C.12 - Abstinência

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Carol


- Pera aí... Não me diga que...

- Sim nos beijamos. - Falei completamente arrependida do que tinha feito.

- Nossa! Não acredito! - Ela falou rindo, feliz com a enrascada que eu tinha me metido.

- Nos beijamos não, ela que me beijou. - Lembrei do momento em que ela chegou perto primeiro.

- Que foi ela que te beijou eu já sei... Você é uma arregona, não beijaria primeiro. - Rafaela zombou da minha cara com um sorriso de orelha a orelha.

- Você não tá entendendo o tamanho do problema. - Neguei com a cabeça.

- Que problema?

- Eu estava planejando me afastar.

- Porque? Por acaso não gosta dela? - Freou o carro ao ver o sinal vermelho. Tô com medo de andar com ela a essa hora da noite dirigindo. Mas continuando o assunto...

Pensei um pouco no que dizer, mas não tanto... Se demorasse de mais oara responder ela desconfiara.

- Não. - Disse o que meu cérebro mandou. Afinal era parte do meu plano deixar de gostar dela em breve.

- E ela te beijou a força? - Se virou apoiando o braço no volante com o carro ainda parado.

- Tecnicamente sim. - Na verdade é estranho falar desse jeito já que eu infelizmente colaborei para aquela situação. - Eu talvez não usaria bem essas palavras...

- Beleza, então vamos a delegacia.

- O QUE?! - Essa foi a minha vez de ficar surpresa.

- Ué você não disse que não gostava dela? Então isso pode ser caracterizado como assédio, já que ela é sua chefe e vem te importunando.

- Não! Você enlouqueceu? Não vamos denunciá-la.

- Por que não? Podemos conseguir um advogado e tirar uma boa grana. Tenho certeza que não vai fazer nem cócegas no bolso dela e que você não vai se importar já que não sente nada por ela. - Minha amiga mudou a rota da nossa casa para a delegacia e eu estantaneamente entrei em desepero.

- Seu plano não vai dar certo porque eu beijei ela de novo. - Me lembrei de um bom argumento para a fazer parar. - Ela tava bêbada e eu tava na casa dela. Não faz sentido fazermos o BO, a culpada sou eu.

- Daremos um jeito de contar a história direitinho na delegacia. Nada do que você falou muda o fato de ela ter te beijado primeiro e de ter te dado um celular para tentar te comprar seu silêncio.

- Rafaela! Para de inventar coisa! - Me alteiei, odiava quando ela fazia aquilo, manipulava todos os fatos para mudar a situação ao seu favor. Porém a Rafa que eu conheço nunca faria isso para prejudicar alguém. O que tá rolando com a minha amiga? - PARA ESSE CARRO! - Falei alto já com meu coração palpitando imaginando o que aconteceria se chegássemos a delegacia.

Ela pisou no acelerador fazendo o carro ir mais rápido. Tínhamos entrado na avenida, estavamos a 5 quarteirões da delegacia quando eu perdi a cabeça de vez.

- EU GOSTO DELA! - Gritei dentro do carro como meu último ato de desespero. - Esconder meus sentimentos não foi o bastante para convencer JiEun a se afastar. Eu só queria nos proteger, proteger ela para que continuasse sua vida normalmente sem que eu atrapalhasse. Por isso não posso denunciá-la... Por isso eu retribui o beijo.

Felizmente meus berros funcionaram fazendo Rafaela diminuir a velocidade.

- Nossa eu divia ter gravado isso. - Rafa olhava pra mim rindo um pouco. - Fala de novo... - Ela puxou o celular do bolso. - Eu vou gravar agora.

My Celebrity - IUWhere stories live. Discover now