Ni-Juu Go

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- Foi tão constrangedor! - reclama Hinata aos dois amigos que caminhavam com ele pelos corredores. 

- Mas o Suga tem razão, fazer aquilo sem qualquer noção é bastante perigoso. - comenta Asahi.

- Pode ser perigoso tanto para ti como para o teu parceiro. - completa Nishinoya.

- Têm razão. - diz Hinata mas a sua expressão muda ao aperceber-se de algo. - Mas como vocês sabem tudo isso?

Nishinoya e Asahi olharam-se com pânico nos olhos, para em seguida soltaram pequenas risadas de constrangimento e continuaram a caminhar como se o amigo não tivesse dito nada.

Os três iam em direção à parte externa do palácio, mais em específico para o jardim da rainha, onde eles foram chamados por Tsukishima para tratar de algo que eles ainda não sabiam, mas Shoyo tinha uma pequena desconfiança.

Ao chegarem lá, viram alguns servos levarem madeiras brancas de um lado para o outro e a família real de pé a monitorar tudo.

- Posso saber o que estás a pensar vossa alteza? - pergunta Hinata ao seu noivo. - Não me digas que realmente vamos fazer aquilo?

- Sim, podemos fazer o casamento aqui! - com a boa notícia, o ruivo abraçou o mais alto com força. - O conselho não gostou muito, mas desde que te apresente formalmente para o povo depois, está tudo bem.

- O jardim é enorme, mas não o suficiente para receber um reino inteiro. - diz o conde com um pequeno riso. - Teremos de planear outro evento no castelo para apresentar Hinata, mas a união é vossa e apenas vocês têm o direito de escolher como a querem.

- Só lembrem-se de dar os nomes de quem vem, para termos uma noção de quantas pessoas vão estar aqui. - avisa Suga que olhava algumas flores. 

- O menos possível. - falaram os noivos ao mesmo tempo.

- Quem diria que o egocêntrico do rei não quer exibir o seu casamento para toda a gente. - Tsukishima não podia deixar de lançar um dos seus comentários para irritar Kageyama.

- Abusa para ver se não te expulso desde castelo com um soco!

- Quando aprenderes a lutar de verdade, talvez consigas!

Mais um discussão idiota daqueles dois iria começar, porém na mesma hora apareceu um ser com cabelos esverdeados que demonstrava cansaço por carregar objetos de um lado para o outro.

- Tsuki, para com isso! Podes vir ajudar-nos a levar o tapete? - pede Yamaguchi ao loiro que rapidamente mudou a postura rígida para uma mais relaxada.

- Claro, vamos lá! - os dois saíram dali em direção à entrada do castelo onde havia um grande tapete vermelho à espera.

- Shimizu! - chama o rei à moça que perambulava pelo jardim. - Podes levar esta lista para a cozinha? Entrega ao Tanaka, ele vai saber o que fazer depois.

- Sim majestade! - mesmo que a realeza já lhe tenha dito que não precisa, ela fez um reverência em respeito antes de se retirar. 

Shimizu recebeu o perdão da família real e do meio-irmão, mas ela ainda sentia a culpa dentro de si, portanto implorou ao rei para que lhe desse alguma função no palácio. Ofereceram-lhe hospedagem sem querer qualquer coisa em troca, mas a morena não sentia-se bem com isso e agora ela ajudava os servos do palácio com o que quer que precisassem e fazer pequenos recados ao rei, como uma secretária.

Ela foi em direção à cozinha, lugar que ela não foi muitas vezes e ao chegar lá encontrou um homem de costas para si a preparar massa para o pão.

- Desculpe! - ela chama a atenção do careca. - Procuro o Tanaka, tenho aqui um recado do rei!

- O Suga já tem a lista das entradas? - quando ele olhou para trás, teve de se apoiar no balcão para não cair perante aquela madame que podia-se comparar a um anjo na sua visão. 

- Sim, ele deu-me isto. - ela aproximou-se para dar-lhe o papel e o cozinheiro podia sentir todo o seu corpo entrar em colapso. - Está tudo bem? Estás a passar mal?

- Se fores médica, eu digo que estou a passar mal, que tal? - depois que ele falou, quis bater na própria testa de o quão parola foi a sua frase.

- Lamento, sou apenas uma ajudante. - ela dá uma risada que acalmou levemente os nervos do homem. - Já agora, sou Kiyoko Shimizu.

- Tanaka Ryunosuke, prazer em conhecê-la! - ele volta a virar-se para o balcão para continuar o seu trabalho. - Trabalho aqui à anos e não consigo me lembrar de si.

- Sou nova por aqui. Eu meio que quero pagar pelas maldades que eu fiz. - ela encosta-se no mesmo balcão e recebe um olhar de Tanaka que expressava curiosidade. - É algo secreto e só a família real sabe, lamento mas não poderei contar.

- Se envolver um homem chamado Oikawa podes ficar tranquila, eu sei sobre as habilidades dele. - Kiyoko lançou um olhar surpreso na sua direção. - Eu vi o príncipe crescer também e eventualmente conheci o Oikawa, para além disso sou um grande amigo da família real e eu nunca contaria esse segredo para ninguém. A minha dúvida é como tu sabes disso e como as tuas travessuras estão relacionadas com ele?

Ao ver que era seguro, Kiyoko contou toda a sua história, desde a forma que sempre tratou Hinata na antiga casa deles até ao plano maquiavélico da sua mãe, que no final não deu certo para ela e a Hitoka.

- Está explicado porque Hinata não gosta de falar da família dele. - murmura o cozinheiro enquanto refletia a história, deixando a morena cabisbaixa. - Mas apesar de teres sido muito má com ele e teres alinhado com o plano da tua mãe, percebeste a tempo o que era certo e se o rei confia que és uma boa pessoa, eu também confio.

- Achas? - pela primeira vez na vida, Kiyoko sentiu o seu estômago revirar, como se estivessem borboletas dentro dele.

- Sim, mas aparentemente quem não acha isso és tu própria. - a de óculos baixou levemente o rosto. - Não és aquilo que a tua mãe é, Kiyoko, a prova disso é estares aqui conosco no palácio, a contemplar o casamento do teu meio irmão e não numa prisão como aquelas duas!

- Eu acho que não vou ao casamento! 

- Não vás por medo de que alguém não te queira lá! Mostras-te quem eras ao ir contra aquela mulher e tenho a certeza que os noivos pensam o mesmo que eu. - Kiyoko ergueu o rosto a ponderar as palavras dele. - E que tal se formos juntos? Assim não te sentes tão deslocada.

Ele fez o convite e fechou os olhos apenas à espera da resposta negativa.

- Por mim tudo bem, obrigada Tanaka! - ele abre os olhos surpreso pela resposta e admirou por uns segundos o rosto sorridente da mulher à sua frente.



























Juro solenemente não ser normal !!! 

Cinderella [Haikyuu!!]Tempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang