushi junto com mais outros três pratos.

O lugar agradável já tinha ganhado metade do meu coração e quando vi que os pedidos eram super rápidos para chegar, ele conseguiu ganhar a outra metade.

Matheus: Enfim, já se adaptou ao novo apartamento? -concordei com a cabeça enquanto olhava para o celular que não parava de vibrar com mensagem do Coringa.-Tudo bem? -olhei para ele.

Lua: Sim, tudo ótimo.-sorri fraco.-É que eu tô em um grupo de meninas e o pessoal é bom de conversa.-coloquei o celular em cima do colo olhando para a comida.

Matheus: Hum, entendi.

Lua: E a sua namorada? A Flávia? -mudei de assunto.

Matheus: Terminamos, ela queria um filho e no momento eu não tava com o mesmo pensamento que ela.-pegou a taça de vinho e eu olhei para a minha garrafa de água.-Por que você não tá bebendo? Não gosta de vinho branco?

Lua: Na verdade não, eu gosto de todos os vinhos possíveis mas é que eu não tô muito afim de beber hoje.-ele concordou com a cabeça.

Matheus: Entendo, tem vezes que eu também não tô no clima para bebidas.

Lua: Acontece né.-dei de ombros.

Começamos a comer calados e as vezes trocando algumas palavras. Eu não tava querendo esconder a minha gravidez, mas também não queria sair falando por aí que eu estava esperando um bebê.

Apesar da minha intimidade com o Matheus, eu não vi motivos para eu falar, não sei..só achei que ele não deveria saber sobre uma coisa que ele não ia acrescentar em nada, a não ser algumas palavras bonitas ou julgamentos e várias perguntas sobre quem seria o pai! E falar sobre o Coringa era o que eu menos queria naquela momento.

Eu até tava tentando esquecer ele por um tempo, mas tava sendo impossível e ficou pior quando ele começou a me ligar sem parar, na real só parou quando eu desliguei o celular.

Matheus: E a Carol? Na semana passada eu falei com ela e ela disse que vocês estão afastadas.

Lua: Estamos sim.-ele abriu a porta do carro para mim.-Aconteceu uns negócios super diferente do que a gente é acostumada a viver e começamos a ter pensamentos diferentes sobre isso.-ele concordou com a cabeça fechando a porta quando eu entrei.

Matheus: É uma pena né.-passou para o outro lado, abrindo a porta.-Sempre foi muito nítido o quanto a amizade de vocês é verdadeira, eu nem via vocês mais como amigas, para mim eram irmãs.

Lua: Mas isso é fase, acredito que um dia a gente possa ter uma grande oportunidade de sentar com bastante calma e tempo para conversar sobre esse problema.-coloquei o cinto.-Mas também acredito que com esse nosso problema, a amizade não é a mesma de antes, o clima e a sintonia da nossa amizade já acabou faz um tempinho.

Matheus: Deve ser foda.

Lua: É mesmo, pode ter certeza. Mas tudo acontece por uma razão, talvez a nossa amizade estava em sintonia diferente, pensamentos diferentes, momentos diferentes...aquelas coisas todas lá.

Matheus: E se não dá mais pra continuar, não tem motivo para ficar tentando.

Lua: Uhum, eu concordo.

O Matheus não sabia do Coringa e muito menos da nossa história, mas ou eu tava ficando doida ou aquilo caiu como uma indireta para mim, juro que até cheguei a pensar que a Carol tinha falado alguma coisa sobre ele! Mas não, era doidera minha mesmo.

O caminho inteiro eu fui olhando para a janela, só olhava para o Matheus quando ele falava ou perguntava alguma coisa. Eu tava sentindo o olhar dele a todo o momento sobre mim, só não olhei de volta porque eu não tava no clima de paquerar, e também porque o Diogo de qualquer forma ainda tinha o meu coração.

Quando chegou na frente do apartamento eu desci e o Matheus veio junto para me levar até a portaria, tava tudo ótimo até eu pisar o pé ali dentro junto com ele e perceber o Coringa sentado na recepção com os braços cruzados. Quando ele me viu ficou olhando para mim com uma cara normal, mas quando percebeu a presença do Matheus atrás de mim ele levantou com a maior cara fechada.

Naquele momento eu não queria ter aceitado o acompanhamento do Matheus até ali, mas aquilo também não era da conta dele, porém eu fiquei ciente do tamanho da merda quando ele passou por mim e foi até o Matheus gritando pra ele sair dali.

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No MorroOnde as histórias ganham vida. Descobre agora