Um amor sublime •Chaesoo•

CAPITULO 3 - Agora tudo irá ficar bem

Dias atuais...

A brisa fria que soprava a cortina branca, na janela de meu quarto, que eu havia esquecido aberta noite passada, fez-me despertar às 2 horas da manhã. Não era novidade alguma para mim levantar naquele horário, mesmo que eu fosse trabalhar no restaurante de frutos do mar do senhor Nan, apenas no turno da noite; levantei-me ainda bocejando e cocei os olhos para despertar depressa, o dia mal havia começado!

Como um mantra diário logo arrumei minha cama; separei uma roupa quente, -porém com uma malha confortável- que não me atrapalhasse à fazer uma boa caminhada- a colocando ali em cima, para que eu a pegasse depois do banho.

Não dormiria novamente já que costumo ter dificuldades, por conta da insônia.

Do lado de fora, olhando de minha janela, no segundo andar da casa o tempo não estava de tudo ruim, se tem uma coisa que amo de paixão é admirar o céu e hoje ainda escuro por ser madrugada, eu podia ver a neblina rodear todo bairro, talvez chovesse mais tarde, estava muito frio e ainda era possível se contemplar o iluminar da lua e das Estrelas , mesmo assim não era algo que me faria deixar de sair para correr um pouco.

Fui até o banheiro e me despi, bom, não que eu estivesse muito coberta, normalmente mesmo frio como hoje, costumo dormir apenas de blusas largas e a minha peça íntima de baixo, roupas demais me tiram o sono.

Entrei dentro do box do banheiro e liguei o chuveiro, logo pude sentir as gotas quentes caírem sobre minha pele me causando uma sensação de alívio, normalmente em manhãs quentes costumo tomar banhos frios ao amanhecer, no entanto o dia de hoje passaria longe da palavra 'calor' e eu não queria contrair uma gripe, isso era o que menos precisava em um momento onde sou a pessoa responsável pela Dona Madalena, a minha avó. Não poderia me dar ao luxo de adoecer, por isso logo ao terminar meu banho me vestir adequadamente e coloquei um longo casaco marrom por cima de minha blusa de gola alta no pescoço, penteei os cabelos e coloquei minha touca favorita, peguei a chaves de casa, meus fones de ouvido e calcei meu tênis para enfim sair de casa.

The Neighbourhood , tocava em meu fone enquanto caminhava pelas ruas de meu bairro, não eram nem três da manhã ainda, Todos deveriam estar dormindo.

Eu não queria correr hoje, ao contrário do que muitos dizem por aí, não sou uma doida que faz exercícios físicos pela madrugada apenas para ter um físico bonito ou se mostrar por aí, na verdade não gosto de expor minha vida pessoal para as pessoas, às vezes elas falam demais, principalmente os meus vizinhos.

Quando era pequena sofri bullying por ser feia e um pouco mais acima do peso, as pessoas às vezes tendem a impor padrões altos demais aos quais devemos seguir à risca, e mesmo fingindo não nos importar uma hora, sempre iremos nos questionar " se somos aceitáveis ou não para a sociedade. " eu fiz isso.

Após completar o ensino médio, decidi que queria emagrecer e mudar completamente minha vida, meu jeito de ser, mas... nunca a minha personalidade e o meu caráter. - coloquei isso em mente- .

Prometi isso para mim mesma, uma etapa nova se iniciava em minha vida e eu estava disposta a fazer valer a pena.

A partir daí, comecei a criar altos objetivos e metas para serem cumpridas, comecei a sair mais cedo de casa para ir correndo até a escola pelo caminho mais longo, eu ainda não morava onde moro agora e sim em um lugar um pouco mais afastado da escola onde estudava no ensino médio, antes morávamos de aluguel, na época vovó insistia diariamente para que eu pegasse o ônibus escolar no entanto eu me recusava a continuar sendo chamada de apelidos maldosos que as outras garotas e garotos colocavam em mim, como se eu realmente fosse algo do que eles falavam.

Meu cabelo que desde a infância fôra curto, parei de cortar e o deixei crescer até as costas.

Ao me formar, a vovó me perguntou o que queria de presente, e quando ela disse 'qualquer coisa', jurei ter sentido meus olhos brilharem enquanto a pedia uma tinta para cabelos.