17. Júpiter e Saturno

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Correndo para Ron, ela se atirou ao seu pescoço e chapou-lhe um beijo na boca. Ron largou o que estava segurando e retribuíu com tal entusiasmos que tirou Hermione do chão.

— Puta merda – ri.

— Isso é hora? – perguntou Harry, timidamente, e, quando a cena não se alterou exeto por Ron e Hermione terem se abraçado com tanta força que os vi bambear, ele ergueu a voz. — Oi! Tem uma guerra rolando aqui!

Fui em direção ao moreno e pousei minha mão em sua nuca, fazendo carinho na região.

— Eu sei, cara – disse Ron, com uma cara de bobo apaixonado. —, então é agora ou nunca, não é?

Harry olhou para mim em total negação. Indiquei um 'cedo ou tarde aconteceria' com a cabeça e não pude evitar um sorriso. Os olhos de Harry foram até minha boca e por fim ele deixou que uma fraca risada também fosse soprada por seu lábios.

Pareceu involuntário, mas não deixava de ser bom para admirar.

Juntei nossos lábios em um curto beijo enquanto Ron e Hermione recolhiam os dentes.

Ficou evidente quando voltamos ao corredor que, nos minutos que tínhamos passado na Sala Precisa, a situação no castelo havia deteriorado seriamente: as paredes sacudindo pior do que antes; a poeria enchia o ar e, pela janela mais próxima vi clarões verdes e vermelhos.

Corremos para o trecho de parede atrás do qual a Sala Precisa se localizava.

Harry andou de um lado para o outro fazendo a porta se materializar segundos depois. O furor da batalha morreu no instante em que cruzamos o portal e fechamos a porta às nossas costas: tudo era silêncio.

O lugar era do tamanho de uma catedral, e suas altas paredes eram formadas por objetos escondidos por milhares de estudantes.

Talvez fora de forma inconsciente, mas quando olhei ao redor havíamos nos separado. Estava absorta em procurar pela diadema e confesso, um pouco distraída pela quantidade de objetos e artefatos mágicos.

Impedir que meus olhos vasculhassem estes era quase impossível. Andando, mais canto da sala vi meu reflexo no espelho de uma das portas de um armário sumidouro; estava com uma aparência cansada, mas o que me chamou a atenção foram os olhos do dragão em meu colar, esculpidos em pedra de cor púrpura forte o suficiente para brilhar no escuro.

A pedra que ele carregava também brilhava tão intensamente que pensei conter alguma droga alucinógena por estar me fazendo delirar a respeito de sua tonalidade.

Às vezes tinha a sensação que o dragão estava vivo, assim como quando sentia as ondas de magia erradiarem por meu corpo em noites nas quais eu acordava assustada e saía do abraço de Harry cuidadosamente para não acordá-lo.

Saía para fora do Chalé das Conchas para tomar um ar e fazer com que meu coração parasse de bater tão forte, bem como essa onda interminente de magia que urrava em meu peito como um leão ruge para sair de sua jaula.

Tais acontecimentos não eram compartilhados com ninguém além de mim mesma, por motivos talvez, arrazoados demais. Estávamos cheios de preocupações e mais uma não era necessária.

Meu corpo ansiava por exalar magia, eu sentia isso em minhas vibrações e quando se tornava insuportável aguentar, usava a varinha para produzir feitiços ao vento, mas que ainda não era o suficiente.

— S/N!

Magia era algo comum para mim desde que nasci, mas este tipo de magia, um dos motivos para minha insônia e pelo qual arrepiava todas as vezes que a corrente elétrica palpitava em minhas fibras não me era familiar.

𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿Where stories live. Discover now