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Lua🌙

Abrir a porta da casa da Carol e fiquei sem aonde enfiar a cara quando vi ela e o Th transando no sofá, imediatamente pedi desculpa toda nervosa e fechei a porta de volta, me afastando dali.

Como eu sabia que aquilo não ia acabar tão cedo eu peguei o celular discando o número do Coringa e fiquei olhando pro chão enquanto esperava ele atender.

Ligação on.📞

Lua: Atrapalhei seu sono? -escutei ele suspirar.

Coringa: Atrapalhou.-respondeu com uma voz de sono muito gostosa.

Lua: Não precisa ser tão sincero as vezes.

Coringa: Qual foi? Tu não liga pra mim.

Lua: Se não for te incomodar muito, eu posso ir pra sua casa? É que eu cheguei na casa da Carol agora e ela tá em um momento super íntimo com o Th.-ele riu baixinho.

Coringa: Pode vim, só que tô acompanhado.-sentir uma pontada fraca no coração.

Lua: Hum, então deixa pra lá.

Coringa: É minha filha pô, aposto que ficou morrendo de ciúmes pensando que era alguma mulher.

Lua: Coitado, nem me abalei.

Coringa: Não é pra se abalar mermo não, sabe como é a nossa parada.-suspirei.

Lua: Eu sei.

Coringa: Tô esperando.

Desliguei a ligação guardando o celular no bolso e fui seguindo o caminho da casa dele.

Cara, eu nem sei aonde vou enfiar minha cara quando eu voltar pra casa da Carol, acho que ela não me viu, vou fingir que também não vi o momento íntimo deles.

Respirei fundo antes de bater na porta da casa do Coringa, e assim que eu dei uma batidinha de leve ele abriu, nem falou nada, só deu espaço pra eu entrar.

Lua: Ela tá dormindo? -me virei pra ele.

Coringa: Sim, no quarto dela. Tu dorme no meu comigo, se não quiser eu durmo aqui no sofá.

Lua: Não precisa, acho que não vai chegar ao ponto de eu dormir aqui.-dei de ombros e ele riu.

Coringa: Vai amanhecer o dia esperando isso. Eu durmo aqui pô, e tu dorme lá.

Lua: Quero dormir com você.-ele sorriu.

Coringa: Comigo tu não dorme, papo reto.-negou com a cabeça.

Lua: Engraçadinho.

Ele foi pro quarto e eu fui atrás, sou abusada e pedi uma camisa dele pra vestir, ele negou falando que eu ia querer ficar pra mim, mas no final acabou cedendo.

Lua: Sai, eu quero me trocar.-ele olhou pra mim, guardando as outras camisas que ele bagunçou.

Coringa: Tu gosta de brincar com minha cara né? Já te vi nua, esqueceu?

Eu revirei os olhos, mas acabei me trocando ali na frente dele mesmo, ele ficou me olhando tanto que eu fiquei sem jeito, nem parecia que ele já tinha me visto sem roupa.

Lua: Você me intimida as vezes, me olhando dessa forma.-dobrei a minha roupa e coloquei em cima de uma cômoda que tinha ali.

Coringa: Olho normal ué, tu que fica enxergando outras paradas.-deu de ombros, deitando na cama.

Lua: Hum.

Coringa: Tu gosta de qual lado da cama?

Lua: Não ligo pra isso, o importante é deitar e dormir.-dei de ombros e ele passou pro outro lado da cama.

Coringa: Vou te dar a moral do lado quente.-eu sorrir deitando do lado dele.

Lua: É bom ser o chefão? -me virei pra ele.

Coringa: Aleatória demais.-sorrir.-Sim e não.-olhou pra mim.-Sim pelo dinheiro e não pela paz, é foda não ter um momento de paz, tu não pode ir em lugar nenhum porque pode ser preso ou morto.

Lua: Mas o dinheiro não é tudo, e isso prova a você. Você tem o dinheiro mas não tem a parte mais importante da vida, a paz.

Coringa: Como é ser professora? -perguntou e eu percebi que tava mudando de assunto.

Lua: Bom e ruim, acho que exige muita paciência e já é uma coisa que nasce com a pessoa. Não é fácil, além de ser uma profissão não muito valorizada.

Coringa: Nunca gostei de estudar, mas pelo coroa eu continuei.

Lua: Seus pais moram aqui? -ele negou com a cabeça.

Coringa: Minha mãe mora no interior dela lá, e o meu pai já morreu.-desviou o olhar.

Lua: Se não for uma coisa muito triste pra você, você pode falar como foi? -ele concordou com a cabeça, olhando pra mim novamente.

Coringa: Foi logo no ínicio quando eu entrei nessa parada, eu era soldado de um comandante aí que já morreu.-começou a explicar.-Eu fazia várias sacanagens, sem dó mermo! um dia um parente de uma pessoa que eu matei queria vingança e mandou um pessoal rival invadir aqui. Eles nem foram atrás dos outros, só de alguém meu, por azar ou sorte eu não tava no dia, mas acharam o coroa e mataram ele com vinte tiros, tudo isso por causa de mim.-sorriu fraco.

Lua: Não foi culpa sua, eles que não souberam separar as coisas.

Ele virou o rosto pro outro lado e respirou fundo passando a mão devagar, parecia tá chorando ou algo do tipo.

Lua: Tá chorando é? -abracei ele.-Fica assim não, seu pai sabe que a culpa não foi sua.

Coringa: Mas eu fiz a merda.-falou com a voz fraquinha.

Lua: Desculpa por ter tocado nesse assunto tão delicado pra você.-suspirei.-Se quiser chorar pode, eu não vou espalhar sobre isso, todo mundo chora e é normal.

Coringa: Me deixa vai.-tentou tirar as minhas mãos dele.-Vai dormir pô.

Lua: Vira pra mim então.-ele negou com a cabeça e eu puxei o rosto dele pra mim.

O rosto dele tava um pouquinho vermelho por causa do choro, e os olhos ainda tava com lágrimas.

Lua: Diogo não é tão mal quanto parece.-falei limpando as lágrimas dele.-É bem sensível.

Coringa: Vai me zoar pra sempre agora.-revirou os olhos tirando minha mão do rosto dele.-Tô de boa.

Lua: Não vou ficar aqui pra sempre.-neguei com a cabeça.

Coringa: Tu que pensa, cê vai ser minha mulher ainda, e nós vai ter várias crias.-eu sorrir.-Mas agora é sem compromisso.-me virei pro outro lado.-Ficou bolada?

Lua: Não ué, quero dormir.-ele me abraçou.

Coringa: Cê sabe que eu quero, só não agora.-sussurou no meu ouvido e eu arrepiei.

Lua: Para de falar, sua voz me dá tesão.-ele riu.

Coringa: Nós resolve isso agora.-desceu a mão pra minha coxa.-Basta abrir as pernas pra mim.-eu respirei fundo.

Lua: É uma proposta tentadora, mas sua filha tá aqui. Vamos respeitar ela.

Coringa: Tentador é tu com a cor da lingerie que me deixa com o pau duro.-deu uma roçadinha em mim.

Eu neguei com a cabeça tirando a mão dele da minha coxa e entrelaçei na minha, ele riu no ínicio, mas acabou deixando, se aconchegando mais em mim.

Lua: Boa noite, Diogo.

Coringa: Boa Noite, Lua.

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