MANDONA

Capítulo 16

LUCCA

Saí de lá e fui para a parte externa onde outros soldados estavam se juntando. Andei de um lado para o outro balançando a cabeça sem saber o que fazer, se hoje eu estava liberado do serviço com o Victor é porque ele passaria o dia com as filha e talvez seja por isso que Maju não me atendeu, ou ele simplesmente já sabe da merda toda.

Diogo: você não pode se exaltar assim, você é um ótimo soldado é o braço direito do Victor, e isso deixa geral com inveja mano.

Lucca: ele não tinha o direito de fazer isso, porra! -respondi esbravejando-

Diogo: não, ele não tinha e isso se chama inveja, tá recalcado porque você está com a Maju, e namoral? Ela está apaixonada por você meu amigo, pronto falei -abri um sorriso e ele riu-

Lucca: marrenta do jeito que ela é?

Diogo: e não se esqueça do mandona, viu? -rimos-

Enviei algumas mensagens pra ela antes de guardar o celular no armário e começar o treinamento. Fazia algum tempo que não passava o dia inteiro no quartel, e não via a hora de me dispensarem, precisava colocar a cabeça no lugar e resolver tudo com Maju.

Estava entrando no carro para ir na casa dela quando meu celular tocou e era ela, senti meu coração disparar. Que porra ela está fazendo comigo?

IDL

M: Lucca? -sua voz estava embargada e senti um nó na garganta-

L: oi linda, está tudo bem?

M: meu pai não te matou, então está -podia ver o sorriso triste que ela havia acabado de dar- eu vou acabar com o Kalebe, tenho certeza de que foi coisa dele.

L: não quero que você se preocupe com isso, certo? Dei uma pequena lição nele e tenho certeza que não irá mais nos incomodar.

M: Não se coloque em encrenca por causa de mim, ele não vale a pena.

L: não se trata mais de mim ou você, e sim de nós -ela ficou em silêncio por alguns segundos, segundos que pareciam não passar nunca e consegui engolir aquele nó quando ela enfim respondeu-

M: a noite de ontem foi perfeita, bem gostosa na verdade -sua voz rouca é uma delicia-

L: Vamos repetir quando e onde você quiser.

M: Vou dar uma escapada, posso te encontrar?

L: Desde quando Maria Júlia pede permissão? -rimos juntos- estou te esperando linda-

MARIA JÚLIA

Acordar de ressaca antigamente era constante, porém depois do Lucca eu estava andando na linha finalmente.

Nossas noites eram baseadas em nos trancar em algum motel, transar em seu carro e no meu em algumas ruas vazias, fazer bate e volta na praia ou simplesmente transar em banheiros de baladas.

As coisas estavam ficando cada vez mais intensas entre nós, e eu estava criando coragem para contar ao meu pai, ele não poderia me privar de um relacionamento já que sou maior de idade.

Porém, tudo aconteceu fora do meu planejado como sempre.

Levantei da cama no pulo quando ele praticamente arrombou a porta do meu quarto jogando o celular em cima de mim na cama, e Carol logo atrás dele pedindo calma, e pela primeira vez na vida ele não deu ouvidos para a minha irmã.

Maju: o que é isso? -sentei na cama e passei a mão nos olhos, voltei a olhar para o meu pai na minha frente soltando fumaças pelos ouvidos-

Victor: assiste a porra do vídeo Maria Júlia

Peguei o celular e tirei da pausa... não, não não.. era eu ali gemendo com o Lucca no banheiro da balada.

Não tive reação, quis me esconder e dizer que não era eu até poderia se fôssemos tão calados na hora do sexo, mas não era assim.

Maju: eu posso explicar -desliguei o celular- pai...

Victor: Com que cara eu chego no quarto segunda-feira Maria Júlia? Você tem merda na sua cabeça? porra!!! -ele gritava, eu nunca vi meu pai tão alterado assim-

Maju: engraçado que com Kalebe não tinha problemas, não é? Ele me traiu na frente de todos que me conhece, que te conhecem, dos bebezinhos do quartel e você não disse absolutamente nada, agora que ele me filma com Lucca é tudo isso?

Victor: Kalebe é uma história à parte.

Maju: ah não mete essa! -levantei da cama, estava só de camisola mas não me importei- discriminando o seu segurança particular? Que feio né general?

Carol: Maju, calma -minha irmã pediu-