Cartas para Satico ( Concluido)

O último uivo de Akira

Despedida de Akira.

Numa linda noite de lua cheia, Akira subiu a pico do Evereste e cantou uma linda canção com seu violão.

Aos meus irmãos quem tanto amo eu dedico essa canção:

O exílio da minha precipitação partiu em pedaços meu coração e a bruxa que nos trazia a refeição.

De seus orifícios saiam comida e achei tão esquisito que a cortei em pedacinhos.

Mas eu aprendi com as saudades.

O valor da amizade.

E o custo da piedade.

Ser diferente, ou igual que diferença faz?

Se todos nós só queremos viver em paz?

Canto para vocês meus irmãos essa linda e pequena canção.

Eu agora tenho aprendido e compreendido minha linda missão.

Que em frases e versos termino em frente à lua.

Para que minha alma e amor se perpetua.

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Akira virou fumaça e fluiu para lua.

Seu violão foi levado a Satico para ficar junto de seu receptáculo.

Tempos mais tarde em outro tempo e espaço ele escreveu:

Queridos irmãos,

Vivo uma vida humana bem normal e aos poucos o véu do esquecimento, me dá a graça de contemplar minha fragilidade, os médicos disseram que tenho Alzheimer, dei risada, eles não sabe que também sou um kami e que escolhi esquecer, porque já cumpri minha missão e sigo o caminho do meu pai.

Talvez eu o tenha visto em sua forma humana, e talvez não tenhamos nos reconhecido, mas isso importa?

Todos os kami terão Alzheimer, é a nossa escolha, viver milênios como kami e ter dignidade de poder sentir a fragilidade da vida.

Porque não existe grandeza em ter controle sobre tudo.

Que receptáculo seja enterrado no Canadá, é a única coisa que peço.

Essa será minha última carta, guarde as cartas minha irmã Satico, pois alguém um dia contará as nossas histórias.