Nana

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- Bate na porta antes, não sabes com o que te vais deparar se abrires abruptamente. - Akaashi segura a mão de Bokuto gentilmente ao vê-lo erguer a mão para a maçaneta.

- Tens razão, vamos lá, não adianta adiar o irremediável. - respirou fundo antes de dar batidas na porta.

- QUE FOI? - ouviram o berro de vossa majestade e o platinado encolheu os ombros.

- Somos nós Suga! - disse Akaashi e ao receberem uma resposta de permissão do rei, abriram a porta apenas para se depararem com o rei sentado numa cama enorme com cara de sono e Daichi a dormir ao seu lado. - Vai Bokuto, é o teu trabalho!

- Majestade, sei que de nada adiantará mentir, então cá vai! - o guarda, mesmo a tremer, conseguiu falar.

- Koutaro! - a cara de sono foi subitamente substituída por uma animada. - Conta-me tudo que aconteceu camarada! Onde ela mora? Temos de arranjar um jantar para a conhecermos. O casamento. Os convites para o casamento. O bolo de casamento. Onde passarão a lua de mel. O nome dos meus netinhos. Caramba, eu vou ser avô antes dos quarenta! Aliás, qual o seu nome?

- Koshi, ela fugiu! - o guarda teve de ser convicto para parar de ser interrompido pelas fantasias de sua majestade.

- "Ela fugiu"? Bom, um nome peculiar, porém... - o seu rosto foi adquirindo um tom roxo de pura raiva. -ELA O QUÊ? SEU TRAIDOR!

Sugawara tirou uma faca que tinha na parede e começou a perseguir Bokuto com ela, gritando o quanto o guarda tinha traído a própria nação.

- Eu juro majestade, ela sumiu como por magia!

- Vigarista! Enganador! Homofóbico! - o de cabelos cinza dava espadadas em tudo o que via pela frente. O guarda ficou encurralado pela cama, por isso não viu outra alternativa para além de subir nela e começar a pular, tendo o rei a acompanhar os seus movimentos. Sawamura, que acordou devido aos pulos na cama, saiu da mesma silenciosamente e foi sentar-se numa poltrona ao lado de Keiji, que apenas assistia àquilo tudo com um riso contido.

- Sério Suga! Tudo que restou dela foi este sapatinho de cristal e Kageyama jura que vai achá-la custe o que custar! - ele dizia meio ofegante por ainda estar a pular na gigantesca cama.

- O que disseste? O meu filho está disposto a ir atrás dela? - ele parou de tentar matar o próprio amigo e largou a espada. - Dizes que só sobrou esse sapatinho? Então vejam quem é a dona dele! Obriguem todas as jovens a experimentá-lo!

- Meu rei, isso é uma loucura! Há imensas jovens a quem este sapato pode servir! - intromete-se Akaashi pela primeira vez na conversa.

- Mas se é a única pista que temos, comecem por aí!

Na manhã seguinte, na hora do pequeno almoço, o príncipe viu toda a algazarra que acontecia para eles irem simplesmente calçar um sapato em todas as moças do reino. Como Kageyama não pode ir devido a funções reais junto com o seu pai no reino vizinho, todas as moças a quem o sapato serviria, irão para o castelo para que o príncipe pudesse reconhecer a moça da noite do baile.

- Akaashi, vais com Bokuto visitar as famílias, certo? - ele agarra gentilmente o cotovelo do mais velho quando este passou por si.

- Sim Kageyama, o que precisas? - ele fez uma leve reverência já que se encontrava em serviço.

- Pode parecer inusitado, mas peço para que não experimentem apenas em moças. - o guarda real ergueu uma das suas sobrancelhas em confusão.

- Moços também? Mas se sabe que ontem estava com uma moça, porquê testar em rapazes também?

- Ontem ela falou algo suspeito e já não tenho assim tanta certeza quanto ao seu género. Pode fazer isso para mim?

- Se é assim que deseja, assim será feito majestade!












Juro solenemente não ser normal !!!


Cinderella [Haikyuu!!]Where stories live. Discover now