Capítulo 4

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MARIA JULIA

Segunda-feira era o dia oficial da preguiça, e como eu estudava à noite me dava o luxo de levantar às 09h para ir malhar. Academia era a minha terapia, ia todos os dias de manhã e adorava quando malhava perna. Coloquei meu fone de ouvido, mergulhei nas músicas e malhei por 2 horas. Todos os dias eu lutava com esse monstro que habitava dentro de mim, desde pequena sempre fui muito difícil de lidar, meu pai sempre fez questão de me lembrar isso. Mas quando minha mãe faleceu as coisas pioraram, por mais pequena que eu fosse até hoje sofro de saudades dela. Porém, o meu orgulho não me deixa pedir ajuda, sofro calada e lido comigo mesma. Bia passou em casa para me buscar já que fazíamos faculdade juntas, apenas o curso era diferente. Revezamos a carona e hoje era o dia dela, entrei no carro e fomos conversando.

Bia: precisamos repetir a dose de sábado -rimos enquanto andávamos pelo pátio cheio de alunos-

Maju: eu acho justo -olhei de lado e abri um sorriso lembrando dele.

Bia: aí aí aí... -falou debochada e desviei o olhar, era Kalebe.

Desviei o olhar para frente e continuei andando, sua mão fria segurou meu braço mas me soltei na mesma hora e continuei andando.

Kalebe: Maria Júlia -falou baixo porém o suficiente para eu escutar- você precisa falar comigo, por favor.

Maju: você quer passar vergonha agora ou depois? Me fala porque eu estou doidinha pra isso acontecer -respirei fundo e parei fixando meu olhar no dele- Ou melhor, essa vergonha é do débito ou no crédito? porque olha -joguei meus cabelos para o lado e Bia deu uma gargalhada divertida ao meu lado, prendi o riso e continuei andando.

Kalebe: você precisa me desculpar, eu não queria fazer aquilo -falou seguindo os meus passos.

Maju: não? então a porra do seu pau fodeu aquela garota sem querer? Ah por favor Kalebe, poupe o meu tempo e o seu também.

Kalebe: não seja debochada, você não sabe o que aconteceu lá.

Maju: não preciso saber porque eu vi com os meus próprios olhos, não nasci ontem e que bom que eu vi, porque louca é a mulher que confia em você.

Kalebe: você precisa me escutar -insistiu ele com a maior cara de dó.

Bia: Kalebe não força a barra, dá um tempo sério -minha amiga se intrometeu porque sabia dos meus limites.

Kalebe: cala a porra da boca Bia, ninguém...

Diego: Algum problema aqui? -Diego o amor enrustido da Bia chegou bem na hora, me divertia com a história dos dois- algum problema Kalebe? -olhou diretamente para o meu ex boy lixo.

Diego era o dobro do tamanho de Kalebe, bonito e também era do exército, eles se conheciam e trabalhavam juntos então precisam manter o respeito, meu pai exigia isso de todos soldados. Fui direto para a minha sala e deixei eles lá, precisava tentar focar o que era difícil, não pelo Kalebe mas sim pelo Deus Grego da balada. Será que iria vê-lo outra vez? Aquele toque me dava arrepios só de lembrar, suas mãos segurando a minha cintura e descendo até minha bunda apertando, me puxando para encostá-lo nele. Eu estava surtando só de imaginar o quão bom seria senti-lo outra vez.

Acabei não saindo para o intervalo, fiquei fazendo o trabalho que o professor de penal passou, só tinha mais 2 anos de faculdade e não via a hora de conseguir um estágio para aperfeiçoar e colocar em prática o que estava aprendendo. 22h20 o professor dispensou, peguei minha bolsa e saí pelo corredor até chegar na entrada da faculdade e avistei Bia.

Bia: Já estava preocupada, você não me respondeu desde quando entrou.

Maju: cabeça longe -dei um breve sorriso e ela revirou os olhos.

Bia: eu te conheço como ninguém, sabia?

E ela realmente me conhecia como ninguém. Ouvimos risadas e era Kalebe e a mesma loira da semana passada. Ah ótimo, ela é aluna da faculdade e seria obrigada a aguentar ele querendo me provocar. Sua mão tocava os cabelos loiros da moça enquanto descia até sua bunda, sério que ele achava bonito fazer aquilo em público?

Diego: acho que tem alguém querendo te provocar -ele riu e mexeu nos fios solto do cabelo da Bia.

Maju: a única coisa que eu sinto é pena -revirei os olhos.

Diego: preparada para o discurso amanhã? -ele riu e preciso empurrá-lo.

Maju: não diga que meu pai te colocou para ir naquele evento uó? -os dois gargalharam com a minha cara insatisfeita- sério, é a cara da Carol falar tudo aquilo mas a minha? Não, não e não -balancei a cabeça rindo.

MANDONAWhere stories live. Discover now