20| The phone talk

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Hey, como estão?

Capítulo pequeno pra voltarmos com a rotina

Boa leitura, amo vocês




Sinto a água fria cair no meu ombro, relaxando todo o meu músculo e me fazendo suspirar.

Faz quase três meses que minha rotina é a mesa.

Eu subo nos palcos, faço os shows e depois volto para o ônibus da banda, ou para um hotel caro onde dormimos, e renovamos as forças para ir para outro lugar fazer outro show.

No começo, eu ao menos me importei. Eu gosto de estar no palco, da adrenalina, da excitação, de ver os fãs gritando nosso nome e demonstrando todo o amor que sentiam por nós. Mas isso mudou com o passar das semanas.

Quando completamos um mês na estrada, eu já estava exausta, era possível ver em nossas feições que não estávamos bem.

Nesse mês tivemos nossa tão sonhada folga, que nada mais foi que um dia de descanso passado no avião onde viajamos para o outro lado do continente.

Foi como se tivéssemos saídos da viagem mais cansados ainda.

Era difícil e não acredito que depois de tanto tempo longe dos palcos eu me via todos os dias torcendo para que a turnê acabasse e eu pudesse voltar para casa.

— Pensei que iria aproveitar o solo brasileiro com sua irmã e o Flynn — digo ao ver Alora sentada na cama, enquanto saia do banho.

Meus cabelos ainda estavam molhados e eu os secava, esperando por um resposta.

— Eu provavelmente terminaria a noite bêbada e com uma mulher aleatória na minha cama, não quero isso hoje — ela diz apenas, mexendo em seu MacBook.

Eu não preciso perguntar para saber que Alora estava trabalhando no site que criou para minha namorada. Ela fazia isso sempre que tinha tempo livre. Eu não sei como agradecer por toda ajuda e pelo carinho que ela tem por Lynn.

— Você não faz isso há um bom tempo, na verdade. Nesses meses em que estamos de turnê não te vi ficando com ninguém — me deito na cama ao lado, pegando o celular debaixo do travesseiro.

— É... Estou tentando dar um jeito na minha vida. Estou sendo inspirada por suas atitudes — não consigo saber se suas palavras são ironia ou não.

Eu nunca sei.

— Nada de mulheres, drogas e bebidas? — ela nega.

Todos os membros da banda eram como eu no passado. Mas diferente de mim, eles sabiam a hora de parar.

— Quem você está tentando conquistar? — Alora finalmente me olha. Seus olhos arregalados e a boca entreaberta.

— Por que acha isso? Eu não... Claro que não, minhas motivações não giram em torno de mulher. Claro que não — levanto as mãos em rendição, respondendo com um "okay, okay".

Ela não diz mais nada. Mas seu nervosismo ao me responder me fez soltar uma risada fraca.

Olho a hora no celular, fazendo as contas mentalmente para tentar adivinhar que horas eram em Los Angeles naquele momento.

Ligo para Lynn, não me importando em antes enviar uma mensagem perguntando se posso ligar para ela, já que eu ligava com frequência.

Minha namorada atende alguns toques depois. Consigo ver pela câmera que ela não estava em casa ou na minha casa. Não reconheço o lugar, mas sei que ela está pintando por conta do avental sujo de tinta que ela usa.

The Contract •Billie Eilish•  |G!p|Where stories live. Discover now