Capítulo 50

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LUCCA

Saí bem cedo para resolver algumas coisas na rua e repor algumas mercadorias da boate, e decidi passar na minha mãe e levá-la para tomar café na padaria, sei o quanto ela ama um cappuccino com pão de queijo e assim eu fiz.

Nice: que delicia -ela falou depois de dar um gole e abriu um sorriso- fazia tanto tempo que a gente não fazia isso né? -balancei a cabeça concordando-

Lucca: 1x por semana iremos fazer isso, no mínimo eu prometo.

Conversamos sobre tudo, falei como estava sendo a vida com Maria Júlia e o quanto a gente se dá bem em todos os sentidos e ela me contou como estava sendo reviver tudo de novo com o meu pai e o brilho em seus olhos em cada vez que ela tocava no nome dele me deixava feliz. Seu telefone vibrou e ela olhou no visor, era meu pai ligando e ela atendeu.

Nice: oi meu bem -falou delicada e eu abri um sorrisinho e ela me mostrou língua me fazendo rir, mas conforme ele foi falando algo o semblante dela foi mudando- sim, estou com ele, estamos tomando café -continuei observando minha mãe e ela engoliu seco, estava evitando me olhar eu a conhecia bem-

Lucca: Aconteceu algo? -perguntei baixinho-

Nice: não Henrique, isso é algo que precisamos conversar. O Luan não é mais uma criança, ele já tem quase 30, estamos indo pra ai. Não, não me peça o contrário -ela falou e desligou sem se despedir-

Lucca: o que houve?

Nice: vamos para o escritório do seu pai -ela falou pegando a bolsa e levantando-

Lucca: o que houve?

Nice: seu irmão dando trabalho como sempre, e tem haver com Maju -ela me olhou com cuidado e cerrei o punho-

Eu prometi cuidar dela independente de qualquer coisa e iria fazer isso. Peguei o carro e acelerei para o escritório, fui em silêncio o caminho todo. Eu nunca gostei do olhar de Luan para Maju, nunca questionei porque confio nela e eu jurava que ele não iria ter coragem de tentar fazer algo.

O elevador chegou rápido pra minha sorte e em segundos estava no andar do escritório do meu pai, vi Maju na sala de reunião apresentando algo para alguns empresários e o olhar dela encontrou o meu, fiquei parado observando-a e ela abriu um sorriso logo como quem quisesse dizer que estava tudo bem e segui minha mãe até o escritório do meu pai, ele havia fechado as persianas então, era lá que os dois estavam.

Lucca: que merda esse garoto fez?

Luan: chegou quem faltava -ele disse com a voz enrolada e percebi que havia bebido, claro-

Conforme o meu pai foi contando senti meu estomago embrulhar e a vontade que eu tinha era de quebrar a cara do Luan ali mesmo, o olhar de desgosto da minha mãe era tão nítido ela nunca passou a mão na cabeça dele, nem na minha, mas Luan sempre fez e sempre falou muita merda e agora os dois estavam vendo quem de fato ele era.

Nice: você não tem vergonha disso? -a voz da minha mãe ecoou pela sala e nunca vi ela falando tão firme e convicta assim- ela é mulher do seu irmão, e você está na empresa do seu pai Luan, você não tem um pingo de vergonha?

Luan: ah lá vem a defensora do Lucca -ele revirou os olhos- só porque agora você está dando pro papai outra vez o ego subiu né?

Eu não precisei falar nada, meu pai virou um tapa em seu rosto que o mesmo calou a boca na hora e não disse mais nada. Pude ouvir quando ele engoliu seco e segurei o riso, ele merecia isso e muito mais.

Saí da sala para esperar Maju terminar a conversa, ela saiu sorrindo e conversando com os empresários que pediram para ver meu pai.

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