𝑪𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 5

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                                  Perigo

Papo reto aqui, neguin' acha que só porque nós é bandido que a vida parece ser fácil, porque a primeira coisa que a gente aprende quando entra nessa vida é que ela não é fácil, ah mais se é bandido, tem tudo oque quer, vai indo nesse caminho que você vê a verdade.

Larga a porra da escola é pior, sem neurose, ser vagabundo é outra coisa agora burro? tá de palhaçada né pô.

Explica aqui, o otário do meu "pai" era o ex dono daqui mas o mesmo foi morto num confronto com os bope, eu tinha uns catorze, na época, faz doze anos que isso aconteceu.

E sua mãe? bem, chamar aquilo de mãe é piada, já ouviram aquele ditado, "Amor é só de mãe"? eu nunca tive, ela traiu o meu pai, e ele matou ela, foi um trauma, mas eu costumo não lembrar. a madrinha da minha irmã, cuidou da gente até eu completar 20 e assumir o morro, o chefe que ficou no comando enquanto, era tio do meu pai, ele morreu, eu gostava dele, mas não tive muito tempo com ele.

Depois disso, eu assumi o morro, eu já assumia uns cargo na boca, e ajudava no morro, eu comecei a gostar, e infelizmente entrei de vez.

O morro é minha âncora tá ligado? meu legado, aqui nem tudo é crime, droga, tráfico e os caralho a quatro, o que não tá errado também, mas pó, tem seus altos bons também, que eu não sei falar esses bagui ai não.

Tava no alto do morro agora, observando as coisas, dava pra ver geral, o morro todo, até o asfalto, bolei um beck na paz e fumei um, nem sempre é normal por aqui, então eu já tenho que ficar que nem coruja, de olho em tudo, qualquer coisinha, é tiro pra todo lado.

Terminei de fumar, e joguei o resto da maconha, subindo na minha moto a ligando, descendo pra entrada do morro.

- Ae chefe, tem um fagulha' ai.- encarei confuso e fui até lá onde tava uns vapor fazendo vigia.

Vi o maluco de ontem, um tal de Lucas? sei não, tava com paciência hoje agora cê me tirarem aí bagui vai mudar.

- Qual foi? já é a segunda vez que tu é barrado aqui pô.- Cruzei os braços, falando pro doutorzinho aí.

- Eles que não me deixaram entrar, não é tu que é o chefe? então..- esse daí pensa que é quem? desafiando os outros, quer morrer cedo só pode.

- Deixa a passagem do doutorzinho liberada, fechou? - encarei os vapor que tava lá e o doutorzinho também.

- Obrigado, fico muito deslongiado com suas palavras.- sorriu debochado, tá de caó' mesmo.

- Quando precisar.- respondi com o mesmo tom.

Ele passou por mim com uma mochila, e umas duas malas, dei risada com isso, maluco vai subir esse morro todo, sacanagem.

Ia deixar de lado mas vamo ver se ele é quem aparenta ser, pedi um carro pra deixarem aqui, e peguei ele, o doutorzinho até que andava rápido.

- Entra logo, se reclamar eu dou um tiro bem no meio desse teu pé ai'.- encarei irônico, ele me olhou assustado e ficou parado, porra, tô fazendo um favor ainda!

Desci do carro e peguei as tralhas dele colocando no porta malas, e entrei de volta no carro, liberando a porta de passageiro.

Ele entrou e ficou estático.

- Um obrigado seria bom pô.- acelerei o carro, ih nem sabia pra onde ele ia caralho.- Qual lugar o doutorzinho vai?

- Pra minha casa? eu acho.- ele entregou um bilhete do caminho e fui.

- Não ia saber.

- Mas você que me obrigou a entrar aqui, obrigado.- o obrigado foi debochado até deixei de lado, raiva é algo que eu não controlo muito.

𝗠𝗢𝗥𝗥𝗢 𝗗𝗢 𝗔𝗟𝗘𝗠𝗔̃𝗢 - romance gayWhere stories live. Discover now