C15 - I am

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Carol

- Filha, acho que já está na hora de você começar a agir mais nos negócios da família. - Meu pai falou sério se sentando na cadeira do escritório onde estava. Meu meio-irmão mais novo assistia a conversa assentindo com tudo que papai dizia.

- Mas eu já sei dos negócios da família... O hospital e tudo mais. Estou fazendo o que vocês sempre disseram pra mim. Medicina... para trabalhar como você, papai. - Deu um passo a frente ficando mais perto da mesa.

Sempre tive muito orgulho do meu pai quando criança, ele era um médico renomado, diretor do maior hospital da cidade. Porém quando eu fui crescendo e descobrindo o motivo dele trabalhar tão pouco e ter tanto dinheiro acabou me fazendo desanimar de seguir o mesmo caminho que ele. Mesmo assim ainda seguia suas ordens com vigor desde que isso não quebrassem meus princípios.

- Eu sei... Por isso gostaria de pedir para que você começasse a trabalhar.

- Trabalhar? - Fiquei confusa. - Mas eu ainda estou no segundo ano de faculdade. Eu não posso iniciar nem como interna não estou preparada.

- Não se preocupe quanto a isso... Eu já conversei com o diretor da sua faculdade e ele vai agilizar as coisas para você, já que é uma ótima aluna. - Ele colocou as mãos sobre a mesa.

- Você comprou o diretor da faculdade?! - Perguntei desacreditada.

- Eu não diria dessa forma, mas tecnicamente sim. Não se preocupe você não precisará encostar um dedo em qualquer paciente se não quiser. Você atuará em outra área.

Não estava gostando daquela ideia... Porém não queria contrariar. Meu pai era cabeça dura e não queria decepciona-lo, depois de todas as oportunidades que ele me deu.

- Tudo bem... - Neguei com a cabeça e coloquei as mãos no bolso do meu casaco branco da dior. - O que você quer que eu faça?

- Você lembra dos pequenos desvios que fazemos do nosso concorrente?

Era esse o motivo do meu desânimo de trabalhar com meu pai.

- Os que me fizeram desistir da faculdade de advocacia? - Travei o maxilar e olhei inconformada para ele lembrando da situação embaraçosa que nos metemos a alguns anos.

- Sim... - Ele respirou fundo. - Sente-se por favor.

Indicou a cadeira a minha frente e eu sentei. esperando pela longa conversa que teríamos.

- Precisarei que você me ajude com isso, não sei por quanto tempo.

- Mas e os médico que fazia esse trabalho?

- Descobri que ele desviava dinheiro dos lucros que tínhamos então o demiti.

- Não poderia denunciá-lo afinal os dois sairiam presos. - Provoquei baixo com deboche.

- Olha Carol, eu sei que você não gosta do que eu faço. Mas não vou admitir que fale assim comigo! - Ele bateu na mesa ficando bravo.

- Tudo bem. - Engoli a seco. - Desculpa, papai. Me passa o que eu tenho que fazer e eu vou pensar sobre...

- Pensar sobre não é uma opção. - Meu pai me entregou uma lista das coisas que eu teria que conferir e desviar de um hospital para o outro. - Mas não se preocupe, vamos desviar do hospital público dessa vez... Não é você que diz que odeia pobres?

- Tem alguma coisa pra pegar de lá? - Dei uma risada. - Não acredito que você vai me fazer trabalhar com gente desse nível. - Neguei com a cabeça. A ideia não pareceu tão ruim assim já que era para prejudicar um órgão público.

My Celebrity - IUOnde histórias criam vida. Descubra agora