Conversas...

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Camilo

(Enfim, amanheceu… Minha ansiedade estava a mil por hora, eu estava louco pra saber se o plano deu certo, se a Gui flagrou a Ruth e aquele moleque… Afinal, eu vi a hora que ela saiu, foi bem cedinho, como eu não havia conseguido dormir a noite devido a importunação da Olívia em me impedir de entrar no quarto da Guinevere, fiquei muito alvoroçado, inquieto… Então, não consegui pegar no sono, mas valeu a pena, pois pude observar seus passos… Assim que desceu as escadas e fechou a porta de entrada, fui em direção a janela, para vê-la… E lá estava ela indo, apertando o passo em direção a minha armadilha… Depois que ela sumiu do meu campo de visão, eu me vesti, e desci para a cozinha, mas como sempre, Olívia vinha vindo à minha sombra…).
--- Meu amor… Porque levantou tão cedo? Hoje é a nossa folga. -Disse  ela adentrando a cozinha.
--- Eu sei querida... Mas quis fazer um café para você.
(E assim o meu teatro começará).
--- Hummm, obrigada… Aceito o seu café. -Ajeitou-se na cadeira.
--- Está se sentindo melhor?
(Perguntei me referindo a noite passada, o mal estar que sofreu).
--- Sim, estou. As vertigens já se foram. -Disse ela passando a mão na barriga.
--- Que bom!
--- E a Guinevere? Ainda não acordou?
--- Creio eu, que ela não esteja mais no quarto.
--- Como sabe?
--- Achei esse bilhete em cima da mesa.
(Entreguei a ela…).
--- Nossa, ela foi bem cedo a casa do Dylan… -Falou colocando o bilhete sobre a mesa.
--- Pois é. Eu nem vi a hora que ela saiu.
--- Depois de ontem, espero que ela se comporte. Não quero mais saber de brigas nessa casa!
--- Olívia, você sabe muito bem, que tenho a Gui como uma filha, não deixarei que esses nossos desentendimentos atinjam meu amor paternal.
--- Camilo, você é incrível sendo esse homem bom, por isso que sempre te amei, desde a época do colégio, e mesmo quando nos separamos eu continuei o amando… Obrigada por ter me perdoado meu amor.
--- Olívia, você sempre foi a mulher da minha vida!
(Perdoar?! Ahhh Olívia… Eu nunca vou perdoar o que você e o Alessandro me fizeram naquela época. Apenas amenizei o meu ódio, depois que me apossei da Guinevere… Ela é o meu troféu).

Trimtritrimtrim
(Pego o celular, e olho na tela… Ótimo, é quem eu estava esperando).
--- Olívia com licença, terei que atender, é da transportadora.
--- Claro, fique a vontade, vou ficar de olho no café para você.
--- Sim. Obrigado.
(Já não era sem tempo! Achei que a Ruth não ia me ligar fui a outro cômodo atendê-la, espero que as notícias sejam boas).
--- Ruth?
--- Alô, Camilo?! Você não vai acreditar!
--- Fale logo, Olívia já está acordada e pode estranhar.
--- Eu consegui, deu tudo certo. (Risos).
(De fato, é a melhor notícia)
--- Eu sabia que você conseguiria!
--- Você tinha que ter visto a cara dela quando me viu lá. (Risos).
--- Perfeito Ruth, ótimo… Mas agora tem a última etapa.
--- Ah sim, isso eu tiro de letra… Mas foi incrível, ela saiu correndo, desesperada…
--- Me conte mais sobre os detalhes depois… Agora tenho que desligar, não posso ficar dando muita "pala".
--- Está bem, Camilo! Daqui a pouco entro em contato novamente para falar da outra etapa.
--- Perfeito.
--- Até, Camilo.
--- Até!
(Ótimo).

Guinevere

(Depois de quase uma hora sentados ali, eu já me sentia um tanto melhor, mas ainda havia tristeza. Agora com as ideias mais arejadas, estar na presença do Arthur, me deixa mais serena… Sinto-me até como se eu não amasse o Dylan, é como se eu apenas gostasse dele, e agora que acabou, estou com o sentimento de "tanto faz"...).
--- Está mais calma?!
--- Sim… Estou! Obrigada.
--- Imagina, o que eu puder fazer para te ajudar Gui, eu estarei aqui.
--- Obrigada mais uma vez pela gentileza, eu estava confusa, um pouco perdida, sai correndo da casa dele, nem sei para onde estava indo, sabe se lá onde eu estaria agora se você não tivesse me encontrado.
--- Nem me fale, na hora em que reconheci você, fiquei desesperado, não sabia o porquê de você estar daquele jeito, e também não me falava o motivo. Fiquei preocupado Gui.
--- Desculpe-me, é que na hora eu não estava raciocinando direito.
--- Não precisa pedir desculpas! É como eu disse, o que eu puder fazer para ajudar, estarei aqui.
(Sinto algo diferente em suas palavras, não são palavras vagas iguais as do Dylan… Agora vejo com clareza que o Arthur é diferente… De fato quero conhecê-lo, entender que sentimento é esse que sinto, quando estou ao seu lado).
--- Obrigada Arthur, de verdade! Espero um dia poder retribuir tamanha gentileza.
--- Gui, não precisa… Aliás, se for falar em gentileza e retribuição, você me salvou também!
--- Salvei? (Fiz uma feição de surpresa). Desculpa, mas não entendi!
(Percebi um sorriso tímido de sua parte).
--- Salvou sim, não se lembra?! (Sorriu).Quando eu caí de bicicleta, você me socorreu. E ainda fez um curativo no meu cotovelo.
--- Sim, é mesmo! Com toda essa loucura eu nem lhe perguntei do seu cotovelo, ou de como você está?! Ainda sente dor?
(As coisas estão acontecendo tão rápido, que eu esqueci de perguntar sobre o seu ferimento).
--- Dor não! Mas está bem melhor, até porque ele foi cuidado por uma moça muito bonita e simpática que me socorreu na hora.
(Olhar para ele, fez com que a minha "dor" passasse também. Eu já não lembrava mais de Dylan nem de Camilo… Mas sim, de Arthur. Como eu queria ficar mais tempo conversando com ele, me acalmando mais e mais… Porém, assim que desviei o olhar, vi as horas que estavam naquele relógio pendurado na parede perto do balcão… Daí comecei a me apressar, afinal, eu ainda tinha que ir trabalhar hoje).
--- Que bom que está melhor, acho que fiz um bom trabalho usando soro e algodão.
--- E como fez! (Risos).
--- Arthur… Novamente, muito obrigada de verdade, por ter me ajudado.
--- Gui, fiz isso de bom grado, vejo que você é uma mulher muito especial. E lhe ajudaria quantas vezes fosse necessário.
(Suas palavras… Arthur…).
--- Obrigada de verdade… Bem… Mas agora tenho que ir.
--- Mas já?
--- Sim, irei trabalhar hoje, ou melhor dizendo daqui a pouco.
--- Ah sim! Está bem! Vamos, deixarei você lá.
--- Não precisa Arthur, sério, eu já estou bem, irei caminhando.
--- Nem pensar… Deixarei você lá.
(Fiz uma cara de incerteza).
--- Arthur…
--- Gui… (Risos).
(Nos olhamos).
--- Está bem… Vamos.

TriânguloWhere stories live. Discover now