Capítulo 42

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MARATONA 4/5

MARIA JULIA

As horas de manhã passaram voando e Lucca passou a maior parte do tempo com o seu pai, deu uma volta pelo prédio, foram ao banco e nos encontramos no restaurante que ficava no final da rua e ele aparentava estar bem.

O almoço foi maravilhoso e fiquei extremamente feliz com o convite de cuidar da parte jurídica da boate, seria um tempinho a mais que eu iria passar com Lucca e estava ansiosa pra isso.

Depois de comer uma massa deliciosa eu precisava fazer uma petição para Luan, havia chegado uma mensagem dele no celular corporativo, me despedi do Lucca e do Henrique e voltei para o prédio, quando cheguei na minha sala meu pai estava lá parado, de pé observando a minha mesa, fiz um barulho de propósito e entrei na minha sala, seu olhar me seguiu.

Maju: a que devo a honra? -perguntei e me sentei cruzando os braços-

Victor: você combina muito bem nesse posto -ele falou com um sorrisinho no rosto, será mesmo que ele iria agir como se nada tivesse acontecido?-

Maju: você acha mesmo que eu nasci ontem? Que depois de tudo você vai entrar aqui e eu vou sorrir e agradecer por você achar isso? -ele ficou em silêncio e respirei fundo- Não, eu não vou sabe porque? Eu não devo nada disso a você -falei olhando para a sala e deixei minhas mãos parada em cima da mesa e ergui meu corpo nela- isso tudo é mérito meu, então sim eu combino muito nesse lugar que estou, e vou permanecer porque é mérito meu -encostei no meu peito e respirei fundo engolindo o choro-

O seu olhar caiu para o seu colo, ele estava completamente acabado, pude ver mais de perto e ele estava na pior de fato e aquilo não doía em mim, será que sou tão ruim assim? Será que sou uma cópia dele? Meu peito descia e subia e podia ouvir a sua respiração, observei quando ele levantou a cabeça e me olhou nos olhos.

Victor: vim apenas me despedi, irei para Atlanta com o Ricardo e...

Maju: fez a cabeça dele também? Falou muito ou pouco de mim e do Lucca? -ele balançou a cabeça negando-

Victor: eu não queria ver você sofrendo, eu queria você e suas irmãs comigo lá fora me apoiando e lutando junto comigo.

Maju: pai, você tirou a nossa mãe de nós -falei alto e em bom tom, o choro estava entalado na minha garganta mas não iria dar o gostinho pra ele- A Carol cresceu sem ela, nunca conheceu, nunca sentiu o cheirinho dela e nunca soube o que era de fato o colo de uma mãe e você não teve coragem de atendê-la quando te ligou preocupada com você, tem noção disso? Se não tem, tenha -suspirei- e isso ela não puxou de você.

Victor: da sua mãe -a voz dele saiu embargada e balançou a cabeça concordando- a sua mãe tem o coração mais lindo e mais puro que eu já conheci na vida, na verdade Carol é a cópia dele -seu olhar encontrou o meu e balancei a cabeça concordando-

Maju: É a única coisa que concordamos, apenas com isso.

Victor: eu precisava vim aqui e te pedir perdão por tudo filha, eu não me orgulho de nada -ele balançou a cabeça negando- nada, nada do que eu fiz você, suas irmãs e sua mãe passar -pude ouvir ele engolindo seco- talvez nem hoje, nem amanhã e nem nos próximos dias vocês irão me perdoar e eu sei bem que mereço isso. Eu fui machista, fui um escroto e Deus me fez pai de meninas para mudar os meus pensamentos e o meu jeito de agir mas não, eu só piorei tudo então me perdoa.

Maju: eu te perdoo -falei baixo e ele me olhou com os olhos arregalados- e isso mostra o quão diferente de você eu sou -levantei da cadeira e virei para janela, limpei uma lágrima que escapou dos meus olhos- mas não quero te ver nunca mais.

Lucca: está tudo bem aqui? -meu namorado falou dando 2 batidinhas na porta e me virei, o seu olhar me procurava desesperadamente e balancei a cabeça concordando que estava tudo bem-

Victor: obrigado filha -falou baixo- não mereço nem isso, mas obrigado. 

MANDONAUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum