CAPÍTULO 33

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- Qual é o seu problema? - eu me desvencilho de Levi quando ficamos sozinhos.

- Qual o meu problema? Você por acaso é cega? - Ele ainda estava irritado, sua expressão esbanjava a sua revolta.

- Eu tenho o direito de conversar com quem eu quero, além de beijar quem eu quero.

Levi soca a parede ao seu lado e dá as costas para mim mexendo no cabelo. Sua atitude era confusa e sem sentido. Se considerasse que aquele beijo, que foi dado sem consentimento, possuísse sentimentos reais e intensos eu diria que o capitão estava com ciúmes. No entanto, eu duvidava desses sentimentos, pois você não maltrata a pessoa que gosta. Depois daquilo, Levi não havia demonstrado nenhum tipo de afeto, apenas me maltratava e me rebaixava na frente de todos.

E agora estava querendo controlar com quem eu me relaciono como se eu fosse sua boneca. Ele tinha que entender que não era assim que funcionava.

- Escuta aqui, anão irritante! Eu não sou sua propriedade, nem mesmo seu brinquedinho. Eu faço o que eu bem entendo e você não tem nenhum direito de interferir. Aquele beijo naquela expedição foi muito confuso. Por um segundo eu pensei que gostasse de mim, mas depois você só me desprezou. Isso me deixou muito confusa. Ainda me deixa confusa. - Eu abaixo o tom da minha voz. - Eu não consigo te entender Levi - Ele olha para mim quando o seu nome sai da minha boca pela primeira vez sem nenhum honorífico - mas mesmo assim eu tenho muita consideração por você. Você já me ajudou e me salvou tantas vezes. Se eu fosse uma garota comum teria me apaixonado por você, mas eu não vou me entregar para alguém que brinca comigo do jeito que você anda fazendo - Eu paro um segundo para respirar, pois estava derramando tudo o que estava guardado. - Agora capitão se me der licença, eu vou voltar para aquela sacada e viver a minha vida.

Eu sigo para voltar até Jean passando pelo capitão, mas Levi segura o meu braço de forma carinhosa.

- Por favor não vá...

Espanto cobre o meu rosto.

- Ele só está te usando S/N -

- De novo isso capitão, olha... - O tom da minha voz ameaça a irritar novamente, mas a minha fala cessa com um movimento rápido de Levi. Quando me dou conta estou presa entre ele e a parede.

- Por favor, só me escute!

Eu assinto pasma com a sua perfeita movimentação.

- Você disse no início que o Jean estava apenas te cantando por brincadeira, mas agora você pode ter a certeza que não, porque aquele rato ia te beijar - Essas palavras saíram ríspidas de seus lábios que estavam próximos ao meu rosto - Ele está flertando com você, mas não por motivos legítimos. Ele está fazendo isso para provocar ciúmes na Mikasa. Acho que você tem consciência que ele é apaixonado pela Mikasa desde antes de vocês entrarem para a tropa.

Eu me lembro dos meninos no treinamento fazerem diversos esquemas para que os dois ficarem próximos. Algumas pequenas partes de conversas vêm à minha mente com esse tipo de assunto. Desde lá, Jean tenta conquistar a morena indomável. Era fato que o loiro gostava de Mikasa.

- Ele apenas está se contentando com você. Está tentando fechar uma ferida aberta por tantos fora que já levou de Mikasa. - Levi abaixa o olhar e apoia a sua testa em meu ombro como se precisasse descansar. - Me desculpa pela minha atitude. Eu apenas quero te proteger, pois eu duvido que o Jean goste de você como eu.

Eu travo. Meu corpo enrijece. Minha respiração acelera. Aquilo foi uma confissão? Ou foi apenas mais um golpe para me deixar perdida? A aproximação do seu corpo no meu, criava um peso dificultando a minha respiração. O seu cheiro invadia o meu ser me entorpecendo. Tantas emoções me invadindo que não sabia identificá-las nem mesmo organizá-las.

- Levi, eu...

- Me desculpa - Ele me corta e levanta a cabeça colocando os seus lábios nos meus.

Ele me envolve em um beijo suave me enfeitiçando com cada movimento. Uma de suas mãos está em minha cintura e a outra segura o meu rosto delicadamente. Eu retribuo sem poder resistir ao seu toque. O gosto de sua boca me dominava. Seu toque me enlouquecia me fazendo retribuir o beijo com a mesma intensidade do moreno que eu admirava. Logo estávamos totalmente entrelaçados no corredor e apenas paramos quando ficamos sem ar.

Ele afasta o rosto do meu para poder me olhar. Eu estava envolvida demais para poder falar ou raciocinar qualquer coisa, eu apenas queria beijá-lo novamente. Poder bagunçar o seu cabelo e puxar ele mais e mais perto de mim. Aqueles olhos que me fitavam estavam tão calmos e severos, possuíam um carinho incomum, parecia um olhar apaixonado. Sua boca estava entreaberta o deixando muito atraente, seu cabelo levemente bagunçado por culpa minha e suas têmporas ligeiramente avermelhadas. Eu poderia me acostumar com essa visão. Levi parecia tão vulnerável, tão aberto, tão lindo.

Ele acaricia o meu rosto com o seu polegar, suspira e se vai pelo corredor me deixando à deriva com o seu gosto na minha boca.

Levi Ackerman - Determinação Inabalável Where stories live. Discover now