6. Eu confio em você

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O jantar naquela noite não foi muito agradável. Nossa discussão com Umbridge mais cedo se espalhou pela escola com excepcional velocidade, mesmo para os padrões de Hogwarts. Os alunos que estavam em nossa volta não faziam o mínimo esforço para não nos deixar ouvir, muito pelo contrário. Estava com pena de Harry, a maioria dos comentários eram derecionados a ele.

- Ele diz que viu Cedric Diggory ser assassinado...

- Ele acha que enfrentou Você-Sabe-Quem...

- O que não entendo - disse Harry, com a voz vacilante, descansando a faca e o garfo (suas mãos tremiam demais para segurá-los com firmeza) - é por que todos acreditaram na história há dois meses quando Dumbledore a contou...

- A questão é, Harry, que não tenho muita certeza de que acreditaram - disse Hermione muito séria.

- Ah, vamos sair daqui - digo me levantando fazendo com que Hermione e Harry também se levantassem.

Ron olhou cobiçoso para a torta de maçã que ainda não terminara, mas nos acompanhou. Conseguia sentir olhares queimando em cima de nós enquanto saiamos do salão.

- O que quis dizer com essa história de não ter certeza de que tenham acreditado em Dumbledore?- perguntou Harry a Hermione, quando chegamos ao patamar do primeiro andar.

- Olhe, você não entende como foi depois que a coisa aconteceu - explicou Hermione em voz baixa - Você chegou no meio do gramado segurando o cadáver de Cedric... nenhum de nós viu o que aconteceu no labirinto...Só tínhamos a palavra do Dumbledore de que Você-Sabe-Quem tinha retornado, matado Cedric e lutado com você.

- O que é verdade! - disse Harry em voz alta.

- Pare de gritar com ela, cara. - pediu Ron, cansado.

- Obrigada Ron - Hermione continuou - Harry, antes de poderem assimilar a verdade, todos foram embora, passar as férias em casa, lendo durante dois meses que você é pirado e Dumbledore está ficando senil!

- Mimbulus mimbletonia - digo antes que a Mulher Gorda pudesse perguntar.

A sala comunal estava mais uma vez quase deserta, a maioria dos alunos ainda jantava no salão.

Vejo meu gato, Farofa deixar a poltrona para ir ao nosso encontro e me abaixo para o apanhar. O gato de Hermione faz o mesmo pulando no colo da dona quando nós quatro nos acomodamos no sofá diante da lareira.

Harry pôs-se a contemplar as chamas com um olhar vazio e cansado.

- Por favor Harry, não fica assim. Isso vai passar, você vai ver que é tudo uma questão de tempo até acreditarem em você e em Dumbledore.

O garoto retira os olhos da lareira e passa a me olhar com carinho. Sua boca se curvou num sorriso tímido e tive vontade de abraçá-lo, assim como ele fez comigo no Largo Grimmauld...

E como se lesse minha mente Harry disse:

- Um abraço cairia bem sabe...

Eu sorrio e puxo o menino envolvendo-o em meus braços. Ele estava com a cabeça em meu tórax e minhas mãos acariciavam seus cabelos revoltos. Ficamos assim por míseros segundos até que Ron pigarreou.

Ainda abraçada a Harry subo meu olhar para Ron que estava com um sobrancelha levantada.

- Ron pare de ser tão chato, só estou tentando ajudar seu amigo.

- Sim... eu sei mas... ah S/n você é praticamente minha irmã então é meio estranho ver você colada em meninos. - Ele diz envergonhado e vejo as orelhas do menino ficarem vermelhas.

𝗮𝘀 𝗮 𝗳𝗮𝗺𝗶𝗹𝘆 ! 𝗵𝗮𝗿𝗿𝘆 𝗽𝗼𝘁𝘁𝗲𝗿Onde as histórias ganham vida. Descobre agora