Capítulo 29

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LUCCA

Era como se a vida da Maju tivesse virado de cabeça pra baixo, percebia ela muito pensativa de fato ela precisava tomar uma decisão e consegui conversar com Carol sem causar muitos danos e de qualquer forma, a responsabilidade não é dela.

Nice: Nossa filho, que situação complicada -minha mãe falou enquanto me entregava uma caneca de café, peguei e dei um pequeno gole- ela não precisa carregar essa responsabilidade, afinal aconteceu quando ela tinha somente 5 anos.

Lucca: Foi o que eu falei pra ela, não sei o que faço nessa situação -continuei olhando pra minha mãe e ela abriu um sorriso- o que foi? -perguntei e ri baixo-

Nice: Que sorte a minha por ter um filho como você -ela se aproximou e tocou meu rosto- e Maju também tem muita sorte, só de ficar ao lado dela tenho certeza que será uma grande ajuda filho.

Lucca: Tenho receio pelo pai dela -engoli seco ao lembrar de Victor- um homem que faz isso com a família, ele escondeu uma coisa por 15 anos mãe.

Nice: foi sujo, por mais que na cabeça dele teve os seus motivos, em nem um momento pensou nas filhas -seu semblante era triste, deu pra notar, estendi a mão e puxei ela para um abraço- acho que estou mais do que pronta para conhecê-la -ela se afastou um pouco para me olhar com um sorriso no rosto-

Lucca: claro -abri um sorriso e beijei o topo da cabeça dela- um almoço sábado com uma torta holandesa pra ela voltar sempre?

Nice: com certeza -minha mãe riu-

Como estava de férias aproveitei para resolver algumas pendências de gente grande, a vida adulta de fato não era fácil, e por mais que eu lidasse com isso há algum tempo eu nunca me acostumava. Passei na boate antes de Maju sair do escritório, Marcos queria me ver e pelo jeito era algo importante.

Cheguei e passei pelo salão, olhei para cima a sala espelhada da primeira noite com Maju, abri um sorriso e balancei a cabeça.

Marcos: se essa salinha falasse né irmão? -meu amigo falou tirando sarro e eu ri alto-

Lucca: não fode vai -fizemos um toque de sempre e ele riu-

Marcos: vamos lá pra cima, preciso levar um papo sério com você.

Conheci Marcos em uma das idas dele para o Rio de Janeiro, e depois de uma noitada braba continuamos o contato e quando eu era apenas um soldado em São Paulo precisando de uma grana extra foi ele que me estendeu a mão, tenho uma consideração do caralo.

Lucca: Aconteceu algo?

Marcos: Fabi está grávida -ele falou rápido demais e até engasguei, tossi e arregalei os olhos para ele, o mesmo me olhava rindo e balançou a cabeça- acredite se quiser meu amigo.

Lucca: porra! Vem cá, parabéns irmão -demos um abraço e dei duas batidinhas nas suas costas enquanto Marcos ria-

Marcos: estou tão em choque quanto você Lucca, acredite -balançou a cabeça e caminhou até a janela da sua sala onde conseguimos ver todo salão, ele desviou o olhar pra mim e suspirou- não estava pronto, porra estou com 32 anos de idade e essa boate é tudo pra mim, mas Fabi é 10 anos mais nova -ele riu nervoso e continuei prestando atenção no meu amigo- ela vai se mudar para Atlanta com o nosso filho.

Lucca: vocês não estão juntos né? -ele balançou a cabeça negando-

Marcos: Ela é cabeça dura, eu sou frio pra caralho, mas ela me ama assim então qual é o meu problema? -engoli seco, e abri um sorriso ao lembrar de Maju-

Lucca: Apenas se entregue, viva isso cara -falei firme- ainda mais agora que vocês vão ter um filho juntos, só tenha certeza dos seus sentimentos por ela, se não irmão, não adianta de nada.

Marcos: o pior é que eu a amo, percebi isso quando ela me colocou na parede dizendo que iria embora e que eu não precisava ir se não quisesse -observei enquanto ele segurava firme no corpo da cadeira- também amo isso aqui -desviou o olhar pela sua sala até parar no salão da boate-

Lucca: Tudo na vida são sacrifícios, você não vê eu? Passei por cima do meu orgulho e da raiva que sinto do meu pai e Luan pela Maju, e vê-la feliz fazendo o que gosta me deixa bem demais.

Marcos: tenho muito orgulho do homem que você se tornou Lucca, e é justamente por isso, por você ser desse jeito que eu quero passar a boate para o seu nome, faça o que achar que deva fazer com ela -ele disse sério e arregalei os olhos surpreso-

Lucca: como assim? Não irmão, eu tomo conta igual, mesma coisa, independente você estando aqui ou fora do país -ele balançou a cabeça negando-

Marcos: eu já assinei os papéis -ele disse pegando a pasta em cima da mesa- falta a sua -esticou o braço me entregando a pasta, abri e li os documentos-

Lucca: isso aqui sempre foi o seu sonho!

Marcos: e você cuidou e cuida como se fosse seu, é meu braço direito e nada mais justo do que agora ser seu, algo que você cuidou tão bem -ele suspirou e abriu um sorriso- eu até pensei em termos uma sociedade, dividir 50/50, mas sei que de lá não iria conseguir conciliar nada. Você aceita?

Lucca: Porra Marcos! não tenho nem palavras -falei rindo e balancei a cabeça concordando- continuarei o seu legado, conte comigo.

Ele abriu um sorriso e me deu um abraço, agora mais do que nunca eu poderia abrir mão do exército e seguir administrando o meu próprio negócio. 

MANDONAWhere stories live. Discover now