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Adrian me coloca na cama e eu me acomodo no travesseiro. Tudo que sinto é raiva e muita, muita fome, meu corpo parece não estar funcionando, estou três dias sem comer e beber água direito, minha visão está turva e eu mal consigo respirar.

— Você está péssima. - o príncipe diz e só agora percebo que ele está me encarando. Olho ao redor e percebo que estamos sozinhos no quarto - não quer tirar esse troço da cabeça? - se aproximou de mim mas eu me encolho - tá, como quiser. - falou - é que você está suada só isso.

— Me deixe sozinha. - peço e ele se senta na cama um pouco próximo de mim

— Tem se alimentado? - ele pergunta - se quiser posso pegar algo para comer...

— Não finja que se preocupa, você viu Marjorie sendo torturada e não sentiu nada. Me deixe sozinha. - falo e ele deixa soltar um riso de lado mostrando seus dentes bem alinhados

— Você será minha esposa, preciso me preocupar. - falou e colocou sua mão na minha mas eu tiro imediatamente repudiando seu contato

— Ouça - altero minha voz - não quero que me toque! - gritei - Não quero que coloque suas mãos em mim! Não quero me toque!

— Malía! - Briella entra no quarto - calma, o que houve?

Adrian se levanta da cama um pouco assustado e eu espremos os lábios para tentar espantar o choro mas não consigo. As lágrimas jorram em silêncio uma atrás da outra, coloco minha mão na testa para tampar meu rosto. Odeio demostrar fraquezas na frente das pessoas, pior que isso, odeio estar nessa situação.

— Alteza - uma das empregadas entra no quarto com uma bandeja e um copo encima, percebo ter algumas frutas também - a doutora mandou para a Freira, disse que ela precisa beber devagar e depois pode comer coisas leves, já que ficou dias sem se alimentar.

A empregada me oferece mas eu viro o rosto recusando a bebida, mesmo com muita vontade de aceitar.

— Deixe na escrivaninha Rúbia - Briella disse - Malía...

— Quero ficar sozinha. - falo encarando a rainha. Eu prometi que conversaria com ela caso ela salvasse Marjorie, mas agora não estou preparada. - por favor.

— Amanhã então. - ela diz e eu assento

Briella sai do quarto e Adrian também, ele olha pra trás, pra mim, mas eu desvio os olhos dele demostrando distância.

Assim que fico sozinha, vou até a porta e tranco. Logo vou até a bandeja e bebo o líquido que a médica me trouxe, é muito bom, tem gosto pêra e morango. Mesmo ela pedindo pra tomar devagar não consigo me controlar, logo como as frutas na bandeja também, como tudo que tinha, a fome ainda continua mas pelo menos sinto que tenho forças. Me sento na cama sentindo o cansaço e sem pensar muito, adormeço.

....

  Estou no banheiro a quase meia hora fazendo minhas higienes. Lavo meu cabelo e hidrato já que faz semanas que não faço isso, me sinto melhor pelo remédio da médica ontem mas ainda muito faminta.

  Depois de enxugar meus cabelos saio do banheiro, percebo que tem uma mala encima da minha cama, a rainha mandou uma das empregadas avisar que irá pegar algumas roupas para mim no convento, o que não concordo porque quero ir para minha casa, mas entre ser uma prisioneira sem roupa e uma com, é melhor com, já que o Hábito que estava usando estava muito sujo.

  Depois de colocar minhas vestes, vou até o espelho. Percebo que na verdade pareço um pouco com Briella. Meus cabelos são castanhos, olhos claros, somos quase do mesmo tamanho já que tenho 1,68 de altura. Briella aparenta ter um corpo mais esbelto que o meu, já que não tenho seios grandes e nem um quadril largo, minhas unhas são pequenas e as sobrancelhas com pelos a mais, mas não ligo, na verdade nunca liguei para aparência, pra mim o suficiente é estar bem limpa, mas gosto de acessórios como colares significativos pra mim, o único que carrego no pescoço é o que a Madre Aidam me deu em formato de cruz.

A Freira e o Príncipe - +18Onde histórias criam vida. Descubra agora