Capítulo 8

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            Já fazia algum tempo que elas tinham entrado, e já fazia um tempo que eu estava esperando do lado de fora. Já havia comprado macarrons para comer, um dogão de um carrinho de comida e um copo de café e nada de ninguém sair daquele lugar. Não me desesperei, até porque não ouvi nenhuma gritaria ou barulhos mais elevados para sair correndo.

                   Estava pensando no que aquele bilhete me levaria caso a gente não conseguisse sair daqui hoje, porque obviamente iríamos entrar em uma enrascada caso ficasemos e não fossemos até o endereço dado pelo homem que falava inglês. Será que mais alguém sabe sobre a tal cidade mágica? Será que estão blefando e zoando com a nossa cara? Será que são traficantes de órgãos que aplicam golpes nas pessoas afim de roubar os órgãos delas e venderem no mercado negro?

                  Ok, talvez eu esteja levemente surtando, mas todas as opções são viáveis, nunca se sabe se quem está sentado ao seu lado pode ser um doido psicótico que acabou de fugir de um hospício de segurança máxima. Eu zelo pela minha vida, por isso penso em coisas do tipo.

                 Meu celular toca e pego logo atendendo a ligação.

                 - Pois não?

                 - Ora, ora... Harry Potter.

              Gelei ao ouvir a voz, uma voz feminina e muito perigosa que pensei que nunca iria escutar novamente. Uma das vozes que estavam sempre cercando meus pesadelos.

                   - Parece que nos encontramos denovo. Ainda tem tanto medo da morte quanto antes?

                   - Oque você quer? Porquê está me ligando? Não vai dizer que é saudades, nossos último encontro foi... inesquecível.

                    - Certamente foi, tenho que concordar. Oque eu quero? É simples, a garota que está com você e sua amiguinha olho puxado.

                     - Foi você...você mandou aquele cara entregar o bilhete para mim, não foi?

                     - Pelo visto não está mais tão lerdo como costumava ser. Eu quero a garota e posso te dar algo em troca.

                    - Fazer planos com o diabo não me parece uma boa escolha.

                    - Querido Harry, querido Harry, eu só tenho como te beneficiar. Ninguém sairia perdendo.

                   Veneno, se eu podesse ver ela eu tinha certeza que o veneno estaria escorrendo pelo canto de sua boca nojenta e podre.

                      - Não.

                     - Não? (Sons de risada) resposta errada. O Harry de antigamente diria sim e ainda sairia ganhando por cima.

                    - O Harry de antigamente não tinha senso, ele falava com qualquer vadia que tivesse grana.

                    - Isso não me ofende. Escuta aqui garoto, eu não estou para brincadeiras, me entregue a garota e eu poupo a sua vidinha medíocre.

                  Olhei ao redor pelo canto dos olhos, me mantendo o mais calmo possível. Consegui ver pessoas estranhas...pessoas disfarçadas, só esperando o momento certo do meu mínimo deslize para meter uma bala na minha testa.

                     - Porque você quer a garota?

                     - Não é da sua conta. Oque você quer pela garota? Sabe que eu tenho oque tanto procura, como vocês chamam mesmo...ah é, a cidade mágica.

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