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MALÍA

Se passou dois dias e meio, dois dias e meio nessa floresta e eu tentando chegar na cidade no conselho.

O conselho é onde a igreja principal do reino se encontra, preciso chegar até o padre Major e contar tudo que está acontecendo, ele jamais irá permitir que algo aconteça comigo sem o meu consentimento, estamos no século vinte um, onde nós temos nossas próprias escolhas, nos tempos antigos o reino de Bozzena era controlador e autoritário, ainda é, não como antes, mas sei muito bem que eles não piscam os olhos pra me escravizar naquele castelo se ver a oportunidade.

  O convento onde moro fica no meio da floresta, isso significa que pra ir ao mercado ou qualquer lugar que seja, demora horas, porém o conselho fica um dia do convento de carro, mesmo sendo no centro, porém é na última cidade de Bozzena. Bozzena é um dos maiores reinos, por isso a terra é tão disputada por ter uma grande quantidade de petróleo e ter uma das maiores biodiversidade do mundo, alguns dizem que Bozzena é o pulmão do mundo pelo tamanho do oceano que o reino apresenta, além de ter um enorme ponto turístico pelas montanhas e o principal, nenhum reino se compara a tecnologia que Bozzena tem. O lado negativo é que aqui faz sol uma vez no mês e olhe lá.

  Enquanto continuo andando, sinto meus pés arderem por de baixo da bota, o pouco da comida que peguei já está acabando e mal sei se estou realmente chegando. Tentei conversar com Marjorie, mas não tenho mais bateria, pobre Débora... Ela não queria isso, ela quer ser madre igual eu, e não posso a fazer carregar essa culpa, ainda mais que sei que o teste de DNA deu negativo, mas se eu for até o conselho, eles com certeza saberão o que fazer.

  — ... Você vai me ouvir!! – ouço a voz de um homem não tão distante daqui – Você não tem ideia do que diz, fazer isso vai contra todos os meus princípios e quer saber de algo? Você é nojento, me deu um reino podre onde só tem gente estrangeira e pobre, você tá quebrado! – me escondo atrás de uma árvore tentando observar e ouvir de onde vem a voz – Não, eu não quero ir pro lado mais fácil, aparentemente você quer já está me entregando o trono antes da data marcada da coroação, não pode me obrigar a me casar pai e ainda mais com uma... Freira, isso é... Nojento.

  Coloco a mão na boca. Ando um pouco mais para frente onde tem um barranco, lá em baixo está um homem alto de costas, tudo que vejo é que ele é másculo, alto e tem a pele negra, e muito bem vestido por sinal com um traje azul encapuzado, em sua cintura tem uma arma de fogo, e ele usa acessórios que aparentemente são de ouro. Quem é esse moço? Eu poderia dizer que seria um guarda do castelo, mas pelas roupas e pelo que ele disse no telefone e o sotaque, provavelmente deve ser algum Príncipe e de outro reino. Preciso chegar o mais rápido possível no conselho antes que aconteça uma tragédia com Débora.

  — Olha não tem jeito – o homem lá em baixo continua – te darei um prazo, ok? Eu sou o único filho que você tem e me recuso a fazer simpatia com uma freira, para mim, não basta ter que me sentar num trono onde o reino está todo quebrado. – pausa – o que adianta ser um reino rico se não temos uma boa infraestrutura, digo você, que não fez porcaria nenhuma para melhor o reino que teve, sinceramente? Eu quero que você e seu reino apodreça no inferno.

  O homem desliga o telefone e joga ele contra uma árvore de raiva, ele se vira de uma vez e seus olhos acabam se encontrando com os meus. Engulo em seco por isso e sem pensar duas vezes saio correndo daqui.

  — Ei! – o homem grita e começa a correr atrás de mim na parte de baixo do barranco – ESPERA! – ele grita

  Vou para o meio da floresta correndo do homem arrogante, mesmo cansada e com os pés doendo de andar por dois dias sinto meu coração palpitar de medo, quero distância de qualquer um que more dentro de um castelo.

A Freira e o Príncipe - +18Where stories live. Discover now