Após alguns minutos no telefone mamá me mandou trocar de roupa dizendo que conseguiu uma consulta pra dali a a meia hora, me arrumei do jeito que deu sem sentir alívio algum e fui em direção ao carro esperando minha mãe.
Menos de vinte minutos chegamos na clínica odontológica.
Passando pela entrada ao chegar no meio da escada, soou um pequeno alarme como se fosse para avisar que alguém estava subindo. Havia uma sequência de portas depois da recepção e várias cadeiras espalhadas de forma organizada. Haviam cinco pessoas aguardando e eu me sentei enquanto minha mãe andava em direção a recepcionista.
Ela apontou para mim e eu suspirei, sentia minha perna começar a tremer e a vontade de ir embora era enorme.
Eu morria de medo de dentistas, por esse motivo ignorei todas às vezes que mamá me advertia sobre minhas reclamações sobre o incômodo em minha bochecha e dente quando ia comer ou beber alguma coisa.
— Pronto, ela nos pediu para aguardar. - Mamá falou e me olhou enquanto continuava com a mão contra meu rosto.
— Lauren?! - Uma mulher loira com um jaleco azul chamou e minha mãe deu duas batidinhas na minha perna, me incentivando a levantar.
— Pode me seguir, por favor. - Ela falou sorrindo e eu assenti andando atrás dela.
Antes que pudesse chegar na sala meu coração já batia acelerado. Ela abriu a porta número 5 e eu adentrei, parando automaticamente assim que vi a cadeira e a dentista de costas mexendo em algo.
— Tem medo? - A loira que agora estava ao meu lado perguntou e eu assenti, ela deu uma risadinha e mexeu com a mão. — Não precisa ter medo. Não vai doer nadinha.
Eu suspirei e me aproximei. Ela ajeitou a cadeira na minha altura e me deu um pedaço de papel toalha, depois de acomodada ela passou uma correntinha com uma espécie de babador em volta do meu pescoço e se sentou ao lado ajeitando os equipamentos.
— Boa tarde Lauren, o que você está sentindo? - A dentista que até o momento estava de costas se virou e me encarou, apesar da máscara que ela usava me perdi alguns segundos encarando aqueles olhos castanhos que destacavam sobre a cor da pele e da máscara branca e percebi que ela me olhou com a mesma intensidade.
— Meu siso está doendo e eu sinto como se minha bochecha estivesse em carne viva. - Falei assim que quebrei o contato e ela sacudiu a cabeça assentindo.
— Certo, vamos olhar e ver o que está acontecendo. - Ela falou e se sentou atrás de mim.
Eu tentei desviar da luz que estava acima de mim e olhei para cima dando de cara com o rosto da dentista.
— Muito claro? - Ela perguntou e eu assenti.
— Dinah, abaixe um pouco a luminária por favor. - Ela falou e logo a luz parou de ir diretamente em meus olhos.
— Melhor?!
— Sim, obrigada.
— Abra a boca, Lauren. - Ela pediu e antes de abrir eu engoli em seco.
Ela usou um aparelho que jorrava água e em seguida Dinah colocou o aparelho de sucção.
A dentista colocou o dedo na minha boca e a luva percorreu toda minha gengiva deixando ainda mais exposto.
Ela passou o dedo na parte debaixo, próximo ao meu siso e eu resmunguei.
— Dói?
— Buinto - Respondi com a boca aberta e ela assentiu.
— Será necessário a retirada do dente, eu vou te passar uma receita de um anti-inflamatório, anotar o horário para tomar e te entregar o pedido de raio x. - A luz foi apagada e ela se afastou, senti Dinah retirar aquele babador de cima de mim e usei o papel para limpar minha boca enquanto a dentista jogava o par de luva no lixo. — Você pode voltar em cinco dias para fazermos o procedimento.
Love At First Sight - Parte I
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