Capítulo 13

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MARIA JULIA

Observei enquanto Lucca estacionava, porém ele me viu antes, o garoto ligeiro.

Lucca: o que houve? -abaixei o vidro-

Maju: Carol está estranha, reparou algo?

Lucca: ela está um pouco nervosa, mal conversou durante o trajeto hoje, disse que era pra eu ir embora só que o seu pai falou o contrário.

Maju: tem alguma coisa errada acontecendo -falei preocupada-

Lucca: o que você acha que seja?

Maju: não sei, mas vou descobrir -fiz uma pausa- meu pai não colocou você de guarda à toa.

Lucca: vou te contar uma coisa -ele me olhou, desviou o olhar para os meus olhos e voltou a me olhar e sorrio, ahh aquele sorriso, meu Deus Lucca- seu pai pediu para eu ficar mais de olho em Carol do que você, não sei porque, tentei perguntar porém você conhece o seu pai.

Maju: tem alguma coisa acontecendo -balancei a cabeça- pode ir, eu vou ficar aqui até a Carol sair dessa amiga.

Quando falamos Carol saiu da casa sem ninguém, e parou um carro preto na frente. Um homem saiu, usava boné e uma roupa qualquer.

Ela entregou um bolo de dinheiro e pegou um envelope, olhei pra Lucca e desci do carro.

Nos aproximamos rapidamente e o homem entrou no carro fugindo e Carol mudou de cor quando me viu.

Carol: o que vocês estão fazendo aqui? -ela apertou o pacote em sua mão-

Maju: o que é isso?

Carol: Lucca, você chamou ela aqui?

Maju: eu ouvi a sua conversa no telefone, o que está acontecendo Carol? O que tem nesse envelope?

Carol: para de se intrometer Maria Júlia, deixa que com os meus problemas eu me viro.

Maju: quais problemas?

Carol: você sempre foi a preferida Maju, o papai sempre preferiu você e só você não percebe -ela riu- você não percebe que ele me coloca em primeiro lugar só para não me sentir rejeitada, vocês me culpam pela morte da nossa mãe e eu nem a conheci -ela engoliu seco- Mas eu sofro, sofro como se tivesse conhecido antes -ela estava tremendo e seus olhos enchendo de lágrimas, a primeira escapou e ela limpou rapidamente-

Maju: você sabe que isso não é verdade, você sabe que é a nossa caçula e não culpamos você por nada. Ninguém sabia os riscos que a mamãe corria no seu parto, e ninguém podia fazer nada -fiz uma pausa e engoli o choro- o que tem nesse envelope?

Carol: não é nada eu já disse, podemos ir agora? -ela olhou para Lucca-

Ela desceu as escadas e quando passou por mim peguei o pacote em sua mão, Carol me olhou com raiva indo pra cima de mim e Lucca se meteu.

Abri e tinha alguns tipos de drogas, olhei pra ela que virou a cara, não queria me encarar.

Eu conhecia aquela garotinha na palma da minha mão.

Maju: É sério isso? -engoli seco- você não precisa disso mana, você sabe disso.

Carol: nem eu, muito menos você sabe disso. Você sempre foi querida por todos Maju.

Maju: nem todos -dei um sorriso triste- as pessoas me olham com medo, me chamam de autoritária e mandona, mas é apenas o meu jeito... já você? Você é doce Carol, você é a melhor parte da gente! Te amo assim, e você também me ama do jeito que eu sou.

Carol: eu sinto que o nosso pai esconde algo, ele está agindo estranho ultimamente, perguntei o que houve e vi uma mulher igual a nossa mão, meu Deus Maju ela era idêntica -engoli seco e tentei disfarçar o máximo- eu perguntei pra ele -ela me olhava desesperada- e ele foi grosso, foi rude e não entendi o porque. E agora aonde nós vamos o Lucca está atrás -ela desviou o olhar para ele- nada contra, você é uma pessoa do bem e eu já sei que vocês dois tem um caso -comecei a tossir e ela me olhou revirando os olhos- eu te conheço Maju, só papai não vê.

Maju: vem, vamos ir comer um hambúrguer bem gostoso -guardei o envelope na minha bolsa- e isso aqui vai direto para o lixo-

Ela não falou nada, sabia que estava errada em se meter com isso. E de agora em diante eu ficaria de olho, não só eu como Lucca também. 


LUCCA

No fundo eu estava desconfiado de Carol, de um tempo pra cá ela havia mudado realmente. Peguei o envelope da Maju e dei um fim nele antes que Victor descobrisse.

Fui direto pra casa, ele havia me dispensado mais cedo hoje, cheguei e vi o carro do meu irmão estacionado, era uma Mercedes do ano. Era muito difícil ele aparecer por aqui, ainda mais que ele escolheu viver com o nosso pai ao invés de estar ao lado da nossa mãe, nunca questionei e evitava falar sobre isso. Meu pai não deixou $1,00 para a minha mãe, quando ele começou a viver bem e a ganhar dinheiro chutou o balde e foi viver com outras mulheres.

Entrei e eles estavam na sala, minha mãe havia feito café e estavam tomando.

Lucca: boa noite -falei ao entrar e eles responderam, Luan me olhou e assentiu, fui direto para o meu quarto e estava tirando minha roupa quando ele entrou-

Luan: está firme no exército né -ele sorriu e observou meu quarto-

Lucca: estou, acho que finalmente me encontrei -rimos- e você? Segue firme com o seu pai?

Luan: com o nosso pai, sim, firme.

Lucca: o que te trás aqui?

Luan: o pai perguntou de você, disse que tentou te ligar porém você desligou.

Lucca: tá tudo muito corrido, tô em 2 tipos de serviço e não deu tempo de retornar.

Luan: precisamos dar mais atenção pra ele Lucca, ele não anda bem com os problemas de saúde.

Lucca: desculpa Luan, mas ele tem dinheiro o suficiente para se tratar nos melhores hospitais, já a nossa mãe não poderia dizer o mesmo né -falei rude-

Luan: se até ela perdoou ele, por que você não?

Lucca: porque ela não perdoou, porque ela tenta esquecer pra não causar desavenças entre nós, só que diferente de você eu conheço a nossa mãe.

Peguei minha toalha e sai batendo à porta e entrando no banheiro para tomar banho. Ouvi de longe ele se despedindo da nossa mãe e saiu. Não demorou para eu sair do banho e dessa vez ela não falou nada, minha mãe tinha ciência de tudo que meu pai fez e de como o meu irmão era sem noção.

Meu celular vibrou e ri ao ler a mensagem de Maju "uma aventura noturna com o meu segurança?". Não tinha como rejeitar, um convite ainda mais vindo dela. Me troquei, passei um perfume e saí já era 22h40 quando passei na casa de Bia, ela estaria lá me esperando.

MANDONAOnde histórias criam vida. Descubra agora