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    MALÍA

Acordo com um barulho estranho vindo lá de fora. O convento é bem silencioso, o que significa que consigo ouvir absolutamente tudo ao redor da floresta onde moramos. Mas parece que temos visitas.
Levanto da cama e calço minhas pantufas já que o chão está gelado, me aproximo da janela e abro um pouco a cortina. É uma limusine, e perto do para-brisa está uma bandeira do castelo, com o símbolo de uma flor de lótus dourada. O castelo é conhecido por ter um jardim imensa de lótus, de quase todas as cores que não existem em qualquer jardim, queria muito conhecer.
Faz dois dias que não vejo Marjorie. Ela sai cedo e chega muito tarde, de madrugada fui até o quarto dela, mas a Madre Aidam acabou me pegando, e hoje coloquei o relógio para despertar daqui uma hora, mas acabei acordando antes da hora, ela não atende o telefone, não me dá notícias, perguntei a Madre o porquê dela sumir assim e tudo que ela disse era que Marjorie estava muito focada em se tornar uma governanta e o treinamento é muito pesado.

  — ... Mas eu já te disse! – ouço a voz da Madre Aidam lá de baixo e me assusto. Eles estavam conversando baixo agora pouco e eu não ouvia, e a Madre nunca se altera ao ponto de precisar gritar com alguém. – Não podem levá-la!

  — Não é você que decide Madre. – Um dos homens dizem. São dois, e estão com armas de fogos na cintura, provavelmente devem ser seguranças do castelo. Mas o que fazem aqui? – a senhora tem um contrato assinado com a rainha Briella, ou você cumpre ou ela virá pessoalmente.

  Aidam passa as mãos nos cabelos e só agora noto que ela está de camisola e sem o véu. Ela jamais apareceria assim em público e isso me assusta. A Madre é respeitosa e cuidadosa, mesmo que a camisola seja quase igual uma túnica não acho que ela deveria sair assim, tem um caroço muito grande nesse angu.

Por que diabos a rainha viria para cá? Ela só viria se tivesse procurando a filha perdida num convento... Só pode ser isso, mas será que a princesa mora aqui? Não pode ser!

  — Peça para vir pessoalmente. – A madre Aidam disse firme – Não tem nada para vocês.

  — Madre! – um deles a segura pelo braço e eu escuto um barulho de surpresa vindo da janela de Marjorie. Quando estico o pescoço, lá está ela olhando toda a situação assim como eu que estou indignada com isso tudo – Me perdoe. – O guarda solta o braço da Madre Aidam e se afasta – Madre precisamos da princesa agora mesmo, o príncipe Nathan se foi, o rei está na beira da morte, a rainha Briella precisa coroar a princesa bastarda!

  Coloco a mão na boca com o tamanho da surpresa e indignação com o que acabo de ver e ouvir. Eu estava realmente certa, a princesa está aqui!

  — Lia! – Marjorie entra no meu quarto e eu tomo um susto. vou até ela e a abraço forte

  — O que houve? Por que sumiu? – logo vou até a porta e a tranco

  — Está vendo isso? – foi até a janela e puxou um pouco da cortina para espiar – estão aqui atrás da princesa bastarda. – Me puxou para me sentar na cama – Lia você precisa ver a bagunça que está no castelo, estão desesperados.

  — Por que? Me conta!

  — Não acharam o corpo do Príncipe Nathan, ele ia se casar com a princesa de Urd.

  — Mas pelo que sei... E ouvi as empregadas do castelo falarem, a princesa de Urd Só tem 16 anos.

  — Sim, mas eles estavam apaixonados. A rainha Briella quer ceder o trono e cuidar do rei Vicent.

  — O que ele tem?

  — Ninguém sabe só a rainha. – Ela diz - estou gostando do castelo, mas estou muito cansada. Eles pedem que eu chegue muito cedo lá e saio muito tarde, a Madre tem me acompanhado, mas pra ser sincera... Da última vez que fui ela estava no escritório com a rainha Briella.

A Freira e o Príncipe - +18Where stories live. Discover now