Onde estou?

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- Ótimo, está correndo tudo muito bem. – a cientista Julie falava satisfeita enquanto lia sua prancheta com informações sobre sua pesquisa. – Aqui na Criotec nós temos condições de monitorar a todos com segurança até que eles acordem.

- Pelo o que eu vi nos exames, doutora, eles não tiveram nenhuma sequela? – perguntou capitão Andrew.

- Nenhuma. – riu baixo. – O que torna isso tudo mais surpreendente ainda, não é?

- Será que poderiam ser mais objetivos, por favor? – Hailee pediu, outra vez perdida com o assunto e termos dos dois.

- Sim, comandante... – Andrew ia falar, mas a cientista o interrompeu.

- Vamos para a minha sala. – apontou com a mão e os dois oficiais a seguiram.

- Nosso departamento jurídico já está alinhado com o Ministério Público. – falava Hailee, vendo a cientista servir café em sua xícara. – Assim que a moça despertar, ela será transferida pra cá.

- Não, não...

- Por mais que Lauren Jauregui esperneie.

- Não acho que esse é o melhor caminho, comandante. – tomou um gole do café.

- Como não, doutora? Aquela milionária metida sequestrou a moça que deveria estar em poder do Estado.

- É, mas as coisas não são tão simples assim, né? Lauren Jauregui é uma das empresárias mais importantes do Brasil. – riu sem humor, tirando os óculos. – Eu acho que a fortuna dela deve estar equivalendo ao PIB de um pequeno país e eu não gostaria nem um pouco de ter essa mulher como inimiga.

- O que a senhora quer dizer com isso, doutora? – Andrew trocou olhares com sua superior e depois encarou a doutora.

- Quero dizer que nós temos que ficar ao lado dela pra poder usar o que ela tem de melhor.

- O quê? – Hailee cruzou os braços. – A prepotência?

Julie deu uma leve risada.

- Não. O dinheiro. – foi clara, colocando de novo os óculos no rosto e os dois oficiais se entreolharam.

- Como assim, doutora?

- Nós precisamos de dinheiro para as nossas pesquisas, comandante. Financiamento. Essas pessoas ficaram congeladas, sem sequelas, sobreviveram anos e anos, aparentemente sem nenhum dano na saúde deles... Isso nunca foi visto na história da ciência.

- Parece ficção científica. – disse Andrew e Hailee concordou.

- Mas não é, é a vida real. – se levantou, apontando para os dois. – É nós temos que trabalhar juntos. Agora me sigam, quero mostrar mais da pesquisa.

- Ah, eu preciso resolver umas coisas. Não vai dar para ficar. – disse Hailee. – Mas eu volto amanhã.

- Certo, até comandante. – Dra. Julie se despediu, vendo os dois oficiais baterem continência um pro outro.

Julie e Andrew saíram da sala, indo até onde as câmaras com os corpos da família de Camila estavam.

- Temos nove adultos aqui, são cinco negros, mais quatro caucasianos, idades variadas, uma criança, além do cão.

- É muito estranho que as roupas que eles usavam parecem antigas. – capitão Andrew lia as informações em sua prancheta.

- É, essas do vestuário foram enviadas para análise. Eu evitei retirar a prótese de ouro da mulher mais velha, porque eu reparei que ela estava encrostada na gengiva. – se referiu ao dente de ouro que uma das negras usavam. – Veja bem, tenente, eu só vi coisas assim nas tribos africanas que enxertavam ouro no próprio corpo.

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