flαรнbαck

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𝙹𝚊 𝚏𝚊𝚣 𝚞𝚖 𝚊𝚗𝚘

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𝙹𝚊 𝚏𝚊𝚣 𝚞𝚖 𝚊𝚗𝚘...
ғʟᴀsʜʙᴀᴄᴋ ᴏɴ

ESTAVA EM UM TELHADO qualquer com a companhia de um extenso silêncio, observando o céu se estendendo com a lua enorme e matriarca tomando o espaço. Sempre me cativando.

O sol sempre fora tão exibido, mostrando sua luz e fazendo com que todas as outras estrelas sumam e a escuridão se vá. Mas a lua, ela era feminina, cativante, sentia seu chamado inebriante em meus ouvidos como se fosse uma sereia e eu estivesse mergulhando em sua bela melodia.

Todas as vezes que me sentia perdida em minha própria mente, observava o céu que mesmo nublado e sem muitas estrelas, ainda continuava esplêndido. A lua era minha maior confidente e as estrelas suas testemunhas, contava sobre tudo o que acontecia em meus pensamentos, a única em quem eu confiava.

Na maioria das vezes, contava sobre as tristezas da vida naquela patética ilha, porém teve um tempo que eu contava poemas de amor e sonhos felizes com a dona de olhos âmbar.

Eu me lembrava daquele dia, onde mais uma vez caminhava debaixo do manto noturno, camuflada pela escuridão. Sons de brigas foram ouvidos por mim, era normal na ilha então nunca me importava, entretanto daquela vez eu senti a necessidade de averiguar.

E lá estava ela, dando socos perfeitos e movimentos estratégicos para acertar os homens que a atacavam. Os cabelos escuros refletiram a luz do luar e percebi que aquela jovem garota tinha me enfeitiçado aparti daquele momento.

Senhor, enviastes um de seus mais bonito anjo para levar-me de vez?

E então lembrei-me sobre quem eu era.

Satanás, estás tentando me testar com aquele pecado de lábios de seu mais bonito demônio?

Nunca tinha me apaixonado, nem sequer acreditava em amor a primeira vista.

Mas aquilo era diferente.

Quando voltei para a vida real, ajudei a bela moça com os brutamontes e ainda me lembro da ardência em meu rosto ao levar um tapa dela: afirmava que não era uma princesa indefesa que precisava de ajuda.

Lembro que a xinguei com centenas de nomes em francês, Hope era o nome dela, aquela que roubou meu coração e me colocou de joelhos diante a si sem muitas palavras.

Ninguém desconfiou quando eu saia de casa no meio da noite às escondidas, ninguém via e se vissem não ligariam, já estavam acostumados com minha noites acordada mas dessa vez eu não estava andando entediada pelas ruas da ilha, eu estava lá atormentando a formosa moça até que ela me expulsasse. 

Com o tempo, a nossa inimizade— da parte dela, devo citar— foi se tornando amizade, contávamos coisas uma para a outra, coisas que nunca havíamos contado para ninguém.

E depois a nossa amizade se tornou algo a mais. Foi quando eu toquei seus lábios pela primeira vez, percebi que não tinha mais volta. Eu estava completamente rendida pela loira de temperamento difícil. As carícias, as palavras, os beijos, o sexo, tudo sempre parecia a primeira vez. Nós amávamos cada vez mais, estavamos felizes como eu nunca achei que seria naquela ilha.

Meus amigos comentavam sobre isso, como eu estava no mundo da lua e dava sorrisos bobos para o nada ou como eu tinha parado de ter muitos amantes. Eles até mesmo brincaram sobre eu estar apaixonada.

Qual seriam suas reações ao descobrirem que na verdade era realmente isso que acontecia, Lilith estava apaixonada.

Tinhamos um lugar só nosso, em cima daquela montanha, onde pedi ela em namoro, recebi xingamentos em troca por te-la acordado no meio da noite e não ter deixado ela se arrumar para o próprio pedido de namoro. Eu amava aquela mulher.

O te odeio, era a versão de te amo dela.

Os meses que se passaram, foram os melhores de toda a minha vida, mesmo ainda estando na ilha, ela fazia tudo ficar melhor. Mesmo estando presa naquela pedaço de terra, o amor me fazia sentir mais livre que tudo.

Éramos o oposto uma da outra, ela era agressiva, tinha pavio curto, gostava de tocar bateria, era carente e seu sonho era conhecer o mar— mesmo que morassemos em uma ilha—. Enquanto eu era calma, sempre racional, menos se fosse algo relacionado a ela ou aos meus amigos, gostava de clássicos e odiava excesso de contato físico.

Era um amor calmo, mas não tão passivo, porém, talvez justamente por isso, ainda mais indomável e inabalável. Queimava frio e intensamente, puro, não aceitando interferências.

As poesias trocadas, as juras de amor, os amassos, as risadas, as brincadeiras. Tudo era incrível.

Porém não durou muito, um ano de felicidade e então tudo virou pó.

Me lembro da noite sem estrelas e a lua cinzenta, parecia um dia triste, lembro da água, lembro do vazio em meu peito, lembro das lágrimas e da dor.

As ondas quebravam fortemente naquele dia, o mar estava agitado.

Eu esperava por ela na montanha, porém horas se passaram e nada de sua presença, comecei a procurá-la. Não conseguia achar-la em lugar nenhum. Mais tarde, naquele mesmo dia, Hope fora encontrada, seu corpo frio e molhado na praia. Disseram que ela tentou entrar no mar, mas os feitiços e o próprio mar haviam a afogado.

Não passo mais perto da montanha, não consigo nem chegar perto daquele lugar, tudo lembrava ela.

Ela amava o mar.

Eu agora o odeio.

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|Se houver algum erro,
irei corrigi-lo.|

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@EkhoSmerti

Dσ συтяσ lαdσ dσ bαяαlнσ  (PAUSADA E EM REVISÃO)Where stories live. Discover now