Narrador Pov
Algumas horas atrás...
O cientista Laércio acompanhou Alejandro na ambulância até o Hospital Guedes Paranhos. Após chegarem, os enfermeiros empurraram a maca, colocando uma máscara de oxigênio no mais velho enquanto o cientista morria de nervoso sobre como iria explicar aquilo para a sua chefe. Se algo acontecesse com aquele homem, Laércio perderia sua cabeça.
Minutos se passaram até que o médico responsável apareceu para dar as notícias ao cientista.
- Então foi mesmo uma embolia? – perguntou Laércio e o médico assentiu. – Ai, meu... – seu celular vibrou, tocando. – Doutora Julie, finalmente! Com licença, doutor... – o médico se afastou. – Alô?
Ele explicou tudo para a chefe que ordenou imediatamente para ele ir até a sala do Dr. Carlos. Lauren havia acabado de sair de lá.
- Seu imbecil, como é que você trouxe o homem pra cá, um hospital comum? – repreendeu, grosseira assim que o funcionário entrou na sala.
- Era o hospital mais perto, a Criotec não tem UTI. – ela assentiu. – O paciente podia ter morrido, doutora.
- Como é que você foi deixar isso acontecer?
- O homem acordou e ficou maluco.
- Ele disse alguma coisa antes de desmaiar?
- Absolutamente nada. Só queria saber da filha dele. – Dr. Carlos colocou os dedos sobre a boca, apoiando o cotovelo em sua mesa. – Quando viu a família congelada, ele ficou desesperado. Foi aí que ele teve o ataque.
- Ele estava numa câmara pressurizada, saiu pro ar livre sem dar tempo pra que os pulmões se adaptassem. Foi isso que aconteceu. – explicou o médico.
- Claro, claro. – concordou Julie. – Como se um mergulhador de águas profundas subisse assim, de repente, pra superfície sem o devido preparo. Ele teve uma embolia, podia ter morrido.
- Não, eu li o laudo de emergência, ele tá ótimo. – Dr. Carlos falou naturalmente, espantando a doutora. – Agora, pelo que eu estou vendo, essa gente é feita de ferro.
Concordaram, começando a conversar sobre o que fariam dali pra frente.
Naquele momento, um senhor de pele negra sentado na recepção, aguardava sua filha fazer a ficha dele. Uma linda moça negra de corpo escultural tinha seus cabelos presos em um rabo de cavalo e vestia uma calça jeans simples, junto com uma blusa preta e rasteirinha, além de segurar a sua bolsa.
- Obrigada. – fez o agradecimento para as moças da recepção, sorrindo e voltou a se sentar ao lado do pai. – Pronto, paizinho, o senhor vai ser atendido o mais rápido possível.
- Ô, minha filha, Normani, você me trouxe pra um hospital particular, é muito caro.
- Pai, eu não ia te levar num posto que nunca tem médico. – ele soltou um suspiro. – Aqui o senhor vai ser atendido como se deve, agora relaxa, tá? – fez um carinho no ombro dele, sorrindo mais uma vez. O mais velho segurou na mão da filha. Normani não fazia ideia de como iria pagar aquela conta, já que tinha perdido o emprego na lanchonete da empresa do qual trabalhara, depois de sujar a blusa de vinho justo da presidente da empresa. Seu chefe não era o dos mais compreensivos. – Tá doendo muito? – passou a mão pelas costas dele.
- Só dói quando eu respiro. – riu brincalhão e Normani negou com a cabeça, rindo também.
- Eu acho que nunca viram um preto na sala de espera desse hospital. – sussurrou depois de notar uma dondoca os encarando de forma estranha.
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Tempo Indomável
Fanfiction1886: A época em que o Brasil era governado por Dom Pedro II e dominado pela escravidão. Nascida e criada desde sempre na fazenda Nossa Senhora do Ó na vila de São Paulo, Camila tinha certeza do futuro que a esperava: arranjar um marido, mas evitava...